quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Livro Eletrônico - parte dois: Internet e Literatura

Em maio deste ano, dei uma palestra no UniFOA sobre “ A Biblioteca do Futuro e o uso das novas tecnologias no incentivo à leitura”. Desenhei a trajetória do leitor desde meados do século XIX, passando por todo o século XX, onde desde a década de 1920 a leitura se tornou “multimídia”, até uma projeção do que deverá acontecer na década de 2010.

Um momento que me surpreendeu muito foi quando perguntei aos alunos presentes, quantos tinham o hábito de ler livros com regularidade. A maioria levantou a mão, indo na contra mão (perdoem o trocadilho) do que tenho visto em outras universidades, tanto públicas quanto particulares. Aproveitando o gancho e dando continuidade à nossa série de reportagens sobre livros eletrônicos, vamos ver o que a Internet tem proporcionado aos autores, principalmente aqueles que não conseguem ultrapassar os “altos muros” das editoras e publicar suas obras.

Você que está aqui no meu blog já percebeu que publicar um livro já não é mais tão difícil quanto antigamente, graças às novas tecnologias de impressão e à própria Internet. Seja em livros impressos sob demanda ou em blogs como esse, uma legião de milhões de escritores publica cada vez mais, numa atividade que caminha para se tornar realmente lucrativa.

Até há bem pouco tempo, o “filtro editorial” jogava no lixo milhares de manuscritos por ano por não se enquadrarem nas normas da empresa, não seguirem nenhuma tendência de mercado, por ausência de relações interativas entre autor-editor/diretor/presidente (entenderam o que eu, sutilmente, quis dizer?) e outros motivos nem sempre muito claros.

Com a Internet, o paradigma vem mudando a galopadas. Desde que as redes sociais se estabeleceram com sucesso, ficou patente que existem milhões de pessoas no mundo que compartilham dos mesmos gostos que cada um de nós, por mais esdrúxulos que possam ser considerados. O melhor exemplo disso são as comunidades do Orkut. Já pararam para ver os títulos? E a quantidade de membros? Pois é...

Atualmente, a maioria dos “autores instantâneos” vende apenas algumas dezenas de cópias. Ainda não é lucrativo, não dá para estabelecer um orçamento estável em cima desta receita, mas a publicação por unidade (também conhecida como “sob demanda”) está permitindo que milhares de pessoas realizem sua ambição de ser escritor. O que já é um ótimo passo, visto que nem isso os autores conseguiam nas grandes editoras e até mesmo nas pequenas, que por imprimirem em gráficas convencionais, tinham que estabelecer uma quantidade mínima que fosse capaz de pagar ao menos os custos de produção.

Embora aqui no Brasil os custos de produção de um livro sob demanda ainda sejam altos, a crescente procura fará com que essa curva comece a cair ou então eles perderão terreno para a concorrência internacional, que não dorme no ponto. Só para dar uma idéia da dimensão crescente do negócio, “editora por unidade” Lulu.com já publicou quase 250 mil livros desde que abriu, em 2002, e o número de suas vendas mensais vem crescendo a cada mês. A Amazon.com começou a vender publicações por unidade em 2007 e através do CreateSpace permitia que cineastas e músicos fizessem seus próprios DVDs e CDs.

Modelo de Negócios Inteligente
Os programas para editoração do conteúdo são fáceis de usar. Uma vez pronto o texto, basta que os autores selecionem as opções básicas, incluindo o tamanho do livro, tipo de encadernamento e se o livro terá ou não capa dura. Depois que o original é enviado, o autor vai a uma página onde seleciona a fonte e projeto gráfico capa.

O grande barato é que mesmo depois de uma impressão, é possível voltar e corrigir erros de digitação ou outras mudanças que forem significativas para as próximas edições. Ao contrário de outros tipos de publicação, em que autores pagam para ter uma tiragem feita em impressoras tradicionais, a publicação por unidade não custa um centavo ao autor. As editoras produzem livros apenas depois de encomendados e pagos, eliminando a necessidade de estoques. Elas cobram por impressão ou porcentagem nas vendas, e estabelecem o sistema de pagamento, as lojas online e as ferramentas de marketing na web.

Alguns autores publicam livros por unidade na esperança de serem vistos por uma grande editora. Mas nem todos os que utilizam este tipo de publicação querem ser famosos. O sistema também permite que pequenas empresas façam brochuras de alto nível e roteiristas vendam seus scripts, além da possiblidade de fazer livros de casamento e outros eventos para amigos e a família.

-----------


Martelada do dia: que tal dar uma consultada no preço de impressões sob demanda para produzir peças profissionais para o seu portifólio?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...