sexta-feira, 30 de abril de 2010

Série Especial - O Outro Mundo (10): Notícias da Semana

O título acima é uma brincadeira referenciando os antigos cine-jornais de antanho. Nesta semana (e na passada também) tivemos diversas atividades no Second Life que decidi reunir neste post, então, vamos lá!





Design Fundamental
Na quarta feira, dia 28/04, eu dei uma palestra sobre as novas tecnologias na educação e os nativos digitais e sua forma de aprendizado. Para apresentar o assunto, tive a ajuda inestimável de meu avatar, Archanjo Arcadia, que fez um paralelo entre o modelo de educação do milênio anterior (a da tradicional masmorra) e aquele mais adequado aos alunos do novo século.

Ao invés de ficar falando, usando power point ou rabiscando com giz no quadro negro, um videocast em machinima - meu xodó - deu conta do recado e pela reação da platéia, penso que fui bem entendido e tive meu esforço aprovado. Uma baita recompensa, pois é para esse pessoal maravilhoso que eu dedico o teor das minhas aulas, que não são sempre tão divertidas quanto eu gostaria que fossem, mas sigo fazendo o melhor possível.

Este tema muito me interessa, pois tem estreitas ligações com o meu doutorado e eu tive a oportunidade de beber na fonte da excelente pesquisa, publicada em forma de livro pelo professor João Mattar, o nosso decano da EaD via SL. Recomendo essa publicação, seja você um educador, pesquisador, designer, curioso ou simplesmente uma alma iluminada que gosta de aprender.


Na mesa redonda, tivemos a participação de Paulo César Serra Filho (HellScream Grun), designer que executa e comercializa projetos de produto - no caso, motos iradas - para residentes do mundo virtual Second Life. Hell (como é carinhosamente conhecido no metaverso) contou sua experiência profissional e de como ele se sentia, quando aluno, frequentando "masmorras educacionais" ao invés de locais mais adequados à sua condição de nativo digital.


Outra participação brilhante foi a de Simone Queiroga (Sunset Quinnell), que atua como curadora de arte da galeria Ice Caverns, também no Second Life. Simone falou de diversas exposições ocorridas na galeria e de como sua atuação tem contribuído para tornar este metaverso mais conhecido do público brasileiro, além do desenvolvimento da percepção de ser mais um canal para a divulgação de diferentes tipos de manifestações artísticas e culturais.

Simone foi também a responsável pelo contato e nossa adesão ao projeto Trough de Virtual Looking Glass, uma exposição internacional de arte que usou o Second Life e universidades de vários países ao redor do mundo (o Brasil, inclusive, via UniFOA) para a divulgação do ensino e da produção artística.

Archanjo e Simone

Simone e Paulo

O auditório do Centro Histórico,
lotando de alunos do Design



O designer Danton Baêta, ostentando seu
novo penteado, que do lado esquerdo
da cabeça até se parece com o meu cabelo



O futuro do livro
Na quinta feira, 29/04, a designer Ana Cláudia Ribeiro, editora da e-Papers, deu uma excelente palestra na ilha do Portal Educação sobre as novas opções de leitura que estão surgindo e as implicações das mudanças no mercado editorial. Um tema que também muito me interessa, tanto como leitor voraz como autor de romances de ficção.

Tive a oportunidade de conviver profissionalmente com a Ana na virada do milênio e acompanhei a formação da sua editora, desde o plano de negócio até a fase de incubação na Incubadora de Novos Projetos da COPPE/UFRJ, na ilha do Fundão. Fico muito feliz com a sua trajetória de sucesso.


ENDIPE
Na quarta feira da semana passada, 21/04, participei da retransmissão para o Second Life da palestra da professora Eliane Schlemmer, da Unisinos (Violet Ladybird no SL), no Rio Grande do Sul, que estava no evento ENDIPE. Além de poder ouvi-la falar sobre suas pesquisas, conheci também alguns de seus orientandos presentes fisicamente no evento (em Belo Horizonte, na UFMG) e virtualmente no Second Life.

De quebra, ainda consegui ouvir o João Mattar, que também estava fisicamente no local. É nesses momentos que eu fico imaginando se a minha geração tivesse a oportunidade de nascer nativa digital, como não teriam sido os tresloucados anos 1960, 1970 e 1980.

É isso aí. Vamos em frente, que esse mundo não pára e muito menos "o outro"...

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Série Especial - Games (04): Games & Educação

Após o post anterior dessa série, tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas da área acadêmica sobre o impacto social dos games em diferentes atividades além do entretenimento e confesso que fiquei verdadeiramente impressionado!

Impressionado com a ignorância, o preconceito e a boçalidade que ainda reina entre mestres e doutores nesse nosso país de dimensões continentais, quando o assunto é tornar a sala de aula mais lúdica e produtiva do que as masmorras "atuais".

Não coincidentemente, todos aqueles com quem travei contato e tinham essa visão anacrônica, eram fãs do Big Brother...

Para dar uma apimentada na discussão e fornecer mais material para vocês que acompanham o blog possam refletir com imparcialidade, posto alguns vídeos sobre o tema, relacionado com a área educacional. Divirtam-se!







Bem, vamos seguir em frente em busca das nossas inovações e deixar aqueles que só fazem reclamar e moer dentes prá trás. Afinal, o bonde da História tá passando e é mais do que hora de pular no estribo...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

EXTRA! Design Fundamental - Palestra sobre novas tecnologias educacionais

Queridos leitores,

Gostaria de convidá-los para participar da minha palestra hoje, às 19 horas, no UniFOA - Centro Universitário de Volta Redonda - dentro do evento Design Fundamental - 1a Semana de Design do Sul Fluminense. O papo vai ser sobre novas tecnologias aplicadas à educação e para quem não puder estar presente fisicamente, temos a opção de acompanhar pelo Second Life.

Na mesa, teremos a participação do designer de motos SL, Paulo César Serra Filho (HellScream Grun), que vai apresentar aos alunos de Design a sua experiência na execução e comercialização de projetos de produto em um ambiente virtual, e de Simone Queiroga (Sunset Quinnell), curadora da galeria de arte Ice Caverns, que vai nos contar sobre seu trabalho de divulgar a arte brasileira e internacional dentro deste metaverso.

Vejo vocês por lá!

Série Especial - O Mundo do Futuro, hoje (07): Som & Imagem

Essa aqui é uma daquelas ideias esquisitas que podem acabar resultando numa baita inovação, causando revoluções sociais tal qual outras traquitanas tecnológicas que agora fazem parte do dia a dia de grande parte da população mundial.

Imagens 3D vão ao extremo com pixels voadores
Esqueça os óculos, as telas especiais, o ângulo de visão e tudo o mais que vem fazendo o sucesso dos filmes 3D.

Para levar o conceito de projeção tridimensional ao extremo, pesquisadores do MIT, nos Estados Unidos, decidiram construir pixels voadores: cada pixel da imagem flutua de fato no ar, criando uma imagem verdadeiramente 3D.

Os pixels ainda não podem sair voando para fora da tela do seu computador, mas agora eles já podem sair voando do chão, em um voo coordenado, até formar as imagens no ar, como uma nuvem luminosa. O projeto FlyFire usa um grande número de micro-helicópteros, do tipo encontrado em lojas de brinquedos, que voam dirigidos por controle remoto. Cada helicóptero contém pequenos LEDs coloridos e funciona como um pixel inteligente.

Controlados centralmente por um computador, os helicópteros são guiados de forma coordenada para executar coreografias elaboradas e sincronizadas, criando uma tela tridimensional no espaço, que pode assumir qualquer formato. "É como no filme, quando Pooh acerta uma colmeia: um enxame de abelhas sai em sua perseguição, mudando a formação de voo para se assemelhar a um animal," diz Kang E Roon, pesquisador do SENSEable City Lab, que está coordenando o projeto. "No Flyfire, cada abelha é essencialmente um pixel que emite luz colorida e configura-se em diferentes formas."



Usando uma tecnologia precisa de auto-estabilização e de controle, o movimento dos pixels é adaptável em tempo real. A "tela" Flyfire pode se transformar de uma forma para outra ou fazer uma projeção espacial 3D a partir de uma imagem fotográfica de duas dimensões.
"Hoje somos capazes de controlar simultaneamente apenas um punhado de micro-helicópteros, mas com o Flyfire nós queremos ampliar e atingir números muito grandes," disse Emilio Frazzoli, chefe do Laboratório que está desenvolvendo o controle de voo e estabilização dos micro-helicópteros.
Como bem sabe quem já brincou manualmente com um helicóptero desses, o nível de controle alcançado pela tecnologia de auto-estabilização é impressionante: o programa garante um posicionamento vertical estável de cada micro-helicóptero com uma precisão de 3 centímetros. O posicionamento lateral é mais complicado, e os pixels voadores devem ficar a 10 centímetros uns dos outros. Mas tudo deve ser bem combinado antes com o vento.
"O Flyfire abre possibilidades emocionantes: como em uma tela convencional, os pixels podem mudar de cor, mas agora eles também podem se mover, criando um rastro de luz transiente no espaço tridimensional," afirma Carnaven Chiu, outro membro da equipe. "Ao contrário dos monitores tradicionais, que só podem ser vistos de frente, o Flyfire torna-se uma tela imersiva de exibição tridimensional que pode ser desfrutada de todas as direções,".

Como os micro-helicópteros são bastante grandes, o experimento FlyFire é adequado para grandes ambientes, preferencialmente fechados, para evitar o vento, e onde as distâncias compensem o tamanho avantajado dos pixels. E o melhor efeito é obviamente conseguido no escuro.


Laser de som fica mais próximo da realidade
Primeiro veja o caso da luz: você aciona um gerador de fótons, mais conhecido como lâmpada, e a luz se espalha em todas as direções. Mas se você acionar um gerador especial de fótons, mais conhecido como laser, você terá os fótons seguindo ordenadamente uma direção precisa.
Agora vamos para o som: você liga um alto-falante, e as sondas sonoras se espalharão a partir dele seguindo seu desenho, em todas as direções. E ponto final. Aqui há, é claro, uma lacuna: ainda não existe uma "forma laser" de emitir sons, cujas ondas saiam perfeitamente dirigidas e concentradas.
Mas isto está prestes a mudar. Dois grupos de físicos, um dos Estados Unidos e outro do Reino Unido, trabalhando separadamente, anunciaram simultaneamente progressos rumo ao desenvolvimento dos lasers fonônicos - dispositivos capazes de emitir sons da mesma maneira que os lasers ópticos emitem luz. Quando completado, esse desenvolvimento deverá criar novos tipos de aparelhos de imageamento de alta resolução, além de várias outras aplicações médicas e industriais, como a possibilidade de transferir grandes energias à distância de forma concentrada.
Assim como os lasers ópticos foram incorporados em inúmeros aparelhos que já fazem parte do dia a dia das pessoas, um laser de som será o elemento fundamental de uma série de aplicações ainda inimagináveis.

A luz e o som são similares em vários aspectos: os dois podem ser pensados em termos de ondas e ambos vêm em unidades de mecânica quântica, ou quanta - fótons no caso da luz e fónons no caso do som. Além disso, tanto a luz quanto o som podem ser produzidos como coleções aleatórias de quanta - como no caso de uma lâmpada - ou como pacotes de ondas que viajam de forma coordenada - como é o caso da luz laser.

Pense, por exemplo, nas similaridades entre os microscópios ópticos e os microscópios acústicos, entre o sonar e o radar, e verá que há de fato muitas similaridades. Em termos da física clássica, isso acontece porque as mesmas equações de onda governam as oscilações dos átomos, dos íons e das moléculas em uma onda de som, e a oscilação dos campos elétrico e magnético em uma onda de luz.
E, em termos da física quântica, os quanta básicos da luz (fótons) e do som (fónons) obedecem às mesmas regras que descrevem todas as partículas bósons com spin inteiro. Muitos físicos acreditam que esses paralelos implicam que os lasers devem ser tão viáveis para o som como o são para a luz.

Enquanto sons de baixa frequência, no intervalo que os seres humanos podem ouvir (até 20 kilohertz), sejam fáceis de se produzir tanto de forma aleatória quanto ordenada, as coisas ficam mais complicadas na faixa dos terahertz (trilhões de hertz) - é nesta faixa super alta de frequências que se encontram as potenciais aplicações dos lasers fonônicos.
O problema é que o som viaja muito mais lentamente do que a luz, o que significa que o comprimento de onda do som é muito menor do que o da luz em uma determinada frequência. Com isto, as minúsculas estruturas que produzem ondas na faixa dos terahertz, em vez de gerarem um laser fonônico ordenado e coerente, tendem a emitir fónons aleatoriamente.

O grupo de cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, superou este problema montando um par de cavidades microscópicas que só permitem a emissão de frequências específicas de fónons. Eles também ajustaram o sistema para que ele seja capaz de emitir fónons de frequências diferentes, o que é feito alterando a distância entre as microcavidades.
Já o grupo britânico, da Universidade Nottingham, adotou uma abordagem diferente. Eles construíram o seu dispositivo com elétrons movendo-se através de uma série de estruturas conhecidas como poços quânticos. Conforme um elétron salta de um poço quântico para o próximo, ele produz um fónon.
Até agora, o grupo de Nottingham não demonstrou uma geração verdadeira de um laser de som, mas seu sistema amplifica os sons de alta frequência de uma forma que sugere que o dispositivo poderia se tornar o componente principal de um futuro laser fonônico.

Albert Einstein previu em 1917 a possibilidade da matéria emitir fótons coerentes, sempre com a mesma frequência e fase. Foi o que ele chamou de "emissão estimulada". O laser foi demonstrado na prática mais de 40 anos depois, em 1960. Desde então, o laser de fónons tem ocupado a mente de inúmeros pesquisadores. Quanto tempo levará para que ele se torne prático é uma questão difícil de responder.
É fato que o laser de som ainda não está pronto. Mas os dois desenvolvimentos tiram definitivamente a emissão de ondas sonoras de forma coerente e ordenada do campo das possibilidades teóricas, colocando o laser de som na agenda das realizações para um futuro próximo. Enquanto isso, os físicos já começam a exercitar as possibilidades de uso da nova tecnologia, que incluem o imageamento médico não-ionizante (sem a radiação dos raios X, por exemplo), aparelhos de medição de alta precisão, sons concentrados de alta energia - enfim, tudo indica que os lasers de som terão um futuro tão brilhante quanto os lasers de luz.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Série Especial - A Dimensão Humana (06): Sobre a Meditação e seus benefícios



O post abaixo reforça o conhecimento do uso de técnicas de meditação para combater inúmeros "males do mundo moderno" e reforçar o equilíbrio interior de todos nós. Para quem ainda não teve a oportunidade de conhecer, vale a leitura e a prática. Pode ter certeza de que os resultados serão positivos.

Curso rápido de meditação ajuda a lidar com a dor
Viver com dores constantes é algo extremamente estressante. Mas um "investimento" de tempo surpreendentemente pequeno, envolvendo o treinamento mental, pode ajudar as pessoas que estejam passando por problemas de saúde ou mesmo aquelas que têm dores crônicas.
Um estudo realizado na Universidade da Carolina do Norte (EUA), examinou a percepção da dor e os efeitos de várias técnicas de treinamento mental e descobriu que um treinamento rápido e simples de uma técnica chamada meditação da mente aberta tem efeitos positivos significativos sobre a sensação de dor.
Esta mesma técnica, de origem budista e frequentemente utilizada pela ioga, já mostrou resultados positivos para ampliar as habilidades visoespaciais e até mesmo para diminuir a progressão dos efeitos da infecção pelo HIV. Ao longo dos últimos dez anos, pesquisas relacionadas à dor têm mostrado extensivamente que a meditação pode ter efeitos positivos na redução da percepção e da sensibilidade das pessoas à dor.

Mas nem todas as pessoas têm o tempo, os recursos financeiros ou mesmo o acesso a professores ou escolas de meditação. Agora, este novo estudo demonstrou que uma única hora de treinamento, subdividida em três períodos de 20 minutos em três dias consecutivos, pode ter o mesmo efeito analgésico oferecido pela meditação mais intensiva.

"Este é o primeiro estudo a demonstrar a eficácia de uma intervenção tão breve na percepção da dor," afirma o Dr. Fadel Zeidan, um dos participantes da pesquisa. "Os participantes não apenas sentiram menos dores do que o grupo de controle durante a meditação, mas também durante os períodos nos quais eles não estavam mais meditando." "Nós já sabíamos que a meditação tem efeitos significativos sobre a percepção da dor entre as pessoas que a praticam há muito tempo - o cérebro dessas pessoas revela alterações radicais. O que nós não sabíamos é que um excelente resultado poderia ser alcançado em apenas três dias, com apenas 20 minutos de treino por dia".
Os pesquisadores destacam em seu artigo que a meditação causou uma diminuição na sensação de dor, mas não nas sensações em geral. No experimento envolvendo choques elétricos, por exemplo, todos os participantes do grupo que fez meditação reportou igualmente a sensação da eletricidade em seu corpo, mas a intensidade do choque registrada em seus cérebros foi muito inferior.


Técnica de meditação da ioga amplia habilidades visoespaciais
A meditação tem sido praticada há séculos como uma forma de acalmar a alma e trazer paz interior. Segundo uma pesquisa, publicada na revista Psychological Science, agora há evidências concretas de que um método específico de meditação pode temporariamente ampliar nossas capacidades visoespaciais - por exemplo, a capacidade para reter uma imagem na memória visual por mais tempo. Ou seja, a meditação permite aos seus praticantes um estado ampliado de consciência visual-espacial que dura por um período limitado de tempo.

Normalmente, quando nós vemos algo, a imagem é mantida em nossa memória visual de curto prazo apenas por um breve lapso de tempo - as imagens começam a esmaecer em uma questão de segundos. Entretanto, tem havido relatos de monges budistas que possuem habilidades excepcionais de retenção de imagens, sendo capazes de manter imagens complexas na sua memória visual de curto prazo por vários minutos e até por horas.
Liderados pela psicóloga Maria Kozhevnikov, da Universidade George Mason (EUA), uma equipe de pesquisadores começou então a investigar os efeitos de diferentes estilos de meditação budista sobre as habilidades visoespaciais. Os pesquisadores centraram seus esforços em dois estilos de meditação: a Ioga da Deidade e a Presença Aberta.
Durante a meditação Ioga da Deidade, o praticante foca intencionalmente na imagem de uma deidade de sua devoção. Isto exige construir uma imagem incrivelmente detalhada e tridimensional da deidade, além de focar nas emoções e no ambiente desse deus.
Por outro lado, os praticantes da Presença Aberta acreditam que a consciência pura não pode ser atingida focando-se em uma imagem específica e, assim, tentam distribuir sua atenção enquanto meditam, sem enfatizar ou analisar qualquer experiência, imagem ou pensamento que possa surgir.

Na pesquisa, praticantes experientes de Ioga da Deidade e Presença Aberta, juntamente com voluntários que não praticavam meditação, participaram de dois tipos de tarefas visoespaciais. As tarefas testavam suas habilidades de rotação - isto é, ser capaz de girar mentalmente uma estrutura 3-D - e sua memória visual - isto, ser capaz de, ao ver uma imagem, retê-la na memória e ser capaz de identificá-la entre várias outras imagens relacionadas.
Todos os participantes completaram a tarefa em uma primeira rodada. A seguir, os praticantes de meditação fizeram sua meditação de preferência por 20 minutos, enquanto os outros ficaram descansando ou fazendo atividade não-meditativas. Então todos completaram uma segunda rodada da mesma tarefa.

Os resultados mostraram que todos os participantes tiveram um desempenho semelhante na primeira rodada de testes, sugerindo que a meditação não resulta em uma melhoria das habilidades visoespaciais em geral, que dure por muito tempo. Entretanto, depois do período de meditação, os praticantes do estilo Ioga da Deidade de meditação demonstraram uma melhoria dramática tanto na tarefa de rotação mental quanto na tarefa de memória visual, em comparação com os praticantes da meditação Presença Aberta e com os participantes de controle.

Os resultados indicam que a meditação Ioga da Deidade permite que seus praticantes acessem níveis maiores de recursos na memória visoespacial, em comparação com os que não meditam nessa técnica ou não meditam de forma geral. Os autores afirmam que a descoberta "tem muitas implicações para as terapias e os tratamentos de perda de memória e para o treinamento mental." Eles concluem pela necessidade de futuros estudos que possam descobrir se a melhoria das habilidades é específica da meditação Ioga da Deidade ou se surge com outras técnicas de meditação.


Meditação é eficaz contra défice de atenção e hiperatividade
A técnica de meditação transcendental pode se transformar em uma forma segura e eficaz para o tratamento da síndrome de déficit de atenção entre estudantes. Segundo uma pesquisa publicada no jornal científico Current Issues in Education, a meditação transcendental, uma prática inspirada nas tradições religiosas orientais, pode ser mais eficaz do que os tratamentos baseados em medicamentos.

O estudo foi feito com estudantes do ensino médio nos Estados Unidos, todos diagnosticados com Transtorno do Défice de Atenção e Hiperatividade, ou ADHD na sigla em inglês (Attention-deficit hyperactivity disorder). Depois de três meses, nos quais os estudantes praticaram a meditação duas vezes por dia na escola, os pesquisadores registraram uma redução de 50% no estresse e na ansiedade e melhoria nas avaliações dos sintomas da hiperatividade.
"O efeito foi muito maior do que esperávamos," afirma Sarina J. Grosswald, da Universidade George Washington. "As crianças também apresentaram melhoras na atenção, na memória funcional, na organização e no controle do comportamento."

O estudo também entrevistou os professores dos alunos que participaram das sessões de meditação transcendental. Os professores relataram uma maior facilidade para dar as aulas, a transmissão de um maior volume de informações e afirmaram que os estudantes estavam aprendendo mais porque se apresentavam menos ansiosos e menos estressados.
Estudos anteriores demonstraram que crianças com transtorno do défice de atenção e hiperatividade apresentam um desenvolvimento cerebral mais lento e uma capacidade reduzida para lidar com o estresse. "O estresse interfere com a capacidade de aprendizado - é como se ele desativasse o cérebro," explica William Stixrud, outro participante da pesquisa.

Os pesquisadores escolheram a meditação transcendental porque ela tem se comprovado eficiente em inúmeros outros estudos com adultos. E como ela não exige grande treinamento, ou altos índices de concentração e controle da mente, a meditação transcendental está se mostrando valiosa também para aplicação em crianças, mesmo naquelas que se apresentam as mais dispersas de todas.


Imaginação infantil pode curar dor de barriga
Uma pesquisa feita por pesquisadores norte-americanos indicou que crianças podem aprender a usar a imaginação para lidar com dores abdominais frequentes. A pesquisa usou um CD de relaxamento pedindo que as crianças se imaginassem "flutuando em nuvens" ou pensassem em um objeto brilhante "que se derreteria em sua mão e então espalharia calor e luz em sua barriga impedindo qualquer irritação na região". A técnica teria levado a uma melhora impressionante dos sintomas. Ao todo, 30 crianças entre seis e 15 anos participaram do estudo publicado na revista especializada Pediatrics.
A metade delas ouviu diariamente por 8 semanas um CD com sessões de 20 minutos de "imagens guiadas" - uma técnica que estimula o paciente a imaginar coisas que podem reduzir a dor. A outra metade usou tratamentos convencionais. Entre as crianças que usaram o CD, 73,3% disseram que a dor abdominal diminuiu pela metade ou mais ao fim do tratamento, comparado com 26,7% do grupo que usou o tratamento tradicional.

Em dois terços das crianças, a melhora ainda era aparente seis meses depois. Segundo os especialistas, a técnica de "imagens guiadas" funciona particularmente bem em crianças porque elas têm imaginação fértil. O CD foi usado porque os pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte e do Centro Médico da Universidade Duke não contavam com terapeutas em número suficiente.
"Ainda não está claro exatamente como o tratamento funciona, mas estudos mostraram que o resultado se deve em parte à redução da ansiedade, mas também há um efeito direto na resposta contra a dor. Tratamentos autoadministrados são, obviamente, muito baratos e podem ser usados como complemento a outros tratamentos, o que potencialmente abre portas para melhorar os resultados para muitas crianças sofrendo com dores de estômago frequentes", disse a líder do estudo, Miranda van Tilburg.

Pesquisas anteriores já haviam indicado que a hipnose é um tratamento eficaz contra uma série de doenças, incluindo vários tipos de manifestações gastrointestinais crônicas. O gastroenterologista David Candy, dos Western Sussex Hospitals, disse ter usado hipnose em um pequeno grupo de crianças com dor abdominal intensa e teve 100% de sucesso.
Ele disse agora estar interessado em usar a técnica de "imagens guiadas" para verificar se os resultados do estudo americano podem ser repetidos.
Estimativas indicam que dor de estômago crônica sem causa aparente afeta uma em cada cinco crianças. "Há uma escassez de informação sobre como lidar com crianças que sofrem de dor abdominal e este é um problema muito comum, que impede as crianças de irem à escola", disse Candy.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (09): Laboratório de bioetanol de segunda geração é inaugurado em Campinas


Mais uma notícia alvissareira, que alavanca inúmeras áreas e traz dividendos para o nosso país, que não pode ficar só de bolsa-esmolas e quetais.

Laboratório de bioetanol de segunda geração é inaugurado em Campinas
Foi inaugurado no Polo II de Alta Tecnologia, em Campinas, o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE). O novo laboratório trabalhará focado na pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) do ciclo cana-de-açúcar/etanol para a produção, em larga escala, do chamado álcool de 2ª geração ou etanol celulósico.
Com a nova unidade, o Brasil entrará definitivamente na corrida mundial em busca do etanol de celulose, considerado o combustível do futuro. Patrocinado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), o empreendimento conta com recursos iniciais de R$ 69 milhões e será coordenado pelo professor Marco Aurélio Pinheiro Lima, do Departamento de Eletrônica Quântica do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp.

A missão do CTBE será desenvolver um pacote tecnológico que não apenas seja capaz de extrair o combustível da biomassa de cana-de-açúcar, mas que também seja viável economicamente.
O Centro quer criar um ambiente industrial de pesquisa, um ambiente que possa trazer processos de sucesso da universidade para uma escala intermediária entre o laboratório e a indústria.

A criação do CTBE surgiu a partir de estudo iniciado em 2005 a pedido do MCT e coordenado por Rogério Cezar Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp e pesquisador do Núcleo de Planejamento Energético da Unicamp (Nipe). O trabalho detectou os gargalos em um cenário que projeta o país para fornecer, em 2025, etanol para substituir 10% da gasolina utilizada no mundo.

O CTBE desenvolverá, ainda de acordo com ele, tecnologia eficiente e sustentável de conversão da biomassa da cana-de-açúcar em energia química renovável. Para isso, contará com uma ampla infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento (P&D), com destaque para a Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP), que permitirá o escalonamento de tecnologias relacionadas à produção de etanol a partir do bagaço de cana.
Com a criação deste novo laboratório nacional com foco no ciclo cana-de-açúcar/etanol, o MCT decidiu reestruturar o campus de pesquisa, situado ao lado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), criando o Centro Nacional de Pesquisa em Energia de Materiais (CNPEM), que passa a abrigar, além do CTBE, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), o Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e o Laboratório de Nanotecnologia Cesar Lattes.
O CTBE conta com a parceria científica do LNLS e do LNBio. O LNLS é pioneiro no Hemisfério Sul e único na América Latina a possuir uma Fonte de Luz Síncrotron, tecnologia que permite conhecer a estrutura tridimensional e química da matéria.
Já o LNBio atua no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em biociências. Na interação com o CTBE, desenvolve pesquisas avançadas em estrutura e função de biomoléculas, como as enzimas necessárias ao processo de produção de etanol de 2ª geração.

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Como vocês podem perceber, o nível de investimentos é muito pequeno em relação aos benefícios obtidos. Se tivermos centros de pesquisas similares em várias regiões do país, imaginem só o que passaremos a fazer por aqui...

domingo, 25 de abril de 2010

Série Especial - It's Music! (03): Fifth Dimension

O post hoje tem sabor de nostalgia e mistério (ao menos para mim). Explico: quando guri, passava um programa na Globo chamado "Quinta Dimensão", onde se misturavam histórias de mistério, terror, ovnis e quetais. Para a minha imaginação infantil era o must!

Certo dia ouvi no rádio uma música do conjunto 5th Dimension e associei uma coisa à outra, embora não tivesse nada a ver. Bem, o importante é que me amarrei no estilo deles e passei a acompanhar.

No post de hoje, vamos colocar duas músicas: Working Together, Growing Together, que faz parte da trilha sonora do filme "Horizonte Perdido" da versão dos anos 1970, e Last night, I didn't get sleep at all.

Liga a vitrola aí, bicho!


Working together, growing together





Last night I didn't get sleep at all

sábado, 24 de abril de 2010

Série Especial - Birinight Oil (04): Propagandas proibidas (02)

Para iniciar o final de semana com um sorriso a mais, vamos apresentar as duas últimas obras primas da série de propagandas que foram vetados pelas mentes tacanhas, devido à genialidade de seus criadores. Mais uma vez, sugiro que as pessoas suscetíveis a se incomodar com pequenas traquinagens a deixar a leitura de lado e nos visitar amanhã, para mais uma atração musical.




sexta-feira, 23 de abril de 2010

Série Especial - O Outro Mundo (09): Avatar II - O Hospital

O texto desse post pertence ao professor Paulo Frias, da Universidade do Porto, em Portugal, que fez esse ótimo trocadilho com o filme do Cameron. É mais uma prova inconteste do potencial dos mundos virtuais em Educação e no quanto todos podemos ganhar com essa inovação.

Avatar II: O Hospital
Parece... mas (ainda) não é a segunda dose do filme de Cameron! 'Avatar II: The Hospital' é um artigo do The Wall Street Journal sobre a utilização do Second Life no ensino da Medicina e na preparação de técnicos de Saúde.

Largamente disseminada pela comunidade académica americana, a simulação de situações reais em contexto hospitalar tem sido considerada uma enorme mais-valia para a aquisição de conhecimentos. A possibilidade de replicar situações impossíveis de experienciar na realidade, de representar os orgãos de um paciente com fidelidade ou de programar robôs que fornecem a informação necessária em situações de emergência, são vantagens que têm trazido os profissionais de saúde para os monitores dos PC's onde funcionam os mundos virtuais como Second Life.



O 'The Medical News' afirma que os sucesso dos hospitais passa pela alteração do 'status quo', seja através de um política de saúde agressiva entre o setor público e o privado como acontece na Itália, seja através da utilização de Second Life pelas universidades como acontece massivamente nos Estados Unidos.

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E ainda existem bilhões de pessoas que desconhecem até a existência desse "outro mundo", o que dirá suas potencialidades. Cabe a nós, usuários e visionários, comprometidos com o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas sociais, engajar nessa luta para expandir os limites do virtual e com isso melhorar o mundo físico onde habitamos com nossos avatares carbono.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Série Especial - O Rio do Futuro (01) Mídiaeducação

Prezados leitores,

Hoje, comemoramos 510 anos desde que as caravelas portuguesas aqui atracaram oficialmente pela primeira vez e é também o dia do lançamento de uma nova série especial de reportagens, dedicadas à "reconstrução do Rio de Janeiro", batizada de "O Rio do Futuro". Para ilustrar esse pensamento de transformação, decidi publicar na íntegra a entrevista do subsecretário de Projetos Estratégicos da Secretaria Municipal de Educação do Rio, Rafael Parente, concedida a Marcus Tavares, da excelente revistapontocom.

Rafael Parente está à frente de três propostas que têm impacto direto no dia a dia de professores e alunos de uma das maiores redes de ensino municipal da América Latina: Escolas do Amanhã, Escola 3.0 e Educopédia, todas com foco na interface entre mídia, tecnologia e educação.
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A revistapontocom convidou o subsecretário para responder algumas questões que envolvem teorias, currículos, visões de ensino e de responsabilidade e ética. Na entrevista, Rafael adiantou novidades, como a pesquisa que a Secretaria Municipal de Educação iniciou no dia 19 de abril, em parceria com o Instituto Oi Futuro, o Instituto Paulo Montenegro e o Ibope, para radiografar a relação de alunos, professores e gestores com as novas tecnologias.

O bate papo também revela qual é o embasamento teórico que auxilia o professor no desenvolvimento dos projetos. Rafael Parente cita, por exemplo, as ideias de Henry Jenkins, autor do livro Cultura da Convergência.
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revistapontocom: Qual é o papel das novas tecnologias na educação?
Rafael Parente: As novas tecnologias estão mudando a forma como o cérebro funciona, como as pessoas se comunicam, pensam e se relacionam. Eu acredito que as novas tecnologias podem ajudar muito a melhorar a qualidade da educação, mas é importante que várias ações integradas aconteçam.

É preciso entender como professores, diretores e alunos pensam e agem antes de se planejar novas ações. Várias pesquisas científicas indicam, por exemplo, que a utilização de computadores e da internet aumentam o interesse e a motivação dos alunos, que as tecnologias quebram barreiras de tempo e espaço e que a co-autoria e o compartilhamento de informações são facilitados.

Eu entendo que exista hoje um grupo um pouco desconfiado, já que vários investimentos foram feitos, mas geraram pouco impacto na aprendizagem. Havia grandes promessas e a sensação de que a modernização da infra-estrutura traria um avanço educacional. As pessoas não levaram em conta que inovações só acontecem quando os envolvidos na ponta se sentem capazes e motivados para fazê-las.

Outro problema levantado: as novas tecnologias não trariam novos resultados funcionando com processos antigos; era preciso criar novos procedimentos e sistemas. Não adiantava pegar uma mensagem do quadro e transferi-la para um computador sem preparar professores e diretores, mas foi exatamente o que aconteceu em alguns lugares.

Além disso, quando pensamos nos objetivos da educação pública, fica ainda mais claro o quanto as tecnologias podem ajudar. Segundo a nossa Lei de Diretrizes e Bases, a educação pública deve desenvolver crianças e jovens por completo, formar cidadãos e preparar futuros profissionais. As novas tecnologias democratizam o acesso à informação, o que facilita o desenvolvimento integral do aluno. As últimas eleições para presidentes nos EUA e no Irã demonstraram como as tecnologias podem fortalecer o exercício da cidadania.

Atualmente, quase todas as profissões já fazem uso de computadores e robôs. O mundo já é outro. As escolas já têm de lidar com nativos digitais. Como, então, pensar em uma escola pública que não entenda o ensino da utilização das novas tecnologias como algo importante?

revistapontocom: Como então integrar educação e tecnologia na formulação de políticas públicas educacionais?
Rafael Parente: O grande desafio de todas as redes educacionais no mundo, hoje, é utilizar as mudanças causadas pelas novas tecnologias para repensar educação e fazer com que as TICs – tecnologias de informação e comunicação – nos levem a um processo de aprendizagem com mais qualidade. Em suma, acredito que as políticas públicas nessa área devem ser sustentadas pelos seguintes pilares:
1. Infraestrutura e manutenção: O ideal é que cheguemos a uma realidade em que cada aluno e professor tenha o seu netbook, tablet, ou qualquer outra ferramenta com que ele possa consumir, produzir e compartilhar conteúdos educacionais; Os espaços de aprendizagem precisam ser equipados com projetores e internet sem fio (os governos poderiam utilizar isenções de impostos para equipar escolas públicas mais rapidamente). A manutenção dessa nova infra demandará técnicos ou alunos e professores capazes de solucionar os problemas. É importante lembrar que os gestores devem repensar espaço e tempo a partir dessa nova realidade: atividades assíncronas e redes sociais precisam ser incluídas no processo de aprendizagem.

2. Capacitação: A diferença de pensamentos e atitudes relacionados à tecnologia entre professores e alunos não pode continuar crescendo. Hoje, grande parte dos alunos já entende mais de utilização das TICs do que os professores. O mestre precisa estar equipado com conhecimento suficiente para tirar o melhor proveito de computadores, internet, smartphones etc, reconhecendo, inclusive, que o seu papel mudou: como a quantidade de novas informações em qualquer área tende a se multiplicar em velocidade cada vez maior, o mestre deve ter humildade para deixar o papel de detentor do conhecimento para um papel de arquiteto de processos educacionais, buscando, com os alunos, as melhores fontes de informações e as melhores formas de aprender.

3. Filosofia pedagógica + sistema de gestão de aprendizagem + sistema de gestão acadêmica + redes sociais + conteúdo: Para cursos virtuais ou semi-presenciais, hoje utilizamos plataformas LMS como o Moodle. Acho que precisamos pensar em um Moodle com muito espinafre para dar conta de vários processos e que possa ser utilizado por alunos, professores, gestores, familiares, nas escolas, nas lan houses e em suas casas. Esse “sistemão” deve, em primeiro lugar, estar impregnado com uma filosofia pedagógica essencialmente brasileira, que inclua, em seus processos, valores e crenças que queremos estimular nas futuras gerações. Por meio desse sistemão, professores e alunos consumirão e produzirão conteúdos, compartilharão opiniões e conteúdos a partir de redes sociais, serão automaticamente avaliados em tempo real, de acordo com a sua utilização, e construirão seus portfólios eletrônicos, incluindo gráficos e tabelas que ilustrem o desenvolvimento de novas competências e habilidades e os conteúdos criados individualmente ou em grupo.

revistapontocom: De que forma essas reflexões estão presentes nas ações de sua subsecretaria?
Rafael Parente: A subsecretaria de projetos estratégicos atualmente cuida de cinco programas da Secretaria Municipal de Educação do Rio, incluindo o Escolas do Amanhã, que foca a melhoria da aprendizagem nas 150 escolas do município situadas em áreas conflagradas e o Escola 3.0, que visa a melhoria da qualidade da educação através da modernização e informatização da rede.

A secretária Cláudia Costin tem um discurso muito firme que é abraçado e reproduzido por todos da SME: não há absolutamente nada que façamos que não tenha como principal objetivo a melhoria da qualidade da educação pública do município. Essa é a nossa obsessão e é para isso que os programas são criados.

O Educopédia é um projeto dentro do programa Escola 3.0, um tipo aprimorado do Reforço Digital. A partir dessa semana, os professores e alunos da rede já contam com o Reforço Digital, que pode ser acessado pela página da SME e também a partir de CDs que estão sendo distribuídos para as escolas. O Reforço Digital vai servir como alternativa para alunos que precisam de praticar mais o conteúdo apresentado em sala de aula, nos computadores das escolas durante o contraturno, por exemplo.

As escolas podem emprestar os CDs para que os alunos façam cópias e os alunos podem acessar a página de qualquer lugar que tenha internet. Nessa primeira versão, o Reforço oferece 50 questões de múltipla escolha de cada ano (2º a 9º) e de cada disciplina (inicialmente apenas matemática e lingua portuguesa). O próprio sistema indica se a resposta enviada está correta ou não. O Educopédia, que será uma versão muito melhorada do Reforço Digital, incluirá vídeos, animações e jogos e é nossa meta inaugurá-la no 2º semestre.

revistapontocom: E de que forma esses projetos estão em diálogo com os professores?Rafael Parente: Ouvir e entender não só a realidade dos professores, mas de toda comunidade escolar é essencial para que um programa dê certo. Como já disse anteriormente, se não há vontade para implementar algo novo, o novo é descartado e esquecido. Por isso, todos os novos projetos, programas e ações criadas no nível central partem, na verdade, da demanda de professores e gestores.

Essa demanda tem chegado até nós de várias formas – em visitas às escolas, através do Fala, Professor!, e-mails, Twitter etc. Quando achamos necessário, criamos um mecanismo mais estruturado para melhor entender a rede. Um exemplo disso é a pesquisa que faremos em parceria com o Instituto Oi Futuro, o Instituto Paulo Montenegro e o Ibope, que servirá para que tenhamos um mapa completo da rede com referência ao relacionamento de alunos, professores e gestores com as novas tecnologias.

Essa ação é de grande importância para nós porque norteará os futuros cursos de capacitação da área e o desenho de outro programa: a Universidade do Educador Carioca, que deverá oferecer vários cursos semi-virtuais. Uma última observação é que várias vezes também solicitamos as opiniões de professores da rede ou a atuação direta deles na elaboração de novidades. O diário eletrônico, as provas bimestrais e o Educopédia foram e serão produzidos por nossos professores. Nings, blogs e fóruns, como os do Orkut, também são utilizados com essa finalidade.

revistapontocom: Qual é o embasamento teórico desses programas?
Rafael Parente: Além de ouvir a nossa rede, procuramos saber qual a realidade e que soluções foram utilizadas em cidades, estados, ou até países que tiveram de lidar com situações semelhantes. A minha visão de políticas públicas para a integração entre tecnologias e educação, por exemplo, está muito alinhada com o que descreve esse artigo (em inglês), que relata o trabalho da empresa israelense Time to Know. As redes sociais e as tecnologias nos auxiliam muito nessa busca por soluções. Utilizando o Twitter, é possível formar uma rede de especialistas de várias partes do mundo que discutem temas do interesses específicos. Por meio da minha “rede pessoal de aprendizagem”, me atualizo e busco ajuda.

revistapontocom: De que forma o currículo das escolas municipais – a MultiEducação – está conectado ao desenvolvimentos desses projetos?
Rafael Parente: Como eu já disse, tudo o que fazemos deve servir à melhoria da aprendizagem, ou seja, em favor do cumprimento dos currículos. Os programas são criados para que os currículos sejam cumpridos da melhor forma possível.

revistapontocom: Quais são os maiores desafios para a implantação dos programas e projetos de sua subsecretaria?
Rafael Parente: Estou na rede há pouco tempo, mas estou muito impressionado positivamente com a recepção das pessoas em todos os níveis (escolas, CREs e nível central) de novas ideias. A meu ver, o meu maior desafio será fazer as coisas acontecerem passando por todas as burocracias e nós da máquina pública. Os problemas, muitas vezes, estão nos detalhes.

revistapontocom: Para encerrar, subsecretário, qual é o seu entendimento sobre midiaeducação?
Rafael Parente: Gosto muito das ideias de Henry Jenkins e da sua tese de cultura de convergência. Ele defende três conceitos chave:

1) Convergência de mídias, que deve ser entendida como uma mudança cultural na qual aqueles que consomem informações passam a fazer conexões entre conteúdos midiáticos dispersos (em outras palavras, conectamos informações de coisas diferentes e recebidas de formas diferentes);

2) Cultura participativa, que diz que todas as pessoas e empresas agora produzem e consumem informações a partir de novas regras e de novas fontes;

3) Inteligência coletiva, que significa que a nova cultura emergente onde todos criam e consomem informações acontece mais nos cérebros e nas interações sociais e menos por meio de máquinas e instrumentos.

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Esta entrevista é um marco na visão do educador dos nativos digitais, que apesar de ser um imigrante digital em sua maioria, terá que se reinventar para poder aproveitar a nova escola, muito mais dinâmica, mais divertida e bastante diferente da masmorra sombria onde fomos "educados".

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Série Especial - O Mundo do Futuro, hoje (06): Controle mental

Essa série, que tem por objetivo mostrar coisas atuais com gosto de futuro de ficção científica, apresenta hoje um avanço que vai causar um grande rebuliço em diversas áreas, principalmente na do entretenimento. Venho acompanhando notícias similares desde 2007 e não vejo a hora de poder experimentar tais traquitanas durante as minhas incursões ao "outro mundo".

Controle seu avatar com a mente
Quem frequenta o Second Life ou qualquer outro mundo virtual ou de jogo, sabe que é uma chatice ficar apertando botões para fazer o avatar andar, voar et cetera. Mais divertido seria apenas pensar e o "boneco" responder ao comando. Pois bem, eis que temos mais um dispositivo que permite tal experiência.

A empresa australiana Guger Technologies apresentou uma interface cérebro-computador que permite o controle de avatares com a mente. O produto será mostrado na CeBIT 2010, a feira mais importante de eletrônicos da Europa, que reúne até sábado os principais fabricantes de hardware e software em Hannover, na Alemanha.

Para fazer o aparelho funcionar é preciso usar uma espécie de touca que age como um eletroencefalograma, medindo os impulsos elétricos do cérebro que são então convertidos em sinais de controle.



Dispensando o uso de mouses, teclados e joysticks, a interface permite brincar com o universo virtual do Second Life, por exemplo. Também é possível usar o aparelho para escrever e utilizar outros jogos virtuais, como ping-pong (como na foto abaixo).



Para funcionar, é preciso primeiro treinar o aparelho para cada usuário – o que não leva muito tempo. A G.tec criou um sistema para que a interface possa relacionar os sinais cerebrais específicos do usuário às ações do jogo. Símbolos diferentes são colocados em uma tela, cada um deles representando uma ação - como virar para a esquerda ou direita, pular, falar. Eles são iluminados em uma ordem aleatória, de forma que você preste atenção em um deles de cada vez.


Ao focar em um símbolo especifico, a resposta é induzida, de forma que a máquina pode reconhecer qual impulso será válido para cada símbolo.

Uma das funções mais importantes desse tipo de interface é dar apoio a pessoas com algum tipo de dificuldade de comunicação (como alguma deficiência física). A própria G.tec desenvolve produtos com essa finalidade.

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Imaginem agora um outro tipo de aplicação além do auxílio a necessidades especiais e entretenimento: o uso deste dispositivo, por designers, em computação gráfica 2 ou 3D, onde ao invés de ficarmos cutucando o mouse ou quetais, possamos apenas pensar e o software faz o resto. Não vai funcionar com o Corel Droga, é claro, mas quem precisa dessa porcaria quando se tem o Illustrator, não é mesmo?







Máquinas acionadas pelo pensamento avançam com interface neural portátil
Agora vamos ver uma outra notícia relacionada ao assunto. Pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, criaram uma técnica aprimorada de leitura dos impulsos cerebrais que permitirá o avanço das interfaces cérebro-máquina e o controle de máquinas e equipamentos apenas pelo pensamento.

Esta é a primeira vez que a técnica, totalmente não-invasiva, instalada apenas sobre a pele, atinge o nível para se tornar portátil, abrindo caminho para o controle cerebral de cadeiras de rodas, braços robóticos, ou mesmo equipamentos comuns do dia a dia, como computadores.

A equipe do Dr. José Contreras-Vidal usou um exame médico comum, a eletroencefalografia, para registrar os sinais elétricos do cérebro a partir de um conjunto de sensores colados sobre a cabeça.



Os pesquisadores usaram sua nova técnica para reconstruir os movimentos 3 D da mão humana a partir dos sinais cerebrais coletados pelos sensores. Até agora, a reconstrução de movimentos exigia aparatos grandes ou a coleta de sinais de forma invasiva.

Para reconstruir o movimento tridimensional da mão, os pesquisadores construíram um equipamento especial para capturar as rotas dos dedos conforme eles se movimentavam a partir de um botão central até oito outros botões - uma espécie de leitor de movimento 3-D.

Os voluntários tocavam o botão central e, partir dele, tocavam outro botão de forma aleatória, repetindo o exercício 10 vezes. Enquanto isso, os cientistas gravavam seus sinais cerebrais e os movimentos da sua mão.

Depois dos experimentos, os cientistas conseguiram reconstruir os movimentos 3-D das mãos dos voluntários a partir unicamente dos sinais cerebrais registrados.

"Nossos resultados mostraram que a atividade elétrica cerebral coletada a partir da superfície da cabeça contém informação suficiente para reconstruir os movimentos das mãos de forma contínua e natural," diz o Dr. Contreras-Vidal.

Os pesquisadores descobriram que um sensor em particular, dos 34 utilizados, fornece a informação mais precisa. O sensor estava localizado na direção da parte do cérebro chamada córtex sensoriomotor primário, uma região que já se sabia estar associada aos movimentos voluntários.

O sensor da região do lóbulo parietal inferior também registrou informações úteis para o movimento da mão. Essa região coordena os movimentos de todos os membros. Os autores usaram os registros desses dois sensores para confirmar a validade do seu método.

Este estudo tem implicações importantes para o futuro das tecnologias de interfaces cérebro-computador e cérebro-máquina, inclusive para as já existentes. Se simples acelerômetros fizeram o sucesso do Wii, imagine o que seria possível com jogos totalmente controlados pelo pensamento.

Mas o maior apelo para essas tecnologias cérebro-máquina é a recuperação do controle dos movimentos para pessoas deficientes ou que sofreram doenças neuromusculares graves, como a esclerose lateral amiotrófica, lesão da medula espinhal ou mesmo derrame cerebral.

O aparelho desenvolvido pela equipe para registrar os movimentos tridimensionais também deverá ajudar as outras tecnologias já existentes, que hoje exigem etapas de treinamento inicial do sistema e do operador bastante intensivas.

Ondas cerebrais são usadas para escrever no computador
Neurocientistas da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, demonstraram que as ondas cerebrais podem ser usadas para digitar caracteres alfanuméricos na tela de um computador. Nos testes, basta que o paciente concentre-se em uma letra ou número mostrados em uma matriz para que a letra apareça no monitor.

Os pesquisadores afirmam que a descoberta representa um progresso concreto na viabilização de uma interface cérebro-computador que poderá, no futuro, ajudar as pessoas portadoras de diferentes distúrbios, a controlarem dispositivos eletrônicos e robotizados, como braços e pernas protéticos. Segundo eles, os portadores da doença de Lou Gehrig e de lesões da medula espinhal são pacientes que poderão ser beneficiados com esta nova tecnologia. Embora ainda utilize métodos invasivos para coletar as ondas cerebrais, o método está entre os mais precisos já demonstrados até hoje.

"Mais de 2 milhões de pessoas nos Estados Unidos podem se beneficiar de dispositivos auxiliares, controlados por uma interface cérebro-computador", diz o pesquisador principal do estudo, o médico neurologista Jerry Shih, que desenvolveu a nova interface em colaboração com a equipe do Dr. Dean Krusienski, da Universidade do Norte da Flórida. "Esse estudo constitui um primeiro passo no caminho em direção ao futuro e representa um progresso tangível no uso de ondas cerebrais para realizar certas tarefas", explica Shih.

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Imaginem agora, meus queridos leitores, a quantidade de inovações que poderão surgir a partir dessas pesquisas. E nós faremos uso delas muito em breve...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Série Especial - A Dimensão Humana (05): Chefes ruins e a Felicidade Interna Bruta





Nosso post de hoje vai focar em dois aspectos muito importantes e que sempre foram deixados meio de lado, quase como se fosse uma superstição. Felizmente os avanços da Ciência estão revelando fatos importantes sobre a Humanidade e promovendo a mudança de paradigmas. Talvez, em poucos anos, o conceito de "ócio criativo" venha a ser ensinado nas escolas, que já não serão mais aquelas masmorras tenebrosas onde as pessoas aprendem a decorar conteúdo e esquecer o que é ser criativo e ter iniciativa, dentre outras qualidades.
Liderança doente
O primeiro assunto é sobre aquela figura já folclórica que tem a fama de atormentar as pessoas ao seu redor: o chefe! A percepção que um trabalhador tem a respeito de seu chefe como sendo um mau líder não apenas aumenta a incidência de faltas ao trabalho por problemas de saúde, como também leva a um maior risco de doenças entre esses trabalhadores no decorrer da sua vida.
Uma pesquisa demonstrou que, quanto mais tempo uma pessoa trabalha com um chefe ruim, mais elevado é o seu risco de sofrer um ataque cardíaco nos próximos 10 anos. O estudo foi feito no Instituto Karolinska, uma das principais instituições científicas da Suécia.
A pesquisa baseou-se em dados de mais de 20.000 trabalhadores nas mais diversas áreas, de escritórios e hotelaria à construção civil e madeireiras. A pesquisa incluiu empresas da Finlândia, Alemanha, Polônia e Itália, assim como grupos representativos da população e da indústria da Suécia.
Os pesquisadores compararam níveis de estresse relatado pelos trabalhadores, indicadores de saúde, faltas ao trabalho por doença e exaustão emocional. Esses dados foram cruzados com a percepção que os trabalhadores tinham da liderança dos seus chefes em termos de critérios positivos e negativos, tais como atuação inspiradora, apoio e capacidade de delegação, de um lado, e autoritarismo, desonestidade e distanciamento, do outro. Os pesquisadores também procuraram pelos efeitos do estilo de liderança sobre a mudança de emprego, demissão por problemas de saúde ou simplesmente ficar desempregado.

Uma das pesquisas examinou a correlação entre como os funcionários avaliavam seus chefes e o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares graves num período de até 10 anos depois do início da pesquisa. Eles descobriram que os trabalhadores homens apresentam um risco 25% maior de sofrer infarto do miocárdio durante o período de 10 anos de acompanhamento quando, no início da pesquisa, eles demonstraram "desprazer" em trabalhar com seus chefes.
Um instituto de pesquisas da Grã-Bretanha emitiu uma série de recomendações aos empregadores do país a fim de proteger a saúde mental dos funcionários e, assim, diminuir o prejuízo causado por problemas como estresse e ansiedade no ambiente de trabalho.
De acordo com o Nice (National Institute for Health and Clinical Excellence), a postura negativa dos chefes representa o maior risco à saúde mental dos trabalhadores.
O Nice, entidade que avalia remédios e ajuda a definir as diretrizes da saúde na Grã-Bretanha, disse que doenças mentais associadas ao trabalho custam ao país o equivalente a mais de US$ 46 bilhões por ano. Além disso, mais de 13 milhões de dias de trabalho são perdidos por ano na Grã-Bretanha por causa de estresse, ansiedade e depressão.
Entretanto, o instituto disse que medidas simples poderiam reduzir em um terço o prejuízo.
As medidas incluem comentários positivos do chefe após um trabalho bem feito, horários de trabalho mais flexíveis e mais dias de folga como recompensa por bom desempenho. O Nice recomendou também que os empregadores britânicos invistam em treinamento para gerentes e chefes e em aconselhamento para funcionários a fim de ajudá-los no desenvolvimento de suas carreiras.

Para convencer as empresas britânicas a agir, o Nice criou uma espécie de fórmula que mostra ao empregador quanto ele pode economizar se der mais apoio ao seu funcionário.
Segundo a fórmula, uma empresa com cerca de mil empregados economizaria mais de US$ 400 mil por ano.
O especialista em psicologia do trabalho Cary Cooper, da Universidade de Lancaster, no norte da Inglaterra, ajudou a redigir as recomendações do Nice. "Você não pode superestimar a importância de se dizer 'muito bem!' a um funcionário, mas frequentemente isso não acontece", disse Cooper. "O chefe diz quando você está fazendo algo errado, mas não quando você está acertando."

Segundo uma pesquisa feita por outro instituto britânico, o Chartered Institute of Personnel and Development, um quarto dos trabalhadores descreveu sua saúde mental como moderada ou ruim, mas quase todos continuaram a trabalhar normalmente. O relatório do Nice diz que o ambiente certo no local de trabalho não só pode reduzir custos como trazer resultados positivos, oferecendo estabilidade, amizade, distração e sentido à vida do trabalhador.
Um porta-voz da Confederação das Indústrias Britânicas disse: "A saúde mental dos funcionários é algo que as empresas vêm priorizando".
Cheiro de limpeza torna as pessoas mais justas e generosas
As pessoas são inconscientemente mais justas e mais generosas quando estão em ambientes com cheiro de limpeza, de acordo com uma pesquisa realizada na Universidade Brigham Young (EUA).
Katie Liljenquist coordenou a pesquisa, intitulada "O Cheiro da Virtude," que será publicada no próximo exemplar da revista Psychological Science. Segundo ela, os resultados terão implicação direta para locais de trabalho, lojas e outras organizações, que sempre se basearam em câmeras de vigilância e guardas para lidar com a segurança e garantir que as regras em seu interior sejam obedecidas.
"As empresas frequentemente usam intervenções rígidas para regulamentar o comportamento em suas dependências, mas estas medidas são caras e geralmente opressivas," diz ela. "O cheiro de limpeza é uma técnica muito mais simples de incentivar o comportamento ético." Talvez as descobertas possam ser aplicadas em casa também. "Pode ser que fazer as crianças limparem seus quartos as ajude a limpar suas ações também," diz Katie.

O primeiro experimento avaliou a lealdade e a justiça. Para avaliar se o cheiro de limpeza melhoraria a reciprocidade, os voluntários participaram de um "jogo da verdade" clássico. Cada um recebeu $12 de dinheiro real, sendo-lhes dito que o dinheiro havia sido doado por um parceiro anônimo que estava em outra sala.
Eles tinham que decidir o quanto do dinheiro queriam manter para si mesmos e quanto queriam enviar de volta para os colegas da sala de onde veio o presente. Os participantes que estavam em salas limpas e perfumadas retornaram parcelas significativamente maiores do dinheiro.
A média de dinheiro devolvido pelos participantes da sala com cheiro "normal" foi de $2,81. Na sala com cheiro de limpeza, a média de devolução foi de $5,33.

O segundo experimento avaliou se o cheiro de limpeza iria encorajar o comportamento caridoso. Os voluntários tinham que manifestar interesse em trabalhar como voluntários ou em doar dinheiro para uma organização da Universidade voltada para melhorar o bem-estar e a convivência. Os participantes da sala cheirosa se mostraram mais propensos a trabalhar como voluntários - 4,21 em uma escala de 7 pontos. Na sala normal, o índice foi de 3,29.
Na disposição de doar dinheiro, os resultados foram de 22% na sala com cheiro de limpeza e apenas 6% na sala comum. No final do experimento, todos os estudantes tiveram que relatar aspectos do ambiente em que se encontravam. Mas nenhum deles relatou ter percebido o cheiro de limpeza.

Os pesquisadores sabem há muito tempo que os cheiros desempenham um papel ativo para reviver emoções positivas e negativas. Agora, essa pesquisa vem oferecer mais informações sobre a conexão entre as ações caridosas das pessoas e o ambiente em que se encontram. Os pesquisadores agora vão começar a estudar como a percepção de limpeza influencia as impressões sobre outras pessoas e organizações. Os dados contam uma história interessante sobre como nos baseamos em impressões de limpeza para fazermos vários tipos de julgamentos sobre os outros.
Cresce interesse da ciência pela felicidade, diz antropóloga
Somente nos últimos seis meses, foram divulgados 27.335 estudos e artigos publicados em revistas científicas abordando de aspectos bioquímicos até aspectos psicológicos sobre felicidade, segundo a antropóloga e psicóloga Susan Andrews. Ela é responsável pela implantação no Brasil de programas baseados no conceito da Felicidade Interna Bruta (FIB), disse que o interesse da ciência pela felicidade é crescente.
Com base nesses estudos, Susan afirmou que pessoas mais felizes têm sistemas imunológicos mais fortes, têm melhor desempenho no trabalho, adoecem menos, vivem mais e têm casamentos mais sólidos. A depressão se tornou uma das principais doenças da sociedade contemporânea. São esses os principais fatores que têm motivado a investigação científica, uma vez que um maior conhecimento sobre o que constitui a felicidade e como medi-la permitirá construir políticas mais eficientes com reflexos positivos sobre a saúde pública.

A antropóloga participou da 5ª Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta que discutiu o conceito que surgiu no Butão, na Ásia, de medir o bem-estar de forma mais ampla do que o Produto Interno Bruto (PIB), comumente utilizado para mensurar o progresso material de um país. A ideia tem a adesão de vários países, que se utilizam de alguns indicadores para orientar a elaboração de políticas públicas.

Susan explicou que, na bioquímica do corpo humano, uma das substâncias associadas à felicidade é o hormônio cortisol, produzido pelas glândulas suprarrenais. Pessoas felizes tendem a ter 32% menos cortisol. Em contrapartida, o hormônio é encontrado em abundância em pessoas com alto nível de estresse. É preciso ter consciência de que quando uma pessoa está infeliz, seu fígado está infeliz, seu estômago está infeliz, sua pele está infeliz. Os reflexos negativos se espalham pelo corpo inteiro.

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E então, que tal começarmos a considerar com mais deferência a "dimensão humana"?

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (08): Brasil no topo da modelagem climática mundial




Em tempos como os atuais, em que supercomputadores cada vez mais potentes se avizinham, é bom ver que estamos dentro deste restrito universo e que podemos nos inserir cada vez mais, participando ativamente da revolução que a informática vem realizando no orbe há algumas décadas.

Novo supercomputador coloca Brasil no topo da modelagem climática
O Brasil deu um passo fundamental para se tornar um agente central na elaboração do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O motivo é que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu o processo de licitação para a compra de um supercomputador que será usado para rodar os modelos climáticos para previsões meteorológicas e estudos sobre mudanças no clima.
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O supercomputador, que deverá estar em funcionamento até o fim deste ano, colocará o país entre os primeiros do mundo em aplicações de modelagem climática. O anúncio da compra do supercomputador foi feito em 12 de abril pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na presença do diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, durante a Conferência Paulista de C&T&I, realizada na sede da Fundação.
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"Quando recebemos o supercomputador anterior chegamos ao 25º lugar no mundo em estudos climáticos e previsões de tempo. Quando o novo estiver plenamente operacional, ficaremos entre os três ou quatro no cenário mundial", disse Carlos Nobre, pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe e coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.
Segundo Nobre, esse é o quarto computador comprado pelo Inpe com essa finalidade - o anterior foi adquirido em 2003 - e a cada quatro ou cinco anos as máquinas precisam ser renovadas. A empresa norte-americana Cray ganhou a concorrência, com um supercomputador com 1.272 nós, cada um com dois processadores de 2 GHz e velocidade máxima de 192 gigaflops (bilhões de operações de ponto flutuante) por segundo. Além da Cray, a japonesa NEC apresentou proposta.

O desempenho teórico máximo do novo supercomputador do Inpe é de 244 teraflops (trilhões de operações) por segundo, e o desempenho efetivo no benchmark do CPTEC foi de 15,8 teraflops. Ele tem cerca de 30 mil processadores instalados, o que seria equivalente a dezenas de sistemas de grande porte que o CPTEC tem instalado atualmente.

O valor total do investimento é de cerca de R$ 50 milhões, sendo que o Ministério da Ciência e Tecnologia entrará com R$ 35 milhões, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e R$ 15 milhões serão provenientes da FAPESP. O preço do sistema da Cray ficou em R$ 31,3 milhões e o restante será usado na infraestrutura, suporte e atualização dos equipamentos.
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Segundo o ministro, a compra do supercomputador vai permitir ao país dar um salto tecnológico significativo em termos de serviços meteorológicos. A capacidade de previsão do tempo existente hoje no Brasil é boa e, ao lado da China, é a melhor entre os países em desenvolvimento. Outro destaque é que o Brasil será capaz de projetar cenários com modelos globais. Segundo Nobre, até então o Inpe projetava esses cenários de forma limitada, utilizando modelos regionais.

domingo, 18 de abril de 2010

Archanjo 4.6 e Fantapunk 2.5



Saudações, queridos leitores!

Hoje eu tenho 2 bons motivos para comemorar: em primeiro lugar, estou lançando a minha versão 4.6 turbo, entrando definitivamente no segundo tempo da vida (o primeiro terminou ano passado, aos 45) e contando com uma boa prorrogação para além dos 90 (risos).
Resolvi postar aqui algumas músicas do antanho que eu adoro, mas que pouco tenho ouvido. Pode ter cheiro de mofo e poeira ancestral, mas são boas demais!!!

Ashes to ashes (Dennis Lambert)





All time high (Rita Coolidge)




Moonlight Serenade (Glenn Miller)




Smoke gets in your eyes (The Platters)




Teresa da Praia (Dick Farney e Lúcio Alves)




Aquarela (Toquinho)




Garota de Ipanema (Tom Jobim & Vinicius de Morais)




Gostava tanto de você (Tim Maia)





Em segundo lugar, meu cenário de fantasia, o Fantapunk, comemora hoje 25 anos de criação e desenvolvimento. Para comemorar, torno público que estamos desenvolvendo o primeiro metaverso brasileiro baseado em um cenário de fantasia utilizando a tecnologia do OpenSimulator, o Fantapunk Metaverse.



Maiores informações podem ser lidas no blog do projeto em http://www.fantapunk.blogspot.com/

Agora é bola prá frente! Pelas ondas da Internet, da Rádio Antena Zero - A Voz da Resistência e pela Ork Tv, uma nova temporada de videocasts se inicia.

Um beijo do anjo!

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...