segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Inovação Multimídia - parte um: Tv + Mundos Virtuais + Celulares

Eu iniciei as séries de reportagens sobre Livros Eletrônicos e a Nova Internet para proporcionar um debate sobre as ótimas oportunidades profissionais que estão surgindo para quem está antenado. É fato que a razão primeva destas séries é auxiliar aos meus alunos de Design e de Jogos Digitais a vislumbrar novas e melhores aplicações de suas proficiências. Mas você, que não é meu aluno porém prestigia esse blog com a sua visita, também pode tirar proveito. Hoje, vamos começar com uma nova série, que vai apresentar inovações multimídia e seus impactos no mercado de trabalho e no cotidiano.

Avatares na Televisão
Já deu prá perceber que quando a Internet estiver disponível na tela da TV digital, vamos ter algumas convulsões de mercado, razão pela qual as emissoras brasileiras mexeram muito os pauzinhos para tentar deter a legião de inovadores que aguarda do outro lado das muralhas, sequiosa de invadir os domínios e dar novos rumos à esta mídia, tal qual o que foi feito com a indústria fonográfica.

Enquanto o aríete não derruba os portões de Mordor, vamos ver o que já está acontecendo em outra parte do mundo.

Nos Estados Unidos vai acontecer um concurso para televisão com a participação de avatares controlados a partir de telefones celulares. A RDF USA lançará um programa inovador em parceria com a empresa Artificial Life, que terá o nome de Sleuths. Trata-se do tradicional formato de gincana de perguntas e respostas onde o telespectador participará através de seu avatar via celular.

Particularmente, eu não aprecio este tipo de programa, que via de regra é algo tosco e repetitivo desde os tempos do saudoso J. Silvestre, mas a proposta da integração de uma mídia tradicional com um mundo virtual através de dispositivos móveis, para interação em tempo real, é algo que vale a pena ser observado. Quem sabe a moda não pega e temos algo do tipo em breve aqui no Brasil?

domingo, 30 de agosto de 2009

EDITAR Piratas do BitTorrent lançam filme em 3D




Piratas do BitTorrent lançam filme em 3D
Avatar acaba de ser lançado em DVD e Blu-ray, mas apenas em versão 2D – a versão tridimensional, ao que tudo indica, só mesmo no ano que vem. A Fox está esperando as televisões 3D se popularizarem um pouco. Mas os piratas não: já circula nas redes de troca de arquivos um arquivo chamado “Avatar.3D.dvdscr”, que supostamente dá efeito tridimensional num monitor ou tv normal. Basta usar aqueles óculos 3D de papelão. Como é possível?

É só um truque. Os caras pegaram uma cópia de Avatar, em 2D mesmo, e simplesmente passaram um filtro no After Effects (o software de pós-produção mais comum no mundo PC). E o resultado? É 3D mesmo, mas é muito tosco. Não há relevo nem diferença de profundidade entre as coisas - tudo continua chapado, só que flutuando 10 cm para dentro da tela. Se você tem aí um par de óculos 3D de papelão, coloque-os e olhe a foto acima para ter uma ideia do efeito. (tks, @aversignassi)

ps: Enquanto isso, o Avatar original dá problemas com vários tocadores de Blu-ray. Tudo por causa de um novo sistema anticópias. Que, claro, os piratas já quebraram…

A Nova Internet - parte cinco: Internet com cheiro

A busca por uma maior imersão do usuário no ambiente virtual tem levado os pesquisadores a desenvolver diferentes propostas e dispositivos. Em 2007, cientistas japoneses criaram um capacete que permite controlar os movimentos de um avatar apenas com a mente para uso em reabilitação de pacientes, mas é claro que o dispositivo vai cair no gosto popular e substituir, muito em breve, o uso do teclado ou do mouse.

Uma outra inovação é a possibilidade de que odores sejam transmitidos via Internet da mesma forma que acontece com imagens e sons. A idéia não é nova e veio à tona no final da década de 1990, mas agora finalmente se tornou um produto de preço (mais ou menos) acessível.

O dispositivo criado pela CTT Communications, do Japão, quando conectado a um computador, transforma dados recebidos pela Web automaticamente em uma nova fragância. A companhia afirma que o equipamento pode produzir qualquer aroma apenas misturando algumas substâncias armazenadas no seu interior.

A novidade já está sendo vendida no Japão por US$ 680,00 e à medida que se popularizar, com certeza se tornará mais barato.

Com essa postagem encerro a série de reportagens sobre a Nova Internet. Mas podem ter certeza de que muito em breve retornaremos ao tema, diante das constantes novidades no setor. O importante é avaliar as informações que foram apresentadas e encontrar nichos de atuação profissional que proporcionem melhorias para a vida dos brasileiros.

sábado, 29 de agosto de 2009

Livro Eletrônico - parte seis: Yankees versus Kamikazes


Desde que dei uma palestra na UniFOA sobre “A Biblioteca do Futuro e o impacto das novas tecnologias no incentivo à leitura”, tenho observado os movimentos do mercado em relação a difusão dos e-books. Esse é um assunto que vem mexendo com a cabeça (e os bolsos) de muita gente, preocupados com que tipos de transformações terão que se deparar daqui por diante.

É compreensível, visto que a experiência no mercado da música deu uma rasteira nas gravadoras, deixando-as com as quatro patas pro ar após décadas de manipulação de tendências, exploração de artistas e por aí vai. Os novos artistas e uma parte da “velha guarda” resolveu chutar o latão e usar a Web 2.0 a seu próprio favor, oferecendo suas músicas para download gratuito ou a preços reduzidíssimos e o resultado desta postura foi... que começaram a lucrar mais!

O exemplo da Apple com o iTunes assustou – ou devo dizer apavorou? – muitos executivos e, por conta disso, empresas como a Sony e a Adobe não querem abandonar as restrições a cópias por medo de que isso permita pirataria de livros.
O objetivo delas é promover padrões comuns para o setor, a fim de evitar a repetição do acontecido no setor de música digital, dominado pela Apple, que "trancou" o mercado, ganhou poder e influência extraordinários e se tornou capaz de ditar normas às grandes gravadoras sobre assuntos como o preço das faixas de música digital.
E aí os manipuladores passaram a ser manipulados...

Mas voltemos aos livros eletrônicos e vejamos o que está acontecendo ao redor do mundo, nesta dimensão fantástica chamada Internet: um movimento interessante que vai incentivar o acesso a conteúdos textuais digitais e ainda dará uma coça na concorrência é a proposta da Sony pela adoção de formatos abertos para livros eletrônicos, ao contrário do que faz a Amazon.com, líder neste mercado emergente, que vincula os e-books por ela vendidos com o leitor Kindle, também da Amazon, ou com o software que a empresa criou para o iPhone.

Já a Sony planeja anunciar que, até o final do ano, estará vendendo apenas livros eletrônicos no formato ePub, um padrão aberto criado por um grupo que inclui editoras como a Random House e a HarperCollins. A empresa removerá também o software de bloqueio de cópias que desenvolveu e o substituirá por um produto da Adobe que restringe o número de vezes que um livro eletrônico pode ser copiado ou emprestado. Com isso, acredita-se que o prejuízo dos autores e editores contra a pirataria de obras deve ser minimizado.

Por essa proposta, os livros comprados na loja online da Sony poderão ser lidos não só em seus equipamentos mas também em outros leitores adaptados ao ePub, entre os quais o eReader, da Plastic Logic. Para quem ainda acha que esse mercado não é lucrativo, vale ressaltar que nos EUA a venda de livros eletrônicos atingiu a singela quantia de US$ 14 milhões em junho, com um crescimento de 136,2% em relação ao mesmo mês em 2008.

Allen Weiner, analista do grupo de pesquisa tecnológica Gartner, lembra que a Apple ainda não determinou se vai adotar formato aberto ou fechado para os livros eletrônicos e se ela realmente lançar em breve um computador com tela de toque que funcionará como leitor eletrônico e adotar um formato aberto como o ePub, isso forçará a Amazon.com a reconsiderar sua posição.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gibi Clube - 26 anos

Nesta data, há exatos 26 anos, fundava-se um clube muito especial no Rio de Janeiro, que congregava colecionadores de Histórias em Quadrinhos publicadas no Brasil desde o início do século vinte.

Todos os domingos, nas dependências de um colégio no bairro de Triagem, cerca de 50 pessoas se reuniam para falar de seus heróis de infância e contar "causos" como a espera pela chegada dos gibis que vinham no trem desde a capital da República até as cidades do interior e eram ansiosamente aguardados na estação pela garotada, ou as atividades do Centro Juvenilista de Adolfo Aizen, dono da Editora Brasil-América Ltda. (EBAL).

Lá aconteciam também vendas e trocas de gibis de antanho e foi onde eu vi pela primeira vez a legendária Edição de São João do Almanaque do Gibi, a publicação mais cara e rara do gênero no país.

Com o passar dos anos, membros deste clube deram continuidade ao hobby criando as primeiras comic shops da cidade, que perduram até hoje com uma clientela fiel, transmitindo o gosto pelos quadrinhos às novas gerações.

Como faço todos os anos, ergo agora um brinde para saudar aos bons amigos que fiz (alguns já partiram para se reunir aos roteiristas e desenhistas que tanto admiravam) e aos ótimos momentos que passei, inclusive ao iniciar minha carreira de jornalista de coração com o fanzine Gibi Clube Magazine em 1986.

A data me estimulou a retomar um projeto que iniciei em 2006, mas que foi interrompido pela súbita partida de um amigo muito querido, membro ativo do clube, que seria de grande importância no processo.

Em homenagem aqueles que já partiram, em breve recomeçarei o trabalho, deixando um legado das histórias deste grupo para a garotada que hoje se inicia na divertida atividade de ler, ver e partilhar das ações heróicas de seus personagens preferidos.

Salute, meus amigos! Para o alto e avante!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Livros Eletrônicos - parte cinco: O Império dos Trópicos contra-ataca!

Chegou a hora de mostrar o que estamos fazendo por aqui em termos de inovação ligada aos livros eletrônicos. Nos posts subsequentes desta série de reportagens, eu vou falar da guerra que já começou a ser travada nos Estados Unidos entre a Sony e a Amazon.com pela liderança do mercado de livros eletrônicos (ou e-books).

Que essa guerra vai impactar o mundo todo (ou grande parte dele) ninguém duvida, mas como ficamos nós aqui no Brasil? Mais uma vez como testemunhas oculares da História (lembranças do saudoso Repórter Esso) ou vamos pegar a bola, dar uns bons dribles e fazer um golaço?

Leitor de e-book 100% brasileiro chega ao mercado em 2010
Bem, o entretítulo acima já responde. No ano que vem, teremos no mercado o Mix Leitor-D, primeiro leitor de livros eletrônicos com tecnologia 100% nacional, que está sendo desenvolvido em Pernambuco pela Mix Tecnologia.

Esta importante inovação tecnológica terá dois modelos com tela de 6 polegadas (uma versão básica e outra "premium"), com capacidade de armazenamento variando entre 1 GB e 4 GB, suficientes para guardar até 1.500 livros. O preço deve ficar entre R$ 650,00 (versão básica) e R$ 1.100,00 (versão premium). Terá como uma das parceiras de conteúdo a editora Carpe Diem Edições e Produções e permitirá também ler livros baixados em formatos abertos na Internet.


O leitor poderá ser usado também como plataforma educacional, graças ao recurso Interquiz, uma ferramenta de perguntas e respostas sobre o tema em consulta no e-book.

Para fechar este post, vou fazer uma relação com um assunto que venho conversando há anos com o meu amigo Marcelo Telles, professor da rede municipal de Educação aqui do Rio de Janeiro e coordenador do portal Rede RPG, sobre a migração de livros de RPG do formato impresso para o digital.

Por essa via, será possível reduzir os custos de produção, o preço final, se livrar da “distribuição caveira de burro” que entrava o mercado e detona o hobby e garantir uma melhor remuneração para o AUTOR, que é o verdadeiro responsável pelo sucesso do livro, pois é quem PRODUZ O CONTEÚDO!

Aquilo que parecia distante, bate agora à nossa porta. E me lembra de uma conversa que tive com um outro amigo, Walter Magalhães, lá em BH em 1997, quando planejávamos lançar um wargame, mas percebemos que seriamos prejudicados por conta da má distribuição. No distante século vinte, decidimos esperar que a Internet criasse as condições ideais para fazermos nosso trabalho. Agora elas já existem e vão crescer e se consolidar cada vez mais. Que tal você, que também é autor, vir fazer parte do nosso time?

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Nova Internet - parte quatro: A Web pode sentir?

Achou estranha a pergunta do título? Então você não está antenado nas mudanças tecnológicas e no impacto que elas vem causando no mundo ao seu redor, seja ele físico ou virtual.

O negócio é o seguinte: o motor de busca semântica Evri pode agora entender como a Web sente graças ao lançamento de seu novo API. Enquanto se ocupa rastreando a Web à procura de pessoas, lugares, coisas e determinando a relação entre elas, o motor de busca é capaz também de entender os sentimentos associados com essas entidades, sejam positivos ou negativos.
Usando esta API, os desenvolvedores foram capazes de construir aplicações para itens como inteligência de mercado, pesquisa de mercado, esportes, entretenimento, gerenciamento de marcas, análise de produtos e muito mais.

Não apenas bom ou mal, mas também quem, o que e porque
Num primeiro momento, o Evri poderia simplesmente ranquear as coisas como positivas ou negativas. No entanto, a API de Sentimentos é capaz de ir muito além, permitindo a você uma visão mais aprofundada sobre as pessoas, os significados e as razões associadas com a expressão ou o sentimento em particular. Para ilustrar as possibilidades, resolvi incluir no post alguns gráficos gerados a partir de determinadas pesquisas.


Novos desafios
O desafio para o Evri é manter o seu índice em constante expansão, adicionando novas fontes de significados que aprimorem o ranking, tornando-o cada vez mais preciso em retratar a forma como os usuários classificam determinados itens. Fico acá me perguntando quanto tempo vai demorar até que a influência de indivíduos bem relacionados (e governos) comece a manipular os resultados de acordo com os seus interesses.
---------------
Martelada do Dia: Penso que um marqueteiro pode tirar ótimos proveitos desta nova ferramenta. Mas o que os designers e outros profissionais devem fazer para aproveitar a onda?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Livro Eletrônico - parte quatro: Escrevendo no celular


Essa matéria não é recente, mas além de dar continuidade à nossa série de reportagens sobre Livros Eletrônicos, fala de uma inovação que está ao alcance de todos. Claro que escritores “convencionais” podem torcer o nariz – e até dou razão – pois escrever no celular é algo bem desconfortável, mas o que quero mostrar aqui é que tudo que puder ser usado para incentivar a produção literária deve ser visto com bons olhos. Vejamos como foi que aconteceu no Japão.

Na Terra do Sol Nascente, romances escritos e publicados em celulares – geralmente por mulheres jovens dotadas de dedos muito ágeis e lidos por fãs nas minúsculas telas de seus aparelhos - não eram muito respeitados. Porém, as listas de best sellers japoneses do final do ano de 2007 demonstraram que romances escritos para celulares e publicados em forma de livro haviam não só encontrado espaço no mercado de literatura como pareciam dominá-lo.

A lista mostrou, para espanto do mercado editorial, que dos 10 livros mais vendidos no país em 2007, cinco foram escritos originalmente para celulares. A maior parte composta por histórias de amor, redigidas em frases curtas que caracterizam as mensagens de texto e contendo pouco de semelhante ao desenvolvimento de trama e personagens encontrados nos romances convencionais.

Dos cinco outros livros mais vendidos, os três primeiros foram por romancistas estreantes, o que provocou uma balbúrdia de debates na mídia e nos blogs do Japão. Um destes questionamentos, que é totalmente previsível, mas eu considero prá lá de idiota foi a frase: "Será que os romances de celular matarão 'o escritor'?". Claro que tinha que vir da mídia convencional, usuária contumaz de polêmicas e desgraças ao invés de suscitar debates inteligentes e que estimulem o crescimento humano.

Já os apreciadores da novidade consideram que os romances de celular são um novo gênero literário, consumido por uma geração cujos hábitos de leitura se formaram basicamente com os mangás. Se o governo japonês der a esta modalidade parte do incentivo que deu a mangás e animes como produtos de exportação e disseminadores da cultura do país (que estão levando 1% do PIB em investimentos, algo em torno de 650 bilhões de reais para criar 500 mil novos empregos nessas áreas até 2020), penso que teremos uma nova revolução a caminho. Coisa que nem nos sonhos dos mais otimistas vislumbramos ter aqui no Brasil.

Do outro lado da cerquinha, os críticos afirmam que o domínio dos romances de celular sobre o mercado apressará o declínio da literatura japonesa, devido à sua baixa qualidade literária. Quero fazer um parêntese aqui. Bem, crítico é aquilo que todo mundo sabe: um indivíduo que não chegou a obter sucesso como profissional de uma área, mas que aparentemente a conhece bem e então ganha a vida metendo o malho no trabalho dos outros.
Claro que há exceções, mas como o próprio nome diz, são exceções. Tal qual a mídia tradicional, eles posam de gralhas barulhentas, prevendo futuros sombrios, mas o mundo continua andando prá frente, movido por aqueles que inovam e lutam por implementar suas idéias.

E a prova disso são que as romancistas-celulares (neologismo de minha lavra) estão registrando vendas que a maioria dos escritores convencionais não conseguem obter. Uma dessas estrelas é a jovem Rin, de 21 anos, que escreveu o romance "Se Você" em seis meses, durante seu último ano no ensino médio.
Ela criava a sua obra no trem, a caminho do emprego de tempo parcial ou durante qualquer momento livre e depois o subia a um site de aspirantes à literatura. Graças ao sucesso junto aos leitores do site, a obra foi convertida em um livro impresso, com 142 páginas. Agora o melhor: logo após o lançamento, as vendas chegaram a 400 mil cópias, o que fez de seu romance o quinto mais vendido no ano de 2007.

Uma pequena pausa para vossa reflexão. Em breve voltaremos ao assunto.

-----------------------------------
Martelada do Dia: Você tem celular? Gosta de escrever? E de ganhar dinheiro? Preciso dizer mais alguma coisa?


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Martelo Mix


Está chegando uma novidade: meu novo videocast em machinima sobre... tudo! Ou quase. O Martelo Mix está previsto para estrear no dia 12 de setembro, então fiquem ligados!
w
E no dia 15 de setembro, vai ao ar a edição 002 do Martelo do Archanjo.

domingo, 23 de agosto de 2009

Site de boas notícias


Esta notícia merece todo destaque possível, pois além de uma inovação é um exemplo não só para as empresas de mídia tradicional mas, principalmente, para a população viciada em assimilar desgraças e notícias manipuladas.

Menino cria site que só mostra notícias boas
Um menino norte-americano parece ter a solução para quem, como eu, acredita que as notícias veiculadas na mídia tradicional (e até pelas suas contrapartes digitais) são muito deprimentes: aos 12 anos, ele criou um site especializado em tudo de bom que acontece no mundo. Isso mesmo, gente! Acontecem coisas muito boas neste planeta, você não sabia? Max Jones, de Orlando (Flórida), criou um "império televisivo online" que só transmite boas notícias.
Trata-se do site Weekend News Today, do qual Jones é o apresentador principal. Ele recebe 5 mil visitas diárias e conseguiu atrair colaboradores adolescentes de todo o mundo para enviar textos e vídeos. Mais que uma inovação, uma revolução criada por um adolescente com a ajuda de outros como ele. Um baita exemplo para todos nós, não é mesmo?

O jovem empresário diz que realmente acredita que uma pessoa possa, pouco a pouco, fazer a diferença no mundo e que sonha presidir uma cadeia de 15 sites algum dia. Ele quer ser jornalista e aposta na Internet porque acredita que eventualmente os diários vão ceder aos meios online. Por essa razão, ele busca um papel de liderança nessa transição. E só tem doze aninhos...

Para realizar o seu projeto, Max converteu seu armário em um estúdio de televisão onde passa cinco horas por semana - e ainda mais tempo no verão - escrevendo artigos, editoriais, gravando vídeos, conseguindo mais colaboradores e se associando em diferentes sites. Ele está tendo aulas de jornalismo online e encontrou muitos colaboradores em sites de classificados, como o popular Craigslist, e de estágios, como o http://www.internship.com/.

Seu site Weekend News Today quase não tem publicidade e não tem fins lucrativos, mas gera alguma renda ao vender conteúdos em uma loja online que oferece artigos e fotos. Max, que grava seus vídeos em casa e no laboratório de computação da escola Lake Highland Preparatory School, onde vai cursar agora o sétimo ano, tem a tenacidade de um jornalista experiente.
a
Assistam a um episódio do noticiário e vejam só como o rapazinho manda bem!


A Nova Internet – parte três: Redes Sociais e Negócios

Na postagem de hoje sobre a “Nova Internet”, vamos abordar as redes sociais e tentar dar a vocês uma panorâmica de possibilidades, principalmente para meus alunos de Design Gráfico e Jogos Digitais. Quando se fala de redes sociais, muita coisa vem na mente. De forma resumida, são grupos de indivíduos que compartilham interesses em comum e beneficiam não apenas seus membros, mas também outras pessoas. É um terreno fértil para inovações e abaixo eu vou mostrar alguns exemplos interessantes que merecem ser avaliados.

Rede Cinéfila
Dois jovens de Mariana, cidade do interior de Minas Gerais, Alisson Patrício, 20 anos, e Thais de Lima, 17 anos, decidiram inovar e criar uma rede social especialmente dedicada aos cinéfilos. O site Filmow foi lançado em abril e, em apenas quatro meses, já conquistou mais de 4 mil usuários.

Os próprios idealizadores da rede se surpreenderam com o retorno positivo dos internautas e agora se dedicam a melhorar o site, investindo em novas ferramentas capazes de despertar cada vez mais o interesse dos aficcionados por filmes. "A gente achou que o pessoal ia gostar, mas não tão rápido", brincou Patrício, que disse ter se inspirado no Skoob, uma rede social dedicada a livros.

Ele e a amiga Thais achavam que faltava um site voltado para filmes e só durante a produção do próprio site é que acabaram descobrindo a existência de versões semelhantes em inglês. Mas isso não diminui em nada o mérito do projeto, ao contrário, deixa claro a quantidade de nichos de mercado existentes que passam despercebidos às grandes empresas.

Para integrar a rede, basta fazer o cadastro no site e em seguida o internauta terá sua página pessoal, onde pode listar os filmes que já viu, pretende ver, ou que não tem o menor interesse. A comunidade foi feita para cinéfilos se conhecerem, trocarem dicas de filmes e organizarem suas próprias listas. Os comentários sobre cada produção também são feitos pelos usuários, mas Thais revisa os textos para eliminar possíveis repetições de filmes.

Patrício é o responsável pela programação e garante que os cinéfilos podem aguardar as novidades preparadas por ele, como uma ferramenta que mostrará os usuários com gostos semelhantes, facilitando a interação entre eles.

O interesse por deixar o site cada vez mais atrativo visa também atrair futuros anunciantes. Além da lista de filmes em cartaz, é possível fazer críticas e saber um pouco mais sobre seus ídolos e os filmes dos quais participaram.



Uma outra ótica sobre o assunto vem da entrevista que feita em abril deste ano com funcionários do Facebook, MySpace, LinkedIn e Tuenti. No vídeo abaixo, gentilmente confiscado do site do Professor Paulo Frias, é possível ter acesso a algumas idéias muito “giras”, como a consolidação do conceito de uma “web social” onde as diversas plataformas (empresas) se limitam a resolver problemas técnicos e não a criar novos paradigmas. Assistam e aproveitem!



caso o vídeo não carregue, vá para http://videos.sapo.pt/sldijY7zm7Wts44K8FUD
---------------------------------------

Martelada do Dia: Se dois jovens do interior de Minas Gerais foram capazes de produzir a inovação supra citada e com isso começar a ganhar mercado a partir de um nicho não explorado, penso que o exemplo deveria ser seguido por jovens de todas as demais cidades brasileiras. O negócio, antes de mais nada, é fazer como um bom designer (seja você um ou não): pensar! O restante é arregaçar as mangas e mandar brasa!

sábado, 22 de agosto de 2009

Livro Eletrônico - parte três: Criação Coletiva Online

Um movimento que ganhou novamente visibilidade é o chamado “coletivo”. Claro que não estou me referindo aos veículos fumacentos que se arrastam barulhentamente pelas ruas das cidades, mas à proposta que algumas pessoas adotam de se unir para produzir um conteúdo específico e cuja real autoria é dissimulada por um pseudônimo.

A proposta aqui é a visão colaborativa em prol da criação de conteúdos de qualidade que expressem os sentimentos de seus autores, porém sem se deter na visão particular de nenhum deles. O foco é o resultado, não a promoção e reconhecimento público dos autores. Claro que as novas tecnologias de informação e comunicação não poderiam ficar de fora deste movimento, e já há alguns anos vários grupos estão engajados para usar tudo o que a Web 2.0 tem para oferecer.

Dando continuidade à nossa série de reportagens sobre livros eletrônicos, resolvi destacar a proposta que reuniu 1.500 pessoas para escrever um livro, coletivamente e online. No início de 2007, a editora Penguin Books, em parceira com a Universidade De Monfort, criou o projeto "A Million Penguins", um romance que seria escrito de forma colaborativa. Pouco mais de um ano depois de iniciado o projeto, a editora falou sobre os resultados, relatando uma experiência interessante, mas que não deverá se repetir. Ao menos por lá.

"Foi a melhor coisa que eu já fiz... mas nunca farei de novo", disse Jeremy Ettinghausen, da Penguin Books, em uma suave crítica ao resultado do projeto. Foram 1.500 pessoas escrevendo, reescrevendo, reeditando, revisando e dando palpites no livro, que possui mais de 100 capítulos. A idéia do projeto era saber se seria possível escrever um livro interessante em um website , em tempo real. Entretanto, por ser um wiki, o projeto foi "atrapalhado" por vândalos desde o primeiro dia, o que colaborou em muito para o resultado final ruim. O site Geeks are sexy disponibilizou o parágrafo inicial do livro, considerado confuso:

"As águas profundas, negras como tinta, começaram a inchar e retornar em uma distância incerta. Um misto de sensações ruins acinzentadas escureciam o horizonte. A extensão do oceano pareceu escurecer-se em desaprovação. A batida das marés faziam barulhos agonizantes e descontentes. O oceano pulsou com uma força amedrontadora e vital. Embora difícil de acreditar, existia vida nesse local. Seu abdômen infinito estava cheio de vida, uma monstruosa coleção de partes tóxicas, tentaculosas e gosmentas. Debaixo da superfície, estavam os restos de incontáveis almas. Mas nós tínhamos ousado viajar através dele. Alguns nunca foram corajosos o suficiente para explorar suas profundidades aveludadas e sombrias, seu precioso ar..."

O projeto será utilizado para um estudo sociológico sobre uma interação completamente documentada entre mais de mil aspirantes a autor. A Universidade de Monfort publicou uma análise também, na qual estudaram as ações do editor mais ativo, "Pabruce", descrevendo suas relações com outros editores, e supondo seus motivos".

------------------

Martelada do Dia: A proposta de criação dos blogs, podcasts e videocasts das diversas disciplinas da UniFOA segue um caminho paralelo ao deste projeto de livro coletivo. A diferença está no fato de que os alunos irão construindo a inteligência coletiva de cada grupo, com as postagens de cada membro, e essa interação e visibilidade farão com que todos - de todos os grupos e de todas as turmas - comecem a refinar suas idéias, organizar seus pensamentos e, como conseqüência, projetar de forma mais eficiente.

Revista multimídia

Algo de estranho tem ocorrido no blog. Já publiquei duas postagens que sumiram, talvez devido aos fortes ventos dos últimos dias. De qualquer forma, vou inserir mais este post enquanto tento resolver o problema e dar sequência à minha série de reportagens.

Revista impressa terá anúncio em vídeo
A revista Entertainment Weekly lançará na edição de setembro um anúncio que tocará um vídeo, que poderá ser repetido à vontade do leitor. Você leu certo, prezado leitor: uma revista impressa tocará um vídeo!

A novidade foi lançada pela rede de TV americana CBS e pela Pepsi. Trata-se de um microprocessador de 2,7 milímetros de espessura, com uma tela LCD de resolução de 320 x 240 pixels, contendo cerca de 40 minutos de áudio e vídeo, que começará a rodar assim que o leitor virar a página do anúncio. O chip virá com uma bateria capaz de durar até 75 minutos, que poderá ser recarregada através de um cabo USB que acompanha o anúncio.

Será possível ainda assistir a trechos de seriados novos e consagrados da CBS - como a comédia Two and a Half Men e o policial NCIS: Los Angeles - e um anúncio da Pepsi para promover seu novo refrigerante diet "para homens". A tecnologia, desenvolvida pela empresa Americhip, de Los Angeles, é a mais nova aposta dos marqueteiros para fisgar um público cada vez habituado ao uso das novas tecnologias.

Vídeo-em-impressão
Esta nova vertente marqueteira permite uma experiência de degustação de produtos - no caso, os seriados - totalmente inédita a história da humanidade e abre espaço para inovações diversas, inclusive aquelas ligadas à obras literárias, das quais eu venho falando muito e ainda vou apresentar diversas situações por aqui.

O custo da tecnologia ainda é relativamente alto, mas todo mundo já sabe que sua aplicação em larga escala reverterá isso a patamares cada vez mais aceitáveis. Mais um campo de trabalho para os designers do futuro próximo, aquele que está ali, dobrando a esquina.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Nova Internet - parte dois: Web ao Quadrado

O título acima pode parecer esquisito, mas nós, internautas brasileiros, já estamos acostumados com esses neologismos informáticos derivados da língua inglesa. Então, se você quiser saber mais a respeito, venha comigo em mais uma emocionante aventura do Túnel do Tem... êpa, seriado errado!

Web ao Quadrado: quando a Web 2.0 se encontra com a Internet das Coisas
Recentemente, Tim O'Reilly e John Battelle lançaram um artigo intitulado Web Squared: Web 2.0 Five Years On, cujo foco é a interseção das tecnologias sociais da Web com a emergente Internet das Coisas, que a grosso modo significa a interação de objetos físicos (também chamados erroneamente de "reais") com a Internet. O termo Web ao Quadrado foi cunhado para demonstrar que as oportunidades deixaram de crescer aritmeticamente para crescer exponencialmente, o que eu tenho certeza de que muita gente ainda não percebeu.

Inteligência Coletiva 2.0
O relatório começa com a afirmação dos autores de que o ponto fundamental da Web 2.0, definido em 2004, é justamente o da criação de inteligências coletivas, e que agora, em 2009, eles perceberam a inclusão de várias áreas que não haviam sido previstas anos atrás, como dispositivos móveis e outros objetos conectados à Internet.

No início, apenas os seres humanos é que agiam ativamente para a construção destas inteligências coletivas, mas agora existe também a interferência de sensores dos mais diferentes tipos de objetos, contribuindo para essa construção.

Essa realidade tornou possível o surgimento de um ciclo virtuoso de feedback baseado em aplicações que aperfeiçoam o conteúdo de acordo com o uso das pessoas. Resumindo: quanto mais for usado, melhores serão os resultados.

-------------

Martelada do dia: Na semana passada (e nesta), informei a todas as minhas turmas de Design Gráfico da UniFOA que os grupos de trabalho deverão criar e alimentar um blog, desenvolver um podcast quinzenal (a partir das postagens do blog) e um videocast em machinima para o final do semestre (com os resultados de cada projeto).

O argumento que usei para justificar a carga adicional de trabalho foi o da grande visibilidade que estas ferramentas da Web 2.0 oferecem, proporcionando maiores possibilidades de estágios, projetos independentes e até mesmo emprego (inclusive dois alunos de uma mesma turma tornaram público que, graças aos seus blogs, receberam várias ofertas de emprego).

Falei também que essas ferramentas precisam fazer parte do cotidiano deles, designers em formação, pois serão a realidade profissional do futuro próximo, aquele que está ali, dobrando a esquina. Só não falei ainda da questão sobre a construção de uma inteligência coletiva das turmas e, consequentemente, do curso, mas isso eu penso que eles vão acabar percebendo em breve. Espero que entendam o potencial destas ações e tirem todo o proveito possível.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Livro Eletrônico - parte dois: Internet e Literatura

Em maio deste ano, dei uma palestra no UniFOA sobre “ A Biblioteca do Futuro e o uso das novas tecnologias no incentivo à leitura”. Desenhei a trajetória do leitor desde meados do século XIX, passando por todo o século XX, onde desde a década de 1920 a leitura se tornou “multimídia”, até uma projeção do que deverá acontecer na década de 2010.

Um momento que me surpreendeu muito foi quando perguntei aos alunos presentes, quantos tinham o hábito de ler livros com regularidade. A maioria levantou a mão, indo na contra mão (perdoem o trocadilho) do que tenho visto em outras universidades, tanto públicas quanto particulares. Aproveitando o gancho e dando continuidade à nossa série de reportagens sobre livros eletrônicos, vamos ver o que a Internet tem proporcionado aos autores, principalmente aqueles que não conseguem ultrapassar os “altos muros” das editoras e publicar suas obras.

Você que está aqui no meu blog já percebeu que publicar um livro já não é mais tão difícil quanto antigamente, graças às novas tecnologias de impressão e à própria Internet. Seja em livros impressos sob demanda ou em blogs como esse, uma legião de milhões de escritores publica cada vez mais, numa atividade que caminha para se tornar realmente lucrativa.

Até há bem pouco tempo, o “filtro editorial” jogava no lixo milhares de manuscritos por ano por não se enquadrarem nas normas da empresa, não seguirem nenhuma tendência de mercado, por ausência de relações interativas entre autor-editor/diretor/presidente (entenderam o que eu, sutilmente, quis dizer?) e outros motivos nem sempre muito claros.

Com a Internet, o paradigma vem mudando a galopadas. Desde que as redes sociais se estabeleceram com sucesso, ficou patente que existem milhões de pessoas no mundo que compartilham dos mesmos gostos que cada um de nós, por mais esdrúxulos que possam ser considerados. O melhor exemplo disso são as comunidades do Orkut. Já pararam para ver os títulos? E a quantidade de membros? Pois é...

Atualmente, a maioria dos “autores instantâneos” vende apenas algumas dezenas de cópias. Ainda não é lucrativo, não dá para estabelecer um orçamento estável em cima desta receita, mas a publicação por unidade (também conhecida como “sob demanda”) está permitindo que milhares de pessoas realizem sua ambição de ser escritor. O que já é um ótimo passo, visto que nem isso os autores conseguiam nas grandes editoras e até mesmo nas pequenas, que por imprimirem em gráficas convencionais, tinham que estabelecer uma quantidade mínima que fosse capaz de pagar ao menos os custos de produção.

Embora aqui no Brasil os custos de produção de um livro sob demanda ainda sejam altos, a crescente procura fará com que essa curva comece a cair ou então eles perderão terreno para a concorrência internacional, que não dorme no ponto. Só para dar uma idéia da dimensão crescente do negócio, “editora por unidade” Lulu.com já publicou quase 250 mil livros desde que abriu, em 2002, e o número de suas vendas mensais vem crescendo a cada mês. A Amazon.com começou a vender publicações por unidade em 2007 e através do CreateSpace permitia que cineastas e músicos fizessem seus próprios DVDs e CDs.

Modelo de Negócios Inteligente
Os programas para editoração do conteúdo são fáceis de usar. Uma vez pronto o texto, basta que os autores selecionem as opções básicas, incluindo o tamanho do livro, tipo de encadernamento e se o livro terá ou não capa dura. Depois que o original é enviado, o autor vai a uma página onde seleciona a fonte e projeto gráfico capa.

O grande barato é que mesmo depois de uma impressão, é possível voltar e corrigir erros de digitação ou outras mudanças que forem significativas para as próximas edições. Ao contrário de outros tipos de publicação, em que autores pagam para ter uma tiragem feita em impressoras tradicionais, a publicação por unidade não custa um centavo ao autor. As editoras produzem livros apenas depois de encomendados e pagos, eliminando a necessidade de estoques. Elas cobram por impressão ou porcentagem nas vendas, e estabelecem o sistema de pagamento, as lojas online e as ferramentas de marketing na web.

Alguns autores publicam livros por unidade na esperança de serem vistos por uma grande editora. Mas nem todos os que utilizam este tipo de publicação querem ser famosos. O sistema também permite que pequenas empresas façam brochuras de alto nível e roteiristas vendam seus scripts, além da possiblidade de fazer livros de casamento e outros eventos para amigos e a família.

-----------


Martelada do dia: que tal dar uma consultada no preço de impressões sob demanda para produzir peças profissionais para o seu portifólio?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Livro Eletrônico - parte um: Super Autor Digital

Ele não veio de Krypton e nem adquiriu poderes especiais graças aos raios de nosso Sol amarelo. Mas conseguiu a façanha de ter escrito mais de 200 mil livros com o auxílio do computador. Inaugurando a nossa série de reportagens sobre livros eletrônicos, vamos falar desta interessante inovação criada por um professor de uma escola de administração na França.

Escrever um livro não é uma tarefa fácil. Posso falar por experiência própria pois eu mesmo já escrevi pouco mais de meia dúzia. Criar a sinopse, desenvolver a história – escrevendo e reescrevendo várias vezes – escolher o título e criar o projeto gráfico, só para citar algumas etapas, dá bastante trabalho.

Mas se você gosta, o resultado final costuma compensar o esforço, mesmo que não encha muito os bolsos. Eu passei a produzir muito mais livros depois que tive acesso aos programas gráficos de computador, mas soube recentemente do caso de um escritor que se tornou uma sumidade devido ao uso da computação para a criação de mais de 200 mil livros!



Philip M. Parker (foto) se auto intitula "o autor mais publicado da História" e uma busca pelo nome de sua editora, no site da Amazon.com, mostra que ele ainda ganha um bom dinheiro com isso.
a
Mas vamos explicar o que realmente acontece e, quem sabe, inspirar você a pensar sobre o assunto e talvez encontrar um “caminho” para seguir e criar suas próprias inovações. Os livros publicados sob o seu nome estão mais para compilações do que propriamente para criações e Parker deveria ser definido como um compilador e não como um escritor.

Ele trabalha como professor de Inovação, Negócios e Sociedade na Insead, uma escola de administração de empresas com campi em Fontainebleau, na França, e em Cingapura. Graças à sua visão de diferentes áreas do conhecimento que cada vez estão mais integradas, Parker desenvolveu algoritmos de computador que recolhem informações publicamente disponíveis sobre um tema (seja ele conhecido ou obscuro) e, com a ajuda de 60 ou 70 computadores e seis ou sete programadores, faz delas livros em diversos gêneros, muitos deles com tamanho da ordem de 150 páginas e impressos apenas quando um cliente encomenda um exemplar.

Seria como se, a grosso modo, você pegasse todas as peças de teatro de domínio público em Língua Portuguesa e criasse, a partir delas, outras obras, seja para teatro, televisão, cinema ou até mesmo literatura. Acabei de dar uma ótima idéia, não acha? O que está esperando?

Parker afirma que seu compilador defende idéias provocantes - e aparentemente lucrativas - quanto ao que define um livro. Como ele trabalha sob demanda (a partir de encomendas), não corre o risco de encalhe e embora a maior parte de seus livros vendam apenas algumas dezenas de exemplares, os “best sellers" atingem a marca de várias centenas.

Se fizermos uma conta por baixo e supormos que cada livro tenha vendido apenas 100 exemplares a US$9,99 cada um (o preço médio dos livros eletrônicos vendidos pela Amazon para serem lidos no Kindle), multiplicando isso por 200 mil títulos teremos o suculento resultado de quase DUZENTOS MILHÕES DE DÓLARES!!!!!

Não sei se ele realmente já conseguiu ganhar isso, mas sendo um professor de Inovação, Negócios e Sociedade, não lhe deve faltar visão de nichos lucrativos de mercado. E como eles são distribuídos eletronicamente e vendidos por encomenda, mesmo baixas vendas garantem que, no âmbito geral, ele esteja no lucro.

Sua empresa, o Icon Group Internacional, é a longa cauda de uma curva de sino exibida em forma concreta, e gera vendas totais significativas com base em um catálogo de títulos que ninguém imaginaria possível vender.

O Icon "é um exemplo muito inovador e interessante de editora que opera por encomenda", disse Kurt Beidler, um executivo da Amazon.com que cuida dos serviços editoriais da BookSurge, a divisão da Amazon que produz livros sob encomenda.

Muitos dos exemplos de livros impressos por encomenda envolvem títulos antigos, que caíram em domínio público, e são reimpressos. Mas eles operam como um negócio novo, e utilizam essa capacidade a fim de apresentar material inédito aos consumidores.

Sua clientela é composta principalmente por bibliotecas médicas (que adquirem quase tudo que ele produz), editoras de revistas de palavras cruzadas e/ou de poemas e até roteiros de programas para TV.

Com o sucesso de seu projeto, Parker está estabelecendo as “bases” para romances de amor gerados por uma série de novos algoritmos. Ele decidiu se dedicar a um esforço por automatizar trabalho chato ou difícil. Comparando-se a um discípulo distante de Henry Ford, ele disse que estava "desconstruindo o processo de levar um livro ao leitor, e automatizando cada passo possível do processo". Acrescentou ainda que "meu objetivo não é que o computador escreva um texto, mas que ele execute as tarefas repetitivas, que seria dispendioso demais realizar de outra maneira". Além disso, Parker descreveu sua motivação de oferecer conteúdo que o mercado tivesse negligenciado devido à falta de uma audiência clara.

-----------------------

Martelada do dia: Agora, vou fazer uma provocação para os meus alunos de Design Gráfico e de Jogos Digitais: além do conteúdo padrão das disciplinas, vamos criar um blog, um podcast e um videocast em machinima. Quais tipos de inovações vocês acham que será possível empreender usando apenas essas ferramentas gratuitas da Web 2.0?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Nova Internet – parte um: Mais rápida do que uma bala? Mais rápida do que um phaser!

Aqui começamos uma série de postagens sobre as mudanças significativas da Internet que vão proporcionar outras tantas mudanças em nossas vidas, seja no trabalho, diversão ou naquelas atividades enfadonhas como pagar contas.

O assunto agora é velocidade de conexão. Aqui no Brasil, vivemos a “piada de mau gosto da banda larga” oferecida por algumas péssimas prestadoras de serviço. Exagero? Dê uma consultada no Procon e veja as posições que elas ocupam no ranking de reclamações. Vamos olhar agora alguns exemplos melhores e avaliar o quanto ainda precisamos caminhar para ter uma conexão decente, estável e útil para o cidadão, que paga muito caro pelo pouco que recebe. Apertem os cintos!

Portugal a mil!
Com o perdão do trocadilho, nossa primeira notícia vem do Velho Mundo. Foi anunciado recentemente que Portugal terá 1ª conexão de 1 Gigabit por segundo da Europa, através da operadora Zon. Ele será o primeiro país do continente com Internet de 200 Mbps e 1 Gbps e assim que os testes forem concluídos, os portugueses terão as duas novas velocidades de acesso à rede disponíveis nas residências.

O lançamento está previsto para setembro e, com isso, Portugal entrará na seleta lista de países mais avançados do mundo em termos de acesso à Internet. E olha que hoje não é ruim, pois a empresa Cabovisão já oferece a velocidade de 120 Mbps. Não é à toa que Portugal ocupa posição de destaque mundial nas pesquisas com Realidade Virtual e do uso de Mundos Virtuais na Educação. Um exemplo que o “governo” do Brasil deveria se espelhar.

Antes de sairmos da Península Ibérica, lembrei-me de uma conversa recente com uma amiga da Espanha, que também labuta na criação e desenvolvimento de seu próprio metaverso via OpenSim, que me disse que na Holanda o governo está cabeando as cidades para oferecer 1 Gigabit/s de velocidade aos usuários a preços acessíveis. Ela só lamenta que na Espanha as velocidades e os serviços das prestadoras sejam tão ruins, semelhantes ao que temos por aqui.

Por outro lado, na terra do Rei Arthur...
A coisa tá mais ou menos e ainda vai ficar modesta, em comparação aos seus vizinhos da Comunidade Européia. A operadora Virgin Media planeja oferecer velocidade de 200 Mbps, mas só em 2012. A velocidade média oferecida no Reino Unido hoje é de 4 Mbps, ficando atrás do pacote mais rápido da NET, aqui no Brasil, que atinge 12 Mbps, e da Telefônica, que lançou recentemente um serviço de fibra óptica restrito a alguns bairros da capital paulista cuja velocidade chega a 30 Mbps.

Enquanto isso, na Terra do Sol Nascente...
Bem, quando se fala de Japão e tecnologias de vanguarda, ninguém mais se espanta, mas por lá hoje a maior velocidade fica – pasmem! – abaixo da de Portugal, atingindo “apenas” 100 Mbits/s. Mas a boa notícia (para eles) é que o país terá conexão de 1 Gigabit por segundo a partir de outubro de 2009, oferecida pela operadora KDDI via fibra ótica destinada principalmente a usuários domésticos. O preço será de US$ 56,00 (aproximadamente R$100,00). Compare isso com a velocidade espantosa do Velox, de 2Mbits/s a 80 reais, e você terá uma ótima percepção de como somos "bem tratados".

E os japoneses não param por aí. Um grupo de pesquisa será montado por lá para desenvolver uma tecnologia ótica que substitua o Internet Protocol (IP) como padrão global de comunicação. A equipe será estabelecida em novembro deste ano pelo Instituto Nacional de Informação e Tecnologia da Comunicação, com a participação de empresas peso-pesados como a Nippon Telegraph & Telephone Corp., Fujitsu, KDDI, Hitachi, Toshiba e NEC.

O objetivo é desenvolver e comercializar, até 2015, uma rede que pode transferir 10 gigabits por segundo, 10 vezes mais rápido que a rede de próxima geração supra citada. O custo do projeto superará 30 bilhões de ienes (algo em torno de US$ 260 milhões) e consumirá pelo menos cinco anos de pesquisa. Projetos semelhantes já estão em desenvolvimento nos Estados Unidos e Europa, ainda sem previsão definitiva de lançamento comercial.

Esta rede ótica permitirá o acesso simultâneo de até 100 bilhões de dispositivos e ainda assim ter uma velocidade extremamente rápida. Tais características são importantes em um futuro onde não apenas computadores e telefones terão conexões, mas também câmeras de segurança, sensores médicos e uma grande quantidade de outros aparelhos eletrônicos.

É a tal “Internet das Coisas” da qual falaremos muito em breve, que no projeto japonês permitirá conexão sem fio, estável e de alta velocidade, até mesmo em trens-bala em movimento.

Eu poderia parar por aqui, mas não resisti a contar logo a nova safra de novidades. Se o texto acima deixou você animado, imagina como não será quando colocarem um motor de dobra espacial na Internet. Não entendeu? Trata-se do conceito de que a Nova Internet poderá ser até 10 mil vezes mais rápida que a atual. Senhor Sulu, dobra 5, ativar!

A Grade
Quem freqüenta o Second Life, OpenSim ou outros mundos virtuais está acostumado com o termo grid (grade) e parece que ele irá se estender para aquilo que hoje chamamos de Internet ou de Web. Mas no caso deste post, não estou me referindo ao conceito de Internet 3D, onde os mundos virtuais, interligados através da interoperabilidade causarão uma enorme mudança no cenário bidimensional – vulgo papel digital – a que nos acostumamos.

O Centro Fisico CERN, que trouxe ao mundo a World Wide Web, em 1989 (veja o site que comemora os vinte anos desta inovação tecnológica aqui), pretende lançar uma nova Internet, 10 mil vezes mais rápida. O mais impressionante desta história é que a novidade pode estar disponível aos consumidores dentro de um ou dois anos.

A empresa, sediada em Genebra, não usou a Internet tradicional no desenvolvimento dessa nova rede, pois a enorme quantidade de dados carregados e transmitidos poderia gerar um colapso na web. A Nova Internet, por outro lado, usa principalmente fibras óticas, e sua velocidade não será diminuída por componentes desatualizados. Atualmente, esta nova rede já conta com 55 mil servidores, número que deve chegar a 200 mil em dois anos. Ainda não se sabe se a grid será usada também domesticamente, nem se empresas optarão por construir suas próprias redes, similares a esta, mas algumas empresas e provedores de telecomunicações já estão começando a implementar um dos recursos mais poderosos da grid, conhecido como troca dinâmica. Por enquanto, o uso da nova rede ficará restrito a estudantes e pesquisadores, como astrônomos e biólogos.

Em paralelo, de volta à Terra do Sol Nascente, foi noticiado de que o Japão desenvolve uma nova Internet mais rápida e confiável. Através de um processo de pesquisa e desenvolvimento para criar uma nova geração de redes de computadores o país que é sinônimo de inovação tecnológica tem por objetivo substituir a Internet atual.

O governo japonês espera que a sua "Nova Internet" esteja disponível comercialmente até 2020, com a capacidade de transferir dados muito mais rapidamente e de forma mais confiável. Além disso, estão previstas tecnologias para deixá-la mais resistente a ataques de vírus e hackers e modos de redundância para contornar problemas de acessibilidade e negação de serviço, impedindo "apagões".

A nova rede colocará o Japão na vanguarda da inovação para a Internet, um posto que o governo acredita ser crucial para elevar a sua competitividade no mercado global. O país já concentra esforços para criar o que chamam de "e-Japão", uma rede nacional de comunicações que conectaria todo e qualquer dispositivo existente no país, desde telefones celulares até contêineres de transporte, com chips RFID.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Nova série de reportagens

Queridos leitores,

Por conta de meus projetos pessoais, dos de Iniciação Científica, do doutorado e dos e-mails que tenho recebido sobre os assuntos que abordo no meu videocast, vou iniciar uma série de reportagens focada nas novas tecnologias da informação e comunicação e o impacto em algumas profissões e também no cotidiano da população.

No decorrer desta e da próxima semana, postarei sobre as mudanças que se avizinham na Internet (algumas já foram publicadas por aqui), no mercado de livros e jornais, censura, uso de mundos virtuais na área da Saúde et cetera et al.

E um recado especial para os meus alunos: leiam com atenção! Esses assuntos estão diretamente relacionados com a formação acadêmica e a atividade profissional de vocês. Vamos conversar a respeito na sala de aula, mas é bom vocês já irem lendo, pensando e se preparando.

domingo, 16 de agosto de 2009

2012 - Onda Zero - websérie brasileira

Uma tendência que vem ganhando força neste ano de 2009 é a das produções independentes em vídeo, feitas especialmente para a Internet. Batizadas de webséries, seus episódios são de curta duração (algo em torno de um a sete minutos) e normalmente são produzidos de forma "alternativa", com poucos recursos, onde a qualidade do conteúdo é mais importante do que a qualidade técnica.

Isso abriu espaço para toda uma nova geração de cineastas, a maioria na faixa etária abaixo dos 30 anos, que está criando uma videosfera que se acredita será tão poderosa quanto a blogosfera. Só para deixar vocês com o mouse inquieto, informo que em breve teremos uma totalmente feita em machinima, nos moldes do Martelo do Archanjo.

Sucesso Made in Brazil
A razão deste post é anunciar o lançamento da websérie 2012 - Onda Zero, do cineasta Flávio Langoni, que narra as aventuras de JP, um jovem que vive a estranha experiência de vislumbrar (interagir?) com estranhos fenômenos e visões de um mundo devastado.

Gravada no padrão HD (High Definition) usado nos principais seriados americanos, com som Dolby 5.1 e trilha sonora original feita pela banda Hydria, 2012 - Onda Zero se destaca pela alta qualidade técnica, roteiro inteligente e inovador e atuação primorosa dos atores.

O elenco conta com Thiago Neri, Jhulie Campelo, Marlon Xavier, César Sarat, Ravini Padilha e Rachel Luzes. Escrita e dirigida por Flávio Langoni e filmada por Marcelo Saramago.

Abaixo, a chamada não oficial da série com uma música eletrizante da Hydria, seguida do Spot#1. Na próxima segunda-feira, teremos o primeiro episódio, não percam!.





Para acompanhar as novidades, visitem http://www.2012ondazero.com.br/video.html (site oficial) e o blog http://2012ondazero.blogspot.com/.

sábado, 15 de agosto de 2009

Martelo do Archanjo - Edição 001

Nesta edição, o Martelo do Archanjo apresenta o Movimento Crie Futuros, uma iniciativa iberoamericana para a criação de futuros desejáveis para a população. Archanjo Arcadia entrevista Ricardo Newton, pintor e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre sua atuação como artista e educador no metaverso do Second Life. O Avatar Bossa Nova e Jazz Lounge apresenta o clip Momentos Urbanos, um passeio pelas obras de Ricardo Newton com Archanjo Arcadia no piano executando a música Garota de Ipanema.

Pelas ondas da Internet, da Rádio Antena Zero - A Voz da Resistência e pela Ork Tv, com vocês, o Martelo do Archanjo!

Versão Integral - Videolog
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=471055



Versão em 3 partes - YouTube







sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Novos computadores a caminho

Mais uma da série "Essa você não vai ver no Jornal Nacional e similares"...

Quem me conhece sabe que detesto os noticíarios da mídia tradicional, engajada coletivamente em destacar desgraças e futilidades para deixar o cidadão ainda mais alienado, dando audiência para bizarrices como Big Brother, Faustão e outros detritos.

Pois bem, para aqueles que como eu são entusiastas das novas tecnologias da informação e comunicação e nas mudanças que elas empreendem na sociedade, coletei duas notícias interessantes, que podem (e vão!) se linkar com os posts mais recentes.

A primeira é sobre um processador quântico. Pela primeira vez, cientistas conseguiram efetuar cálculos computacionais utilizando bits quânticos iônicos, de forma sustentável, mantendo os dados armazenados mesmo depois que esses dados são lidos e suas informações transmitidas para outro local.

O experimento foi realizado no instituto NIST, nos Estados Unidos e superou desafios significativos rumo à transformação dos cálculos quânticos em pequena escala, feitos em laboratório, para verdadeiros processadores quânticos, operando em larga escala.

Ao contrário dos bits dos computadores atuais, os qubits dos computadores quânticos podem funcionar como 0s e como 1s simultaneamente. Estas e outras características particulares permitirão que os computadores quânticos superem largamente o poder computacional da arquitetura dos computadores eletrônicos atuais, mesmo admitindo todo o progresso que os computadores eletrônicos deverão experimentar no futuro.

A segunda notícia parece ainda mais ficção científica: biocomputadores moleculares. Isso mesmo, você não leu errado. São computadores biomoleculares, feitos de DNA ou de outras moléculas biológicas, que hoje existem somente em alguns poucos laboratórios especializados.

Dois pesquisadores do Instituto de Bioquímica Weizmann, Tom Ran e Shai Kaplan descobriram uma maneira de tornar esses dispositivos de computação microscópicos mais amigáveis ao usuário, criando um programa avançado para computadores biomoleculares que permite que essas máquinas "pensem" logicamente e respondam a questões passadas em linguagem quase natural.

Graças ao compilador desenvolvido por eles, as minúsculas gotas de água contendo as bases de dados biomoleculares foram capazes de responder a perguntas muito complicadas, brilhando em uma combinação de cores que representavam as respostas mais complexas.

Além de serem capazes de efetuar múltiplos cálculos simultaneamente, os computadores moleculares têm sido estudados para atuar diretamente no organismo, onde poderão executar operações dependendo da situação encontrada, como liberar moléculas específicas quando localizarem uma célula tumoral.

Agora combinem estas duas tecnologias com o Project Natal do XBox 360 e o poder computacional do Sequoia, futuro servidor da IBM, previsto para ser lançado em 2011 e que alcança 20 teraflops por segundo. Algo me diz que soltar pipa, rodar pião e usar quadro negro vão se tornar, definitivamente, coisa do passado...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma introdução antropológica ao You Tube



Um estudo recente, do professor Mike Wesh, da Universidade de Kansas (EUA), deixou-me perplexo: O YouTube consegue, em apenas seis meses, superar a quantidade de horas de vídeo produzidas pelas três maiores emissoras de TV dos EUA (ABC, NBC e CBS) durante SESSENTA ANOS! A conta é a seguinte: se pensarmos numa grade diária ininterrupta, das três emissoras, teríamos cerca de 1,5 milhão de horas. Por dia, segundo Wesh, o You Tube recebe 9.232 horas de produção de vídeo, o resto é matemática.

Desta produção diária, 88% é de conteúdo original e a faixa etária com maior participação oscila entre 18 e 34 anos, responsável por 50% do total. A outra metade seria dividida igualmente por jovens entre 12 e 17 anos (25%) e adultos acima dos 35 anos (25%). O professor coordena o grupo Digital Etnography, que pesquisa a utilização e o impacto do You Tube no dia a dia das pessoas, e afirma que a ferramenta vem provocando grandes mudanças de comportamento.

Por sincronicidade, nesta semana eu conversava com meus alunos de Design Gráfico e apontava justamente a importância do uso de ferramentas da Web 2.0 para disseminação de conhecimentos e conteúdos, como blogs, podcasts e videocasts. Avisei, inclusive, que em todas as disciplinas terão como parte da avaliação a criação e postagem em blog e a produção de um videocast em machinima igual ao "Martelo". Alguns ficaram meio espantados, mas acho que depois que eles começarem a fazer não vão querer parar tão cedo...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Vem aí o "Hype" da Realidade Aumentada

Ao que tudo indica, vem aí um novo hype no meio tecnológico: a Realidade Aumentada. Para quem não conhece, trata-se da adição de uma nova "camada de realidade" no mundo diante dos nossos olhos através do uso de dispositivos tecnológicos.

Dentre as, muitas aplicações possíveis, uma me chamou a atenção: AugmentedID, que é uma tecnologia de reconhecimento facial que permite que o usuário aponte a câmera do seu celular para o rosto de outra pessoa e então surja um perfil do mesmo, meios de contato, links para redes sociais e outras informações que o distinto indivíduo tiver decidido compartilhar com o mundo.

Fora das nossas fronteiras continentais, os marqueteiros começam a descobrir essa nova "realidade" e se organizam para criar a onda hype. Vamos ver o que pinta e quanto tempo seus confrades brasileiros demorarão para surfar nela. Só espero que não façam uma lambança igual ou pior àquela que promoveram junto ao Second Life, onde os clientes gastaram uma nota de respeito para criar coisas que qualquer construtor do SL (eu, inclusive) faria por 1/3 do preço e com milhares de vezes mais eficiência.

Para fechar o post, deixo com vocês esse interessante gráfico elaborado pela Gartner, sobre o tempo previsto de adoção das novas tecnologias. Observem que o item Public Virtual Worlds (Mundos Virtuais Públicos) está na faixa de 2 a 5 anos, junto com Internet TV, Eletronic Paper e E-Book Readers. Somem essas informações com o que discutimos aqui e você vai entender melhor quando eu falo das transformações que certas profissões - como os Designers Gráficos - vão sofrer a curto prazo. Quem for inteligente, vai começar a se preparar anteontem...



terça-feira, 11 de agosto de 2009

Sarau Carta Cultural Iberoamericana

Hoje é dia de mais um evento do fantástico Movimento Crie Futuros. Trata-se do Sarau Carta Cultural Iberoamericana que é um encontro de pessoas que desejam pensar o futuro de maneira mais criativa e positiva, onde através de bate papos e do uso de dinâmica lúdica são criadas propostas coletivas de futuros desejáveis.

No sarau de hoje teremos nove temas relacionados com a Carta Cultural Iberoamericana, que afirma a centralidade da cultura para o desenvolvimento. Caso ainda não conheça o movimento, visite o site e venha fazer parte do nosso grupo de discussões. E se você mora em São Paulo, não deixe de comparecer ao evento que vai acontecer no Espaço Enthusiasmo Cultural - Rua Cícero de Alencar 69, Butantã - (11) 3726-3646.

Se estiver em outros estados (como é o meu caso), é possível acompanhar o sarau, interagir por chat e acrescentar suas idéias pela TV Crie Futuros em http://www.criefuturos.com.br/

Muito sucesso, Lala!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A evolução da relação entre o físico e o virtual

Mais uma da sincronicidade...

Conversando na semana passada com meu amigo, professor e companheiro de viagens Luís Cláudio Belmonte, um de nossos assuntos mais demorados (e divertidos!) foi sobre a evolução da interação corporal com ambientes virtuais. Imaginávamos diversas situações que podem revolucionar a indústria do entretenimento, dentre elas a captura de lembranças para serem armazenadas e usadas em "bots" (neste caso, avatares sem a contraparte humana, Inteligências Artificiais). Com isso, poderíamos recriar momentos da nossa infância, rever entes queridos que partiram para outras dimensões et cetera. Falamos também sobre a criação de dispositivos que consigam estimular nosso cérebro para criar impressões táteis, olfativas e gustativas, que somadas aos estímulos visuais e auditivos criariam uma sensação de imersão completa.

Aí, navegando pelas ondas da Internet, deparei-me com a notícia do XBox Project Natal, cuja proposta lançada é a de intensificar a interação corporal com o console, indo muito além da fronteira que o Wii traçou. Dentre outras coisas, vai dar para ter um papo amigável com o seu avatar (que pode até levantar o teu astral se sentir que está triste), acessar a Internet e interagir "fisicamente" com outras pessoas (na verdade, tendo um feedback para determinadas ações), jogar com o próprio corpo sem o uso de nenhum joystick e por aí vai.

Com esse novo paradigma, aproxima-se o estágio de interação que tanto aguardo para os mundos virtuais. Algo tão interessante, cativante e absorvente que vai promover uma outra revolução (mais uma!) no comportamento humano. Se você quer dividir comigo esta expectativa e imaginar coisas fantásticas para se fazer, assista os vídeos abaixo:







Nem sei quanto vai custar, mas já estou a juntar as moedinhas de euro... rs

Aproveitando a oportunidade, aí vai um recado para os meus queridos alunos: prestaram atenção na Comunicação Visual, na interação, trilha sonora e nos ambientes destes vídeos? Pois é, aqui estão alguns exemplos práticos do que eu tanto falo em sala de aula. É como sempre digo: "se eu sou maluco, não estou sozinho no hospício".

Para fechar este post, um outro produto interessante é esta impressora 3D, que vai permitir a "impressão tridimensional" de avatares de mundos virtuais, de jogos e outros itens gerados em softwares de modelagem 3D. Depois que isso chegar nas universidades, será que a galera ainda vai querer ficar lixando peças de resina na oficina do Belmonte? rs

domingo, 9 de agosto de 2009

Dia do Papai


Aproveitando esse dia de comemoração, vou postar uma foto do meu pai na fazenda, mandando aquele abraço prá todo mundo. Abração procê também pai e um beijão enorme!

sábado, 8 de agosto de 2009

TEDxEdges



Desde que entrei no metaverso do Second Life, pude perceber que a participação da comunidade acadêmica portuguesa é muito forte. Em todos os eventos que rolam por aqui, a presença de Olga Cacao, PalUp Ling e Carlosss Lukas, dentre outros a quem muito admiro, é obrigatória para mostrar a velocidade com que os docentes d'além mar mandam ver quando o assunto é realidade virtual aplicada na Educação.

Neste post, vou reproduzir o texto do blog do professor Paulo Frias (PalUp Ling) sobre o evento TEDxEdges, que considero não só interessante como muito importante para os educadores brasileiros:

"A TED é uma associação sem fins lucrativos criada em 1984 a partir de uma conferência que juntou vários participantes de três áreas distintas: Technology, Entertainment, Design. Daí surgiu a sigla TED, e objectivos mais ambiciosos: uma Conferência Anual em Long Beach, Califórnia, a conferência TEDGlobal em Oxford, UK, e o conhecido site de vídeo TEDTalks onde é possível aceder gratuitamente a palestras das mais conhecidas personalidades mundiais em várias áreas.

Em 2009, a TED decidiu organizar a TEDxEdges, uma conferência que tem como objectivo debater os modelos tecnológicos adotados por Portugal, e comparar essas políticas com outras práticas internacionais, como a finlandesa e a israelita, e as de outros países de pequena dimensão e periféricos. Em futuras edições serão serão abordados os casos de outros países na TEDxEdges, que pretende dar início a um mais vasto movimento de empreendedorismo cultural.

Este ano, a TEDxEdges terá lugar no dia 18 de Setembro entre as 9:00 e as 19:30 na FLAD - Fundação Luso-Americana em Lisboa, e será transmitida em direto para o Second Life graças à parceria estabelecida entre a TED e a CCV - Comunidade Cultural Virtual.

Dos palestrantes da TEDxEdges em Portugal, cujo tema é "Promotion of an IT Cluster: a new technological model for Portugal towards the creation of new wealth" e onde serão abordados os casos de estudo de Israel e Finlândia, fazem parte: André Marquet (TEDxEdges), Artur Arsénio (MIT Club), Rui Ribeiro (Universidade Lusófona), Carlos Zorrinho (Coordenador do Plano Tecnológico), Francisco Veloso (Carnegie Mellon University), Carlos Oliveira (Mobicomp), António Murta (Coordenador do Minho Software Hub), João Picoito (Nokia Siemens Network), José Santos (DivergeDesign), Luís Monteiro (blogger da Rumo Antarctica), Paulo Glórias (WIT Software), Mário Silva (Oon Solutions), Tiago Forjaz (Fundação Talento), Paulo Santos (Tomorrow Options), Paulo Trezentos (Caixa Mágica), Miguel Sales Dias (Microsoft), Ana Linhares (Novos Povoadores), Álvaro Santos Pereira (Simon Fraser University).

Em breve será anunciada o local no Second Life para se assistir à conferência. Seria muito bom se os educadores brasileiros se organizassem para montar uma edição por aqui, não acham?

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Web 2.0 e Second Life na Educação

Hoje participei da série de palestras sobre "Web 2.0 e Second Life na Educação", dos professores Carlos Valente e Almir Vicenti, onde estas tecnologias educacionais foram apresentadas e com uma maciça participação de educadores de diversas partes do Brasil e até do exterior. Assim que ela estiver disponível para donwload, será inserida neste post.

Abaixo, estão os arquivos das duas palestras anteriores, que recomendo fortemente que assistam, pela luz que trazem ao momento atual e pelo estímulo e direção deste grande mestre aos educadores brasileiros que desejam se libertar da idade da pedra e partir para novas práticas em sala de aula, seja ela física ou virtual.

Palestra 01

APLICAÇÃO de NOVAS TECNOLOGIAS na EDUCAÇÃO from Prof. CARLOS VALENTE on Vimeo.



Palestra 02

2ª VIDEOCONFERÊNCIA de APLICAÇÕES de NOVAS TECNOLOGIAS na EDUCAÇÃO from Prof. CARLOS VALENTE on Vimeo.

domingo, 2 de agosto de 2009

E-book "Mundos Virtuais, Pessoas Reais"

Bastante conhecido no meio tecnológico, Cezar Taurion, Gerente de Novas Tecnologias da IBM Brasil, acaba de lançar um e-book intitulado “Mundos Virtuais, Pessoas Reais !!“, prefaciado pelo brilhante professor Carlos Valente, cujos vídeos você acompanha no outro post.

Para fazer o download, basta clicar aqui.


Abaixo, um trecho do livro:

“Houve um momento, em torno de 2006 e 2007 que os mundos virtuais, principalmente o Second Life, estavam “bombando”. O Second Life saía nas capas de revistas, pipocavam seminários por toda a parte, todos diziam que “estavam” ou pretendiam “estar” no Second Life. Em 2008 este frenesi começou a arrefecer e hoje quase não se fala mais no Second Life. Sinal que acabou? Não, os mundos virtuais continuam evoluindo, não mais nas capas de revistas, mas em iniciativas empresariais mais consistentes.”


O trabalho do Cézar vem se somar ao de outros educadores brasileiros que batalham pela implementação das novas tecnologias na Educação, de modo a proporcionar aos alunos uma experiência educacional mais rica, prazerosa e útil, reduzindo assim o abismo entre a sala de aula, os docentes e a instituição.


Fonte: Blog do Prof. Valente - http://www.novainter.net/.

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...