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domingo, 3 de outubro de 2010

Série Especial - INOVA (24): Princípios de Design para TV interativa


Já é fato largamente conhecido que a Tv Digital Interativa trará mudanças profundas na maneira como entendemos o entretenimento doméstico. Mais do que isso, ela trará impactos para a Educação em diferentes níveis, inclusive na versão continuada das empresas. Logo, é algo que devemos observar com muita atenção e cuidado, pois impactará bastante em nossas vidas.

INOVA apresenta um texto sobre como deve ser o design de interfaces para essa "nova mídia".


Interatividade: Princípios para o Design de Interfaces para a TV Digital Interativa
Quando se discute ou se produz interfaces gráficas específicas para conteúdos ou programas interativos para a TV Digital, alguns cuidados devem ser tomados. Afinal, a televisão e computador são aparelhos distintos, tanto em questões técnicas, como culturais e comportamentais.

No entanto, os estudos voltados a esse novo estado da televisão são recentes. E o pesquisador grego Konstantinos Chorianopoulos é um dos mais ativos sobre o tema, propondo inclusive alguns princípios de design para as interfaces gráficas televisivas, a partir de estudos etnográficos sobre a mídia.

Interação oportunista:
A interatividade não deve ser imposta ao usuário, mas sim opcional e ao mesmo tempo convidativa. O acesso e a intensidade a ela devem ser ativados a partir de uma escolha do telespectador.

Descontração na navegação e seleção de conteúdo:
Os conteúdos que permitem uma interação devem ser dispostos de maneira a proporcionar uma ação relaxada, próxima de um momento de passividade, qualidade intrínseca a cultura televisiva. Diferente do computador, o acesso não deve ser tratado como uma atividade que exige concentração maior como uma busca, mas sim como uma atividade exploratória e lúdica.

Agendamento e flexibilidade de programação de conteúdo:
As interfaces podem explorar principalmente aqueles conteúdos ou programas que não exigem um apelo de transmissão ao vivo ou que não estão disseminados no hábito diário do espectador. Podem-se criar oportunidades e soluções que permitam o acesso a audiovisuais gravados a partir de uma agendamento prévio ou disponibilizados automaticamente pelos canais fora do fluxo linear principal.

Isso permite uma flexibilidade na grade de programação de acordo com as diferenças de hábitos de cada indivíduo. As interfaces do sistema TiVo, nos Estados Unidos, e a Sky HDTV (antigo Sky +) são exemplos desse princípio.

Estímulo ao ato de assistir em grupos:
Diferente do computador que oferece geralmente um uso solitário (pelo menos do ambiente físico local onde se concentra o aparelho), a televisão historicamente e culturalmente permite uma visualização grupal, geralmente entre os membros da família ou amigos.

Em alguns casos, os programas transmitidos se estendem em discussões entre os membros. Essa situação de mídia coletiva ou social deve ser considerada na construção das interfaces para televisão, não só localmente, mas também através das possibilidades de dispositivos remotos síncronos.

Múltiplos níveis de atenção:
Acompanhando o ambiente de descontração e relaxamento que a televisão fornece, as interfaces não podem exigir do espectador uma concentração acentuada nas atividades interativas. Devem, portanto, oferecer uma organização informacional que permitam níveis diferenciados de atenção, principalmente aqueles que não exijam uma exclusividade em torno do aparelho televisivo.

Gramática e estética televisivas:
A linguagem das vinhetas e dos videografismos dinâmicos, além de outros elementos do repertório da televisão analógica devem ser considerados também no ambiente digitalizado. Aconselha-se evitar com isso metáforas e elementos gráficos essencialmente computacionais.

Conteúdo com contribuição do usuário:
Nesse novo quadro da digitalização, o espectador ou usuário da mídia televisiva tem a possibilidade de participar de modo mais efetivo e direto na produção e contribuição de textos, imagens e sons para programas já existentes ou mesmo para criação de novas modalidades de conteúdo.

Através de interfaces específicas, pode-se permitir a realização de comentários, compartilhamento de ideias, entre outros.

Comunicação de conteúdo enriquecido:
Assim como já foi apontado em princípios anteriores, como o estímulo ao ato de assistir em grupos e a contribuição do usuário em conteúdos, o espectador gosta de compartilhar suas experiências na televisão com outras pessoas, seja localmente ou através de outras formas de interação como a internet.

Assim as interfaces na televisão digital interativa devem abrir espaço para comunicação entre grupos distantes, seja ela síncrona ou assíncrona, isto é, em tempo real ou através de mensagens ou comentários como em e-mails.

O brasileiro Walter Cybis, autor do livro "Ergonomia e Usabilidade: Conhecimentos, Métodos e Aplicações", também vêm dedicando parte de suas pesquisas destinadas a ergonomia e usabilidade ao tema da TV Digita Interativa. Ele também fez alguns apontamentos que vão de encontro as ideias de Chorianopoulos, bem como trouxe algumas novas como:

Compatibilidade com as expectativas dos telespectadores:
As interfaces devem trabalhar de acordo com a pertinência dos anseios dos espectadores, concordando com princípios supracitados. Além disso, os conteúdos devem ser mostrar sedutores, atraentes e agradáveis, para o estímulo a interação.

Simplicidade e condução:
As interfaces devem empregar metáforas familiares ao repertório dos telespectadores para identificação das ações e comandos, tornando a interação o menos complicada possível.

Consistência:
Um sistema de identidade visual, que inclui definições tipográficas, cromáticas e gráficas, se mostra fundamental como principal elemento que confere consistência de um programa ou aplicação em televisão digital interativa.

Nitidez das apresentações:
As interfaces devem estar de acordo com as normas e padrões técnicos estabelecidos pela digitalização da televisão, como formato de tela (16:9), resoluções de vídeo e ajustes de cores.

Legibilidade:
Para promover essa nitidez anteriormente mencionada, os elementos dispostos devem se mostrar legíveis, principalmente os textos que precisam ser relativamente curtos e fontes com espaçamentos e tamanhos especiais.

Carga de trabalho limitada:
Devido a postura passiva do espectador e das limitações do controle remoto, as interfaces devem se atentar a uma navegação simplificada e curta, assim como ser eliminada a medida que o espectador desejar.

Esses princípios descritos por esses autores revelam acima de tudo uma preocupação com uma interface que se adeque ao comportamento e cultura televisiva, bem como os dispositivos físicos disponíveis como o controle remoto que permitem a interação. Sem esses cuidados a efetividade desses programas e aplicações interativas tendem a ser menores.

CONTAGEM REGRESSIVA: SETE!

domingo, 18 de abril de 2010

Archanjo 4.6 e Fantapunk 2.5



Saudações, queridos leitores!

Hoje eu tenho 2 bons motivos para comemorar: em primeiro lugar, estou lançando a minha versão 4.6 turbo, entrando definitivamente no segundo tempo da vida (o primeiro terminou ano passado, aos 45) e contando com uma boa prorrogação para além dos 90 (risos).
Resolvi postar aqui algumas músicas do antanho que eu adoro, mas que pouco tenho ouvido. Pode ter cheiro de mofo e poeira ancestral, mas são boas demais!!!

Ashes to ashes (Dennis Lambert)





All time high (Rita Coolidge)




Moonlight Serenade (Glenn Miller)




Smoke gets in your eyes (The Platters)




Teresa da Praia (Dick Farney e Lúcio Alves)




Aquarela (Toquinho)




Garota de Ipanema (Tom Jobim & Vinicius de Morais)




Gostava tanto de você (Tim Maia)





Em segundo lugar, meu cenário de fantasia, o Fantapunk, comemora hoje 25 anos de criação e desenvolvimento. Para comemorar, torno público que estamos desenvolvendo o primeiro metaverso brasileiro baseado em um cenário de fantasia utilizando a tecnologia do OpenSimulator, o Fantapunk Metaverse.



Maiores informações podem ser lidas no blog do projeto em http://www.fantapunk.blogspot.com/

Agora é bola prá frente! Pelas ondas da Internet, da Rádio Antena Zero - A Voz da Resistência e pela Ork Tv, uma nova temporada de videocasts se inicia.

Um beijo do anjo!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Martelo Mix


Está chegando uma novidade: meu novo videocast em machinima sobre... tudo! Ou quase. O Martelo Mix está previsto para estrear no dia 12 de setembro, então fiquem ligados!
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E no dia 15 de setembro, vai ao ar a edição 002 do Martelo do Archanjo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Revista multimídia

Algo de estranho tem ocorrido no blog. Já publiquei duas postagens que sumiram, talvez devido aos fortes ventos dos últimos dias. De qualquer forma, vou inserir mais este post enquanto tento resolver o problema e dar sequência à minha série de reportagens.

Revista impressa terá anúncio em vídeo
A revista Entertainment Weekly lançará na edição de setembro um anúncio que tocará um vídeo, que poderá ser repetido à vontade do leitor. Você leu certo, prezado leitor: uma revista impressa tocará um vídeo!

A novidade foi lançada pela rede de TV americana CBS e pela Pepsi. Trata-se de um microprocessador de 2,7 milímetros de espessura, com uma tela LCD de resolução de 320 x 240 pixels, contendo cerca de 40 minutos de áudio e vídeo, que começará a rodar assim que o leitor virar a página do anúncio. O chip virá com uma bateria capaz de durar até 75 minutos, que poderá ser recarregada através de um cabo USB que acompanha o anúncio.

Será possível ainda assistir a trechos de seriados novos e consagrados da CBS - como a comédia Two and a Half Men e o policial NCIS: Los Angeles - e um anúncio da Pepsi para promover seu novo refrigerante diet "para homens". A tecnologia, desenvolvida pela empresa Americhip, de Los Angeles, é a mais nova aposta dos marqueteiros para fisgar um público cada vez habituado ao uso das novas tecnologias.

Vídeo-em-impressão
Esta nova vertente marqueteira permite uma experiência de degustação de produtos - no caso, os seriados - totalmente inédita a história da humanidade e abre espaço para inovações diversas, inclusive aquelas ligadas à obras literárias, das quais eu venho falando muito e ainda vou apresentar diversas situações por aqui.

O custo da tecnologia ainda é relativamente alto, mas todo mundo já sabe que sua aplicação em larga escala reverterá isso a patamares cada vez mais aceitáveis. Mais um campo de trabalho para os designers do futuro próximo, aquele que está ali, dobrando a esquina.

sábado, 15 de agosto de 2009

Martelo do Archanjo - Edição 001

Nesta edição, o Martelo do Archanjo apresenta o Movimento Crie Futuros, uma iniciativa iberoamericana para a criação de futuros desejáveis para a população. Archanjo Arcadia entrevista Ricardo Newton, pintor e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre sua atuação como artista e educador no metaverso do Second Life. O Avatar Bossa Nova e Jazz Lounge apresenta o clip Momentos Urbanos, um passeio pelas obras de Ricardo Newton com Archanjo Arcadia no piano executando a música Garota de Ipanema.

Pelas ondas da Internet, da Rádio Antena Zero - A Voz da Resistência e pela Ork Tv, com vocês, o Martelo do Archanjo!

Versão Integral - Videolog
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=471055



Versão em 3 partes - YouTube







sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Novos computadores a caminho

Mais uma da série "Essa você não vai ver no Jornal Nacional e similares"...

Quem me conhece sabe que detesto os noticíarios da mídia tradicional, engajada coletivamente em destacar desgraças e futilidades para deixar o cidadão ainda mais alienado, dando audiência para bizarrices como Big Brother, Faustão e outros detritos.

Pois bem, para aqueles que como eu são entusiastas das novas tecnologias da informação e comunicação e nas mudanças que elas empreendem na sociedade, coletei duas notícias interessantes, que podem (e vão!) se linkar com os posts mais recentes.

A primeira é sobre um processador quântico. Pela primeira vez, cientistas conseguiram efetuar cálculos computacionais utilizando bits quânticos iônicos, de forma sustentável, mantendo os dados armazenados mesmo depois que esses dados são lidos e suas informações transmitidas para outro local.

O experimento foi realizado no instituto NIST, nos Estados Unidos e superou desafios significativos rumo à transformação dos cálculos quânticos em pequena escala, feitos em laboratório, para verdadeiros processadores quânticos, operando em larga escala.

Ao contrário dos bits dos computadores atuais, os qubits dos computadores quânticos podem funcionar como 0s e como 1s simultaneamente. Estas e outras características particulares permitirão que os computadores quânticos superem largamente o poder computacional da arquitetura dos computadores eletrônicos atuais, mesmo admitindo todo o progresso que os computadores eletrônicos deverão experimentar no futuro.

A segunda notícia parece ainda mais ficção científica: biocomputadores moleculares. Isso mesmo, você não leu errado. São computadores biomoleculares, feitos de DNA ou de outras moléculas biológicas, que hoje existem somente em alguns poucos laboratórios especializados.

Dois pesquisadores do Instituto de Bioquímica Weizmann, Tom Ran e Shai Kaplan descobriram uma maneira de tornar esses dispositivos de computação microscópicos mais amigáveis ao usuário, criando um programa avançado para computadores biomoleculares que permite que essas máquinas "pensem" logicamente e respondam a questões passadas em linguagem quase natural.

Graças ao compilador desenvolvido por eles, as minúsculas gotas de água contendo as bases de dados biomoleculares foram capazes de responder a perguntas muito complicadas, brilhando em uma combinação de cores que representavam as respostas mais complexas.

Além de serem capazes de efetuar múltiplos cálculos simultaneamente, os computadores moleculares têm sido estudados para atuar diretamente no organismo, onde poderão executar operações dependendo da situação encontrada, como liberar moléculas específicas quando localizarem uma célula tumoral.

Agora combinem estas duas tecnologias com o Project Natal do XBox 360 e o poder computacional do Sequoia, futuro servidor da IBM, previsto para ser lançado em 2011 e que alcança 20 teraflops por segundo. Algo me diz que soltar pipa, rodar pião e usar quadro negro vão se tornar, definitivamente, coisa do passado...

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Uma introdução antropológica ao You Tube



Um estudo recente, do professor Mike Wesh, da Universidade de Kansas (EUA), deixou-me perplexo: O YouTube consegue, em apenas seis meses, superar a quantidade de horas de vídeo produzidas pelas três maiores emissoras de TV dos EUA (ABC, NBC e CBS) durante SESSENTA ANOS! A conta é a seguinte: se pensarmos numa grade diária ininterrupta, das três emissoras, teríamos cerca de 1,5 milhão de horas. Por dia, segundo Wesh, o You Tube recebe 9.232 horas de produção de vídeo, o resto é matemática.

Desta produção diária, 88% é de conteúdo original e a faixa etária com maior participação oscila entre 18 e 34 anos, responsável por 50% do total. A outra metade seria dividida igualmente por jovens entre 12 e 17 anos (25%) e adultos acima dos 35 anos (25%). O professor coordena o grupo Digital Etnography, que pesquisa a utilização e o impacto do You Tube no dia a dia das pessoas, e afirma que a ferramenta vem provocando grandes mudanças de comportamento.

Por sincronicidade, nesta semana eu conversava com meus alunos de Design Gráfico e apontava justamente a importância do uso de ferramentas da Web 2.0 para disseminação de conhecimentos e conteúdos, como blogs, podcasts e videocasts. Avisei, inclusive, que em todas as disciplinas terão como parte da avaliação a criação e postagem em blog e a produção de um videocast em machinima igual ao "Martelo". Alguns ficaram meio espantados, mas acho que depois que eles começarem a fazer não vão querer parar tão cedo...

sábado, 1 de agosto de 2009

Martelo do Archanjo - piloto pré-air

Hoje estamos de volta, depois de mais de um mês de inatividade, no qual estivemos envolvidos com a produção dos primeiros episódios do videocast em Machinima do "Martelo do Archanjo". A proposta é oferecer ao público de língua portuguesa um programa inédito, destinado à difusão da Educação e da Cultura (e dá para separar uma da outra?) com o uso de novas tecnologias.

O videocast publicado a seguir é o "piloto pré-air", ou seja, a primeira experiência que realizei, inclusive antes das palestras Na UniFOA, em Volta Redonda, e no SENAED, no Second Life. Ele foi feito por ocasião do meu aniversário e alguns trechos foram reeditados para ficar num formato mais adequado ao padrão definido para os programas seguintes.

Aliás, falando nos outros videocasts que fiz no semestre passado, eles serão em breve agrupados em uma edição especial, que fará par com o programa normal, assim você não perderá nada dos assuntos que já foram abordados.

No dia 15 de agosto, entrará no ar o programa número 001, cujo teaser será postado aqui no dia 08/08 já para ir dando um gostinho do que vem por aí.

Neste programa de estréia, eu vou falar sobre Mundos Virtuais, a Internet 3D e o impacto em algumas profissões. O avatar Archanjo Arcadia entrevista o professor e game designer Marcos Archanjo e na seção musical, o "Avatar Bossa Nova e Jazz Lounge" apresenta Archanjo Arcadia e o Conde de Montekristo cantando um clássico da MPB, Teresa da Praia, com a participação especial de Teresa Le Blond.

Pelas ondas da Internet, da Rádio Antena Zero - A Voz da Resistência e pela Ork Tv, com vocês, o Martelo do Archanjo!

Abaixo, estão as opções de ver o programa inteiro pelo Vimeo ou em 3 partes pelo YouTube:




Martelo do Archanjo - piloto pré-air from Marcos Archanjo on Vimeo.




Parte Um



Parte Dois


Parte Três

terça-feira, 14 de abril de 2009

2010: o ano em que a Internet superará a TV na Europa

A Microsoft Europe publicou um relatório sobre a utilização da Internet na Europa e concluiu que, em meados de 2010, os europeus passarão mais tempo online do que assistindo televisão. A oferta de banda larga por lá cresceu 95% nos últimos CINCO anos e a média de permanência dos usuários é de 8.9 horas por semana.

A Microsoft prevê uma mudança significativa de padrões nos próximos cinco anos, devido a migração dos PCs para outros dispositivos de acesso à web, como console de games, IPTV e celulares. Com isso, espera-se uma queda no consumo da TV, rádio, jornais e revistas, que nos últimos dois anos vem apresentando um declínio lento e contínuo. O mesmo está sendo previsto inclusive para o mercado de DVDs, já que em 2010 os europeus passarão 14.2 horas por semana, na Internet contra 11.5 horas vendo Tv.

Claro que esta mudança não se dará no continente de forma homogênea, pois há uma clara divisão dos níveis de penetração da Internet entre o norte e o sul europeu e a tendência deverá se manter por alguns anos até que se atinja o ponto de saturação. Na Península Nórdica (que na minha opinião é o local mais adequado para se chamar de Primeiro Mundo) e na Holanda, a taxa de conectividade é altíssima, ultrapassando 80%, enquanto que em países como Portugal, Grécia e Turquia o índice fica em torno de 30 a 40%.

Vale lembrar que, na Europa, a banda larga responde por 83% das conexões ao ciberespaço, batendo até os EUA, que possuem um patamar de 70% de todas as conexões. Não vou citar o Brasil para não deixar ninguém chateado.

No meu post Mundos Virtuais serão a TV do futuro, eu dei uma palhinha sobre o assunto e as informações a seguir ajudam a reforçar a tendência e criar uma panorâmica do que está chegando. Hoje, cerca de 9% dos europeus assistem Tv em seus PCs (live TV) e 4% gravam seus programas favoritos no disco rígido ou em mídias como DVR. No entanto, isso não quer dizer que a era da televisão está chegando ao fim, mas para persistir e ser lucrativa, ela terá que se transformar em um dispositivo capaz de acessar a Internet e oferecer aos consumidores vídeos sob demanda, acesso às redes sociais e outras atividades online.

Fico daqui aguardando para ver como o mascate ilusionista vai se virar.

sábado, 11 de abril de 2009

Mundos Virtuais serão a Tv do futuro

Tenho participado de reuniões de projetos conectados com a Tv Digital que, dizem as lendas, algum dia irá funcionar de verdade aqui no Brasil. O ponto principal, que atrai a atenção de todos os participantes, é justamente a possibilidade da pulverização da criação de conteúdo devido a “interferência” dos usuários no processo, e a alta segmentação, assim como já acontece nos blogs, que criaram uma nova forma de se produzir e adquirir notícias.

Há cerca de quinze anos eu fui editor de revistas de RPG e sei bem da dificuldade de atingir o público-alvo, seja pelos altos custos de produção e distribuição, seja pelos entraves que obstruem o ingresso de novos entrantes no mercado.

Com a criação da blogosfera isso mudou, a despeito dos esforços que a mídia tradicional fez para desacreditar os blogueiros até que percebesse o inevitável e absorvesse este novo perfil profissional. Espera-se algo semelhante quando da criação da nova “sfera” que vai abrigar as TVs do futuro.

Claro que ninguém duvida que quando a porteira se abrir, vai ser aquela enxurrada de produções falando sobre tudo. A maioria terá qualidade baixa, inferior ao que estamos acostumados a ver em Tv a Cabo (já que a TV aberta é tão ruim, nem me digno a incluir no exemplo), mas um segmento significativo poderá competir com a mídia televisiva tradicional, vencê-la e transformá-la.

Lembrem-se de que sempre que houver opções, as pessoas irão escolher aquilo que mais lhe interessa e o padrão de qualidade de algo aprovado pelo público acaba influenciando tudo ao redor, obrigando o “nível geral” a subir junto.

Na hora que a Internet for navegável pela TV vai ser aquele diabo-nos-acuda, algo que as grandes redes tentam evitar a todo custo, inclusive manipulando para que só seja permitida a licença de um IPTV para quem já tem a concessão do governo para difusão através de canais de televisão.

Uma manobra sem vergonha, porém previsível. Previsível e inútil, pois se o meu site aparecer na televisão, sendo ele IPTV ou não, eu darei um jeito de você, fã das minhas produções, receber o que faço na melhor qualidade possível e fique satisfeito.

E la nave va...

Enquanto isso não acontece, existem milhares de produções alternativas (conceito antigo, que vem sendo reescrito a cada dia, conquistando nobreza e notoriedade) que arrebatam legiões de fãs. O próximo passo em termos de entretenimento, segundo a revista Época da semana passada, são as webséries, episódios de curta duração, altamente segmentados, onde a história prevalecerá às pirotecnias e que serão disponibilizados através da Internet, a maioria contando com algum tipo de atividade interativa associada.

Algumas produções já estão sendo geradas em HDTv, que permite a difusão por outros meios, em maior qualidade do que aquela usualmente encontrada na Internet.

Outra vertente que vem se consolidando junto ao público (jovem, especialmente) são as produções em machinima, filmes gerados dentro de mundos virtuais e ambientes de jogo (criei essa diferenciação para diminuir a confusão). Iniciado como uma brincadeira de gamers em seus jogos preferidos, o gênero vem crescendo em número de produções e qualidade e proporcionou o surgimento de canais de WebTV com produções próprias voltadas para o público que freqüentam estes ambientes.

Para se ter uma noção do que acontece hoje, basta visitar o portal Machinima ou fazer uma busca no YouTube sobre a tag “machinima”.


Algumas palestras da conferência Virtual Worlds Best Practices in Education foram retransmitidas pela SLCNSecond Life Channel Network, que possui shows e programas sobre diversos assuntos e promete inaugurar um novo canal em julho deste ano, fato que deve se repetir também aqui no Brasil, criado por designers, videomakers e gamers brasileiros.

Um dos segmentos que deve se utilizar bastante deste tipo de produção é a Educação, conforme foi bastante mostrado na conferência e a SLCN vem sendo considerado um importante passo rumo à televisão virtual.

Uma das palestras transmitidas do metaverso foi a do professor Tom Boellstroff (Tom Bukowski no Second Life), do Departamento de Antropologia da Universidade da Califórnia e autor do livro Coming of Age in Second Life: An Anthropologist Explores the Virtually Human.





Acima, a capa do livro de Boellstorff e uma imagem de seu avatar



O importante é que os novos produtores de conteúdo sejam capazes de entender que nos mundos virtuais e nas demais redes sociais, o novo paradigma não está mais focado em “ver algo”, atitude passiva a que nós, nossos pais e avós nos acostumamos desde os tempos das rádio novelas.

A nova proposta é “fazer algo”, daí a insistência na questão da interatividade, de manter o público antenado e interessado, oferecendo aquilo que ele quer, não o que o mascate ilusionista deseja que queira. Os comerciais como conhecemos serão banidos, pois ninguém está mais a fim de ouvir aquele chato das Casas Bahia ficar gritando freneticamente a bagulhada que está em promoção “só amanhã!”.

Apesar das corporações estarem se esforçando para acabar com a idéia de História, Autor e Indivíduo, a Internet vem demolindo cada vez mais essas barreiras. O consumidor 2.0 (ou 3.0) quer algo que atenda aos seus interesses. Não atendeu, bye, bye!

Resta agora aos mundos virtuais continuar seu crescimento, pensando numa forma de se tornar amigável a um número cada vez maior de usuários. Desta forma, seu sucesso e consolidação estarão garantidos.

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...