terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Nova Internet – parte um: Mais rápida do que uma bala? Mais rápida do que um phaser!

Aqui começamos uma série de postagens sobre as mudanças significativas da Internet que vão proporcionar outras tantas mudanças em nossas vidas, seja no trabalho, diversão ou naquelas atividades enfadonhas como pagar contas.

O assunto agora é velocidade de conexão. Aqui no Brasil, vivemos a “piada de mau gosto da banda larga” oferecida por algumas péssimas prestadoras de serviço. Exagero? Dê uma consultada no Procon e veja as posições que elas ocupam no ranking de reclamações. Vamos olhar agora alguns exemplos melhores e avaliar o quanto ainda precisamos caminhar para ter uma conexão decente, estável e útil para o cidadão, que paga muito caro pelo pouco que recebe. Apertem os cintos!

Portugal a mil!
Com o perdão do trocadilho, nossa primeira notícia vem do Velho Mundo. Foi anunciado recentemente que Portugal terá 1ª conexão de 1 Gigabit por segundo da Europa, através da operadora Zon. Ele será o primeiro país do continente com Internet de 200 Mbps e 1 Gbps e assim que os testes forem concluídos, os portugueses terão as duas novas velocidades de acesso à rede disponíveis nas residências.

O lançamento está previsto para setembro e, com isso, Portugal entrará na seleta lista de países mais avançados do mundo em termos de acesso à Internet. E olha que hoje não é ruim, pois a empresa Cabovisão já oferece a velocidade de 120 Mbps. Não é à toa que Portugal ocupa posição de destaque mundial nas pesquisas com Realidade Virtual e do uso de Mundos Virtuais na Educação. Um exemplo que o “governo” do Brasil deveria se espelhar.

Antes de sairmos da Península Ibérica, lembrei-me de uma conversa recente com uma amiga da Espanha, que também labuta na criação e desenvolvimento de seu próprio metaverso via OpenSim, que me disse que na Holanda o governo está cabeando as cidades para oferecer 1 Gigabit/s de velocidade aos usuários a preços acessíveis. Ela só lamenta que na Espanha as velocidades e os serviços das prestadoras sejam tão ruins, semelhantes ao que temos por aqui.

Por outro lado, na terra do Rei Arthur...
A coisa tá mais ou menos e ainda vai ficar modesta, em comparação aos seus vizinhos da Comunidade Européia. A operadora Virgin Media planeja oferecer velocidade de 200 Mbps, mas só em 2012. A velocidade média oferecida no Reino Unido hoje é de 4 Mbps, ficando atrás do pacote mais rápido da NET, aqui no Brasil, que atinge 12 Mbps, e da Telefônica, que lançou recentemente um serviço de fibra óptica restrito a alguns bairros da capital paulista cuja velocidade chega a 30 Mbps.

Enquanto isso, na Terra do Sol Nascente...
Bem, quando se fala de Japão e tecnologias de vanguarda, ninguém mais se espanta, mas por lá hoje a maior velocidade fica – pasmem! – abaixo da de Portugal, atingindo “apenas” 100 Mbits/s. Mas a boa notícia (para eles) é que o país terá conexão de 1 Gigabit por segundo a partir de outubro de 2009, oferecida pela operadora KDDI via fibra ótica destinada principalmente a usuários domésticos. O preço será de US$ 56,00 (aproximadamente R$100,00). Compare isso com a velocidade espantosa do Velox, de 2Mbits/s a 80 reais, e você terá uma ótima percepção de como somos "bem tratados".

E os japoneses não param por aí. Um grupo de pesquisa será montado por lá para desenvolver uma tecnologia ótica que substitua o Internet Protocol (IP) como padrão global de comunicação. A equipe será estabelecida em novembro deste ano pelo Instituto Nacional de Informação e Tecnologia da Comunicação, com a participação de empresas peso-pesados como a Nippon Telegraph & Telephone Corp., Fujitsu, KDDI, Hitachi, Toshiba e NEC.

O objetivo é desenvolver e comercializar, até 2015, uma rede que pode transferir 10 gigabits por segundo, 10 vezes mais rápido que a rede de próxima geração supra citada. O custo do projeto superará 30 bilhões de ienes (algo em torno de US$ 260 milhões) e consumirá pelo menos cinco anos de pesquisa. Projetos semelhantes já estão em desenvolvimento nos Estados Unidos e Europa, ainda sem previsão definitiva de lançamento comercial.

Esta rede ótica permitirá o acesso simultâneo de até 100 bilhões de dispositivos e ainda assim ter uma velocidade extremamente rápida. Tais características são importantes em um futuro onde não apenas computadores e telefones terão conexões, mas também câmeras de segurança, sensores médicos e uma grande quantidade de outros aparelhos eletrônicos.

É a tal “Internet das Coisas” da qual falaremos muito em breve, que no projeto japonês permitirá conexão sem fio, estável e de alta velocidade, até mesmo em trens-bala em movimento.

Eu poderia parar por aqui, mas não resisti a contar logo a nova safra de novidades. Se o texto acima deixou você animado, imagina como não será quando colocarem um motor de dobra espacial na Internet. Não entendeu? Trata-se do conceito de que a Nova Internet poderá ser até 10 mil vezes mais rápida que a atual. Senhor Sulu, dobra 5, ativar!

A Grade
Quem freqüenta o Second Life, OpenSim ou outros mundos virtuais está acostumado com o termo grid (grade) e parece que ele irá se estender para aquilo que hoje chamamos de Internet ou de Web. Mas no caso deste post, não estou me referindo ao conceito de Internet 3D, onde os mundos virtuais, interligados através da interoperabilidade causarão uma enorme mudança no cenário bidimensional – vulgo papel digital – a que nos acostumamos.

O Centro Fisico CERN, que trouxe ao mundo a World Wide Web, em 1989 (veja o site que comemora os vinte anos desta inovação tecnológica aqui), pretende lançar uma nova Internet, 10 mil vezes mais rápida. O mais impressionante desta história é que a novidade pode estar disponível aos consumidores dentro de um ou dois anos.

A empresa, sediada em Genebra, não usou a Internet tradicional no desenvolvimento dessa nova rede, pois a enorme quantidade de dados carregados e transmitidos poderia gerar um colapso na web. A Nova Internet, por outro lado, usa principalmente fibras óticas, e sua velocidade não será diminuída por componentes desatualizados. Atualmente, esta nova rede já conta com 55 mil servidores, número que deve chegar a 200 mil em dois anos. Ainda não se sabe se a grid será usada também domesticamente, nem se empresas optarão por construir suas próprias redes, similares a esta, mas algumas empresas e provedores de telecomunicações já estão começando a implementar um dos recursos mais poderosos da grid, conhecido como troca dinâmica. Por enquanto, o uso da nova rede ficará restrito a estudantes e pesquisadores, como astrônomos e biólogos.

Em paralelo, de volta à Terra do Sol Nascente, foi noticiado de que o Japão desenvolve uma nova Internet mais rápida e confiável. Através de um processo de pesquisa e desenvolvimento para criar uma nova geração de redes de computadores o país que é sinônimo de inovação tecnológica tem por objetivo substituir a Internet atual.

O governo japonês espera que a sua "Nova Internet" esteja disponível comercialmente até 2020, com a capacidade de transferir dados muito mais rapidamente e de forma mais confiável. Além disso, estão previstas tecnologias para deixá-la mais resistente a ataques de vírus e hackers e modos de redundância para contornar problemas de acessibilidade e negação de serviço, impedindo "apagões".

A nova rede colocará o Japão na vanguarda da inovação para a Internet, um posto que o governo acredita ser crucial para elevar a sua competitividade no mercado global. O país já concentra esforços para criar o que chamam de "e-Japão", uma rede nacional de comunicações que conectaria todo e qualquer dispositivo existente no país, desde telefones celulares até contêineres de transporte, com chips RFID.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...