segunda-feira, 31 de maio de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (13): Projeto de redução dos resíduos eletrônicos


Uma das coisas que tornam o nosso país competitivo é o uso crescente da inteligência, no sentido estratégico da coisa. E esse post vai abordar uma visão estratégica e muito pertinente ao momento que estamos vivenciando.

Brasil busca projetos para redução dos resíduos eletrônicos
O indiscutível progresso que a eletrônica e informática trouxeram para a humanidade não esconde um outro fato igualmente patente: os avanços tecnológicos colocaram desafios importantes à sociedade, entre os quais a necessidade de ações e de políticas para garantir a destinação adequada dos resíduos eletrônicos ao fim de sua vida útil.

Com a rapidez da evolução e do aperfeiçoamento dos produtos, computadores e celulares, por exemplo, tornam-se obsoletos e são abandonados continuamente. Esses equipamentos, descartados em lixões, oferecem risco para a saúde humana e para o meio ambiente devido à utilização em sua fabricação de metais pesados e outros elementos e compostos tóxicos, incluindo o chumbo e o mercúrio.

No Brasil, iniciativas isoladas buscam minimizar o problema. Uma das soluções para mudar essa realidade partiu do Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (USP). A unidade inaugurou, recentemente, um centro de aproveitamento de lixo eletrônico (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática - Cedir) na Cidade Universitária. Para isso, um galpão de 400 m² foi adaptado para carga e descarga, depósito para categorização, triagem, destinação e adequação do material.

Entre os parceiros da USP está o Laboratório de Sustentabilidade do Massachusetts Institute Of Technology (MIT), dos Estados Unidos. Além da coleta dos resíduos, a ação resultou na aquisição de micros verdes, como são apelidados os PCs (computadores) fabricados sem chumbo e outros metais pesados; e a criação do selo verde, com certificação própria para identificar máquinas com material e funcionamento ambientalmente adequados.

Outra iniciativa de reciclagem de lixo eletrônico foi implantada pelo governo Federal a partir de 2004. O Projeto Computadores para Inclusão (Projeto CI) consiste numa rede nacional de reaproveitamento de equipamentos de informática, formação profissional e inclusão digital. Aparelhos descartados por órgãos do governo, empresas e pessoas físicas são recuperados nesses centros e doados a telecentros, escolas e bibliotecas de todo o País.

O projeto é coordenado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, que estabelece parcerias locais para a manutenção e funcionamento das unidades de recondicionamento. Já foram implantados centros nas cidades de Porto Alegre (RS), Guarulhos (SP), Belo Horizonte (MG) e Gama (DF).

Ainda na Capital Federal, a Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis) investiu no Projeto de Transferência de Tecnologia e Montagem de Computadores e Sistemas de Rede para Inclusão Social. A ação consistiu na capacitação de cerca de 400 pessoas da periferia, entre estudantes e desempregados, na cidade de Planaltina, a 38 km de Brasília.
O grupo participou de um curso de manutenção e montagem de computadores e passou a recuperar equipamentos doados por instituições públicas e universidades. O trabalho foi realizado em parceria com o Instituto Novas Fronteiras da Cooperação (INSC), entidade com atuação na área social.

O Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI/MCT), em Campinas (SP), trabalha agora na estruturação e articulação de um novo projeto ambiental para o setor de eletroeletrônicos. A proposta do intitulado Ambientronic é atuar em três frentes: apoio aos fabricantes na adequação de produtos, promoção do ecodesign e análise do ciclo de vida nas indústrias, e estímulo às indústrias de reciclagem para se adequarem às práticas internacionais.

"A grande questão é promover inovação com sustentabilidade. Como fazer uma coisa economicamente viável e socialmente interessante sem agredir o meio ambiente. Nesse ponto, podemos ajudar e dar suporte às empresas para que possam se adequar e elaborar produtos mais fáceis de reciclar", ressalta o chefe da Divisão de Qualificação e Análise de Produtos Eletrônicos do CTI/MCT, Marcos Pimentel.

Ele cita ainda como exemplo políticas adotadas na Europa e no Japão, em que a responsabilidade pelo recolhimento é geralmente do fabricante ou de quem colocou o produto no mercado. "Mas isso também tem custos; nos países ricos quem acaba pagando é o consumidor ou, de alguma maneira, a indústria. É uma questão relativamente complexa no aspecto da logística, porque o lixo eletrônico não é um resíduo normal, é perigoso e contém elementos tóxicos. É preciso saber quem fará esse recolhimento, como descartar e dar o destino correto. Todos esses aspectos estão em discussão entre governo, academia, empresas e recicladores", conclui.

Além da questão técnica, Pimentel considera a falta de uma legislação adequada para a destinação dos resíduos eletrônicos um dos principais entraves a serem superados no Brasil. "Temos legislação especificamente para baterias, tanto que o índice de recolhimento passou a ser muito alto, mais de 95%, porque é obrigatório. Mas para eletroeletrônicos não existe. Um projeto de lei tramita, há muito tempo no Congresso Nacional e agora está sendo colocado na pauta. O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), responsável por encaminhar essas indicações, chamou novamente o grupo de trabalho e propôs um texto novo para enquadrar o segmento na Lei, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos", informa.

A mobilização para elaborar a proposta do Ambientronic iniciou, há dois anos, com o levantamento das informações e oficinas com vários segmentos relacionados com eletroeletrônicos.

Um dos resultados práticos foi o acordo firmado com a Associação dos Fabricantes de Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo). "Vamos elaborar um projeto-piloto para ajudar empresas desse setor a conseguirem a certificação de ambientalmente corretas. A partir do conhecimento adquirido, pretendemos estender para o setor eletroeletrônico, que é muito mais amplo", afirma José Rocha, responsável pelo Ambientronic no CTI.

O CTI trabalha em conjunto com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para adaptar regras internacionais à realidade brasileira. "Os produtos ambientalmente não corretos acabam vindo para o Brasil. Precisamos ter um sistema de avaliação e preparar nossas empresas para exportar para Europa, por exemplo. Já temos quatro laboratórios candidatos a fazer esses ensaios, dentro do Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), um deles creditado pela ABNT. A meta é ter as normas estabelecidas, até o fim do ano, para formalizar os convênios necessários porque o MCT não tem como atuar sozinho nesta questão", conclui Pimentel.

domingo, 30 de maio de 2010

Série Especial - It's Music! (08): Emilio Pericoli

Esse clip musical foi enviado pelo meu amigo Ricardo Newton e não tem como deixá-lo no gaveteiro da vitrola sem dividir com vocês. É mais um daqueles que me remetem à infância no longínquo século vinte, lembrando da cara dos adultos, embevecidos com a canção do italiano. Lógico que eu não entendia bem a razão, mas curtia a voz doce e potente. Enfim, aproveitem para deixar o romantismo aflorar!

Al di lá - Emilio Pericoli

sábado, 29 de maio de 2010

Série Especial - Birinight Oil (09): A nova Pantera

Esse caso verídico aconteceu nos anos 1970, quando Charles Townsend, patrão das Panteras, precisava contratar uma outra moçoila loira para substituir a gatíssima Farrah Fawcett. Seu braço direito, Bosley, então entrevistou algumas candidatas, conforme descrito a seguir:

Bosley interrogava 3 loiras, que iriam substituir a Pantera Jill Monroe. Para testar se elas reconheceriam um suspeito, mostrou à primeira loira uma foto por 5 segundos:
- Este é o seu suspeito, como é que você o reconheceria?

A primeira loira responde:
- Fácil, eu o reconheceria porque ele só tem um olho.

Surpreso, Bosley diz:
- Bem...é que...a foto o mostra de perfil.

Atrapalhado pela resposta ridícula que recebeu, ele mostra a foto à segunda loira por 5 segundos e pergunta:
- Este é o seu suspeito, como é que o reconheceria?

A segunda loira dá um sorrisinho maroto, sacode os cabelos pro lado e diz:
- Ah! Isso é fácil!!! Ele só tem uma orelha!!!

Bosley, furioso, pergunta:
- O que se passa com vocês duas? Claro que a foto só mostra um olho e uma orelha, porque ele está de perfil! Essa é a melhor resposta que vocês me podem dar?

Já sem paciência, ele mostra a foto à terceira loira e pergunta, grosseiramente:
- Este é o seu suspeito, como é que você o reconheceria? - e, rapidamente, acrescenta - Pense bem, antes de me dar uma resposta imbecil.

A loira olha atentamente a foto, por um momento, e diz:
- Hummmmm....O suspeito usa lentes de contato.

Bosley fica surpreendido e sem fala, porque nem mesmo ele sabia se o suspeito usava lentes de contato ou não.
- Bem, é uma resposta no mínimo interessante... Aguardem um momento, que eu vou verificar o perfil do suspeito e já volto.

Deixa a sala, vai ao escritório verificar a ficha do suspeito no computador e volta com um sorriso satisfeito no rosto:
- Fantástico, não dá para acreditar! É VERDADE! O suspeito usa, de fato, lentes de contato. Belo trabalho! Como conseguiu chegar a essa conclusão?

- Fácil! - responde a loira - Ele não pode usar óculos, porque só tem um olho e uma orelha!

Sacaram a razão do Charlie acabar contratando a irmã da Jill?

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Série Especial - O Outro Mundo (14): Ambiente virtual para bandidos, vagabundos e meliantes encarcerados

Prezados leitores,

O post a seguir poderia ser incluído sob a égide das séries especiais "O Mundo do Futuro, hoje", "Brasil, o país do presente", "Brasil, um país de tolos" ou até mesmo na nossa divertida "Birinight Oil", dada as suas características.

No entanto decidi incluí-la nesta série para que você, que gentilmente vem até aqui para me prestigiar, possa ver como já estão pensando e utilizando os mundos virtuais no Brasil. Eu penso que esse exemplo não é nada bom, visto e existência de possibilidades mais úteis à sociedade, mas deixo a vocês a decisão de como encarar essa situação que se avizinha.


Governo prepara sistema para visita 'virtual' a presos
O governo vai montar um sistema de comunicação para que presos federais falem a distância com suas famílias. Parceria firmada entre o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Defensoria Pública da União (DPU) vai permitir, a partir de 28 de maio (hoje), que presidiários tenham os encontros por meio de uma rede segura protegida de possíveis violações.

Com o programa, as autoridades esperam também usar os mesmos aparelhos para difundir o uso de videoconferências em julgamentos, reduzindo os custos com viagens para audiências.

Segundo o Ministério da Justiça, hoje existem 467 presos em quatro penitenciárias federais - Catanduvas (PR), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Deles, 60% não recebem visitas. Como são considerados de "alta periculosidade", acabam enviados para locais distantes dos Estados de origem, o que dificulta os encontros com familiares.

"Os presos têm filhos, estabelecem relações de afetividade com eles. Não é justo deixar que crianças fiquem privadas de ver os pais", comenta o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Airton Michels. "É bom que a sociedade entenda que isso não é um investimento apenas para o preso e para a família dele, é o cumprimento da lei."

(Nota da redação: cumprimento da lei? E desde quando existe uma lei que trate da criação de ambientes virtuais, às expensas da sociedade, para atender a demanda de bandidos?)

A Lei de Execução Penal diz que é direito do preso a visita de cônjuge, companheira, parentes e amigos em dias determinados. O Depen prevê que as visitas virtuais ocorram a cada 15 dias, com inicialmente 30 minutos de duração - o que pode variar, dependendo da demanda.

Os presos deverão escolher os nomes de três pessoas que poderão fazer contato a distância - 50% deles já se cadastraram para participar da iniciativa. Familiares e amigos devem, então, se dirigir às defensorias públicas da União, onde vão agendar data e horário para a conversa. A privacidade não ficará comprometida, garante Michels.

O projeto Visita Virtual e Videoconferência Judicial custará R$ 1,5 milhão. Segundo o diretor do Depen, é um valor "modesto", que deve ser compensado dentro de um ano, devido à economia com os deslocamentos de presos para audiências.

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Muito bem, vamos aos comentários:

Em primeiro lugar, penso que o (des) governo federal deveria investir somas generosas para levar esse conceito de realidade virtual imersiva para as escolas, principalmente nos níveis iniciais, onde a ludicidade sofre um processo de disrupção que impacta o cidadão para o resto da vida, inclusive com consequências que causam muito transtorno na universidade, onde o cidadão chega completamente bloqueado, seja do ponto de vista criativo, emocional e até mesmo de relações sociais.

Em paralelo, deveria investir também, generosamente, na formação de educadores adequados às demandas do século em que nos encontramos e não mais "rabiscadores de giz" e "cuspidores de matéria", que além de não entenderem as necessidades dos alunos ainda reproduzem (por medo, preguiça ou quetais) modelos completamente anacrônicos que não formam cidadãos conscientes, mas bugres assustados apertadores de botões com pouco ou nenhum senso crítico.

Se existe o desejo (legítimo, do meu ponto de vista) de promover a videoconferência para minimizar custos com essa caterva, certamente temos outras opções gratuitas (como o Skype) ou de baixo custo que podem ser utilizadas.

Caso algum dos autores do projeto seja um entusiasta dos ambientes virtuais tridimensionais imersivos, como eu sou, que use o Opensimulator, que é gratuito e funcionará a contento. Sou da opinião que conceder ludicidade a esses estorvos enquanto que se nega às crianças e jovens da nação é um crime de lesa-pátria e lesa-sociedade. Mais uma vez o bandido conquista benesses que são negadas aos cidadãos brasileiros.

Gastar UM MILHÃO E MEIO DE REAIS neste projeto, para beneficiar apenas 467 meliantes significa investir R$ 3.212,00 para que cada preso possa se divertir brincando com avatares. Será que teremos também "visitas íntimas" no ambiente virtual ?

A mim parece mais um desses casos em que o objetivo principal é o butim, a tunga dos recursos da nação (ou seja, dos cidadãos brasileiros) travestido de um objeto de relevância social. Com a palavra, vocês, que espero que engrossem o coro de antagonistas a mais essa "bolsa lambança".

Série Especial - Brasil, um País de Tolos (04): Tempo perdido com trabalho para sustentar vagabundos!

Hoje, extraordináriamente, farei duas postagens e em ambas expresso minha indignação com a administração (risos) deste país. Esta, pelo menos, nos permite comemorar a partir de amanhã, data na qual o nosso dinheiro - ganho com trabalho e não em patifarias - seja integralmente nosso e não repartido com a escumalha.

Imposto consome 148 dias de trabalho
Em 2010 cada contribuinte brasileiro vai trabalhar 148 dias - ou seja até 28 de maio - apenas para pagar impostos municipais, estaduais e federais. A constatação é de estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que mostra, ainda, que a classe média é a mais atingida pelos impostos.

Dentre os contribuintes com renda mensal entre R$ 3 mil e R$ 10 mil, a mordida equivale a 42,94% da renda mensal média, equivalente a 157 dias, enquanto para rendas até R$ 3 mil e acima de R$ 10 mil os impostos levam 38,48% (ou 142 dias) e 41,63% (ou 152 dias), respectivamente.

Segundo o estudo, os tributos que incidem sobre patrimônio, renda e consumo de pessoas físicas vão "engolir", em média, 40,54% da renda total de 2010. Trata-se do ano em que a carga tributária mais afeta o bolso do contribuinte em todos os tempos, deixando para trás o porcentual de 2008, quando os impostos equivaleram a 40,51% da renda média do trabalhador, e os mesmos 148 dias de trabalho.

Em 2009, devido às desonerações feitas como medidas de incentivo ao consumo, como a do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e móveis, a arrecadação caiu e significou 147 dias de trabalho.

Segundo o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, o maior peso sobre a classe média é comum nos regimes tributários da maioria dos países do mundo. "No Brasil que tem renda mais baixa tem isenções de Imposto de Renda, enquanto a taxação sobre consumo é regressiva", explica Amaral. "Isso faz com que a classe média, que consome produtos com alta tributação, fique com a maior fatia", afirma ele, citando o crescente consumo, por parte da classe média, de combustíveis, eletroeletrônicos, produtos ligados às telecomunicações e importados, altamente tributados.

No cenário internacional o Brasil aparece, segundo Amaral, como o dono da maior carga tributária entre emergentes. O País está atrás, em termos absolutos, da Suécia - país com um dos melhores índices de qualidade de vida do mundo e onde o contribuinte trabalha 185 dias para pagar impostos - e com números próximos à França, onde são 149 os dias trabalhados. Os impostos brasileiros são, no entanto, 52% maiores do que os argentinos, onde o contribuinte demora 97 dias para pagar as contas. No México são 92 dias, e no Chile, 91.

A gestão dos recursos arrecadados com impostos deixa a desejar no Brasil. A qualidade dos serviços públicos aqui é bem diferente da Suécia. É preciso melhorar a gestão de setores como a educação.

Daqui a pouco, um novo post com mais treslouquices!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Série Especial - RPG: Criando, Contando e Vivendo Histórias (01): NanoRPG, vamos jogar?

Ok, ok, eu me rendo!

Depois de curtir adoidado esse hobby por 25 anos, não tem como deixar de lado a ideia de fazer uma série especial sobre o assunto, que pode compartilhar facilmente o espaço com as demais séries que aqui apresento.

Lógico que não vou fazer deste blog um espaço dedicado ao tema, visto que o foco é distinto, mas captarei notícias relevantes sobre esse segmento de mercado e as postarei aqui para deleite de vocês. Os que desejarem se aprofundar no tema, recomendo visitar diariamente o site da Rede RPG, dos meus queridos amigos Marcelo Telles & Adriana Almeida, que há anos lutam garbosamente auxiliados por uma legião de ilustres companheiros de armas para manter viva a chama desse hobby no Brasil.

Em nosso post de estréia, com texto original de Marcelo Telles, vou apresentar o NanoRPG, um sistema de regras brasileiro, criado pela licença Criative Commons, que pode ajudar muito a quem deseja criar o seu próprio jogo.


NanoRPG 2a Edição
Após um ano do lançamento da primeira edição, acabou de ser lançada a segunda edição do NanoRPG. Uma iniciativa gratuita e nacional, o NanoRPG é um sistema genérico que tem como proposta ser pequeno o suficiente para se ler em meia hora, mas completo para se jogar uma campanha com ele.

E a grande preocupação foi entregar um sistema de nível profissional, inclusive na diagramação e na arte, composta por dois talentosos desenhistas que acreditaram no projeto e cederam seus trabalhos ao sistema. Além disso, regido pela Creative Commons, é permitida a livre distribuição e impressão do sistema, assim como a criação de obras derivadas.

Atributos e o Hexograma
O NanoRPG possui atributos primários, secundários e terciários. O hexograma é um padrão formado pelos atributos de modo que as escolhas nos atributos primários refletem nos valores dos secundários e terciários, como uma reação em cadeia. Para melhor visualização, o sistema é disponibilizado com uma ficha editável que calcula automaticamente os valores dos atributos, permitindo assim ao jogador acompanhar em tempo real as conseqüências das escolhas dos atributos.

Testes
Os testes do NanoRPG se baseiam em 2 dados de seis faces. O sistema utiliza duas mecânicas de testes: os testes normais e os resistidos. Os testes normais são aqueles que apenas uma pessoa participa. Nesse caso, jogam-se 2 dados e tenta se obter o menor resultado. Nos testes resistidos, cada envolvido joga dois dados, e após as somas devidas, o maior resultado vence.

Essa diferenciação torna os combates na segunda edição do NanoRPG muito mais velozes, pois evita a chance de uma defesa muito alta travar o combate.

Poderes
O sistema de Poderes do NanoRPG emula tanto magias como super-poderes, além de trazer toda as regras necessárias para criação de itens mágicos, runas, alquimia, etc. Utilizando a criatividade de jogadores e narradores como principal combustível, os poderes do NanoRPG são flexíveis e incentivam a quebra de barreiras em jogo.

Ajustando o Realismo
Por ser genérico, o sistema deve se adaptar aos mais variados níveis de realismo em jogo. Assim, o NanoRPG utiliza o Modificador de Ficção que quanto maior, mais cinematográfico fica o jogo. Esse modificador influencia diretamente em quanto um personagem agüenta de dano, assim como o quão capacitado ele é, tornando assim o herói mais heróico.

Próximos Lançamentos
Além do módulo básico e da ficha editável, a versão Pocket do sistema será disponibilizada gratuitamente no site. A idéia por trás da verão Pocket é permitir aos rpgistas brasileiros ter um sistema completo e genérico dentro de suas carteiras, entre cédulas e antigos bilhetes de telefones.

Visite o site:http://www.nanorpg.com/ e dê uma chance a si mesmo de se surpreender. Você terá um sistema gratuito e com qualidade profissional em sua mãos.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Série Especial - O Mundo do Futuro, hoje (11): Células sintéticas

O texto a seguir revela mais um importante salto científico dado pela humanidade neste século. Permitirá a criação de novos medicamentos e um sem-número de outros benefícios para a população mundial.

Infelizmente, tendo sido criada por americanos, é de se esperar que tal inovação resulte também em armas de guerra, dada a natureza bélica daquela cultura, mas não existem bônus sem ônus quando se trata de seres humanos.

Americanos criam a primeira célula viva de genoma sintético
Pesquisadores americanos conseguiram criar uma célula bacteriana viva cujo genoma é sintético, um avanço com múltiplas aplicações potenciais e que deve permitir compreender melhor os mecanismos da vida.

"Trata-se da criação da primeira célula viva sintética", explicou Craig Venter, criador do Instituto de mesmo nome e coautor da primeira sequenciação do genoma humano, revelada em 2000.

"Nós chamamos de sintético porque a célula se deriva totalmente de um cromossoma sintético, criado com quatro frascos químicos em um sintetizador químico, começando com a informação em um computador", explicou, classificando o êxito como uma "etapa importante científica e filosoficamente falando".

"Essa obtenção muda certamente minha visão da definição da vida e de seu funcionamento", acrescentou o pesquisador, cujos trabalhos são difundidos na revista Science. "Isso se converte num instrumento muito poderoso para tentar desenhar o que esperamos da biologia e pensamos em uma gama muito ampla de aplicações", precisou.

Craig Venter havia anunciado em 2008 que conseguiu, com sua equipe, fabricar um genoma bacteriano 100% sintético pegando sequências de DNA sintetizadas para reconstituir o genoma completo da bactéria Mycoplasma genitalium. Este genoma foi logo transplantado para outra bactéria, mas sem que esta pudesse funcionar. Para criar uma célula controlada por um genoma sintético, os pesquisadores retomaram estas duas técnicas elaboradas em 2008.

O genoma que fabricaram é a cópia de um genoma existente, o da bactéria mycoplasma mycoides, mas com sequências de DNA adicionais para distingui-las. Depois transplantaram este genoma sintético para outra bactéria, denominada mycoplasma capricolum, conseguindo ativar as células desta última.

Apesar do fato de que 14 genes foram apagados na bactéria receptora do genoma sintético, esta se parecia com uma bactéria mycoplasma capricolum. O estudo indica apesar destas técnicas poderem se generalizar, a concepção, a síntese, a montagem e o trasplante de cromossomas sintéticos já não serão obstáculos para os progressos da biologia sintética.

Segundo Craig Venter, agora os investigadores tentarão conceber algas capazes de capturar o dióxido de carbono (CO2), principal gás de efeito estufa, e produzir novos combustíveis limpos. Também há pesquisas em curso para acelerar a produção de vacinas, fabricar novas substâncias químicas, ingredientes alimentares e bactérias capazes de purificar a água.

"A habilidade de escrever rotineiramente a engenharia da vida levará a uma nova era da ciências e, com ela, a novos produtos e aplicações como biocombustíveis avançados, tecnologia de água limpa e novas vacinas e medicinas", assegurou o instituto em seu site, acrescentando que é necessário um diálogo intenso "com todas as áreas da sociedade, do Congresso até especialistas em bioética".

Em compensação, para Pat Mooney, diretor do ETC Group, organismo internacional privado de controle das tecnologias, com sede no Canadá, este trabalho é uma verdadeira "caixa de Pandora". "A biologia sintética é um campo de atividade de alto risco mal compreendida e motivada pela busca de lucros", afirmou.

"Sabemos que as formas de vida criadas em laboratório podem se converter em armas biológicas e também ameaçar a biodiversidade natural", acrescenta em um comunicado.

A pesquisa foi financiada pela Synthetic Genomics, uma firma co-fundada por Graig Venter. O Craig Venter Institute patenteou algumas das técnicas descritas nos trabalhos publicados nesta quinta-feira.


Perplexidade e preocupação de autoridades católicas com célula artificial
Autoridades católicas italianas expressaram perplexidade e preocupação com o anúncio da criação da primeira célula viva dotada de um genoma sintético, e destacaram um potencial "devastador salto ao desconhecido".

"Nas mãos erradas, a novidade de hoje pode representar amanhã um devastador salto ao desconhecido", afirmou o bispo Domenico Mogavero, presidente da Comissão para Assuntos Jurídicos da Conferência Episcopal italiana, em entrevista ao jornal La Stampa.

"O homem vem de Deus, mas não é Deus: é humano e tem a possibilidade de dar a vida procriando e não construindo-a artificialmente", acrescentou.

A criação da primeira célula viva dotada de um genoma sintético foi anunciada na quinta-feira. A experiência abre caminho para a produção de organismos artificiais, segundo os coordenadores da pesquisa realizada nos Estados Unidos.

"É a natureza humana que dá sua dignidade ao genoma humano, não o contrário. O pesadelo contra o qual tempos que lutar é a manipulação da vida, a eugenia", disse Mogavero.

Para o teólogo Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, região central da Itália, "a preocupação pode ser resumida em uma pergunta: o cientificamente possível também é justo do ponto de vista ético?".

"A resposta está em um parâmetro que une todos nós, não apenas os cristãos: a dignidade da pessoa humana", declarou Forte ao jornal Corriere della Sera.

O arcebispo destacou, no entanto, a "admiração pelas capacidades da inteligência humana que se manifestam de forma regular e elevada".

O padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, se mostrou prudente ao afirmar na quinta-feira à noite que era preciso esperar para ter mais informações sobre o novo feito. A descoberta dos pesquisadores americanos é um avanço com múltiplas aplicações potenciais e que deve permitir compreender melhor os mecanismos da vida.

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Eu postei o texto dos padres católicos na sequência à notícia não por dar importância à opinião deles, muito pelo contrário, pois quem me conhece sabe o quanto abomino essa religião e seus sequazes, que tanto mal fizeram ao mundo com a imposição de seus valores. O fiz para mostrar que, século após século, tudo o que esses indivíduos desejam é a manutenção de seus privilégios e a restauração de seu poder no mundo. O que não mais irá acontecer, pois a Humanidade evoluiu, se instruiu e a cada década mais e mais pessoas optam por outras trilhas de autoconhecimento.

Agora elas podem optar sem o pavor de serem assassinadas e terem seus bens espoliados, enquanto que seus algozes, travestidos (perdoem o trocadilho) de almas benignas, tem que enfrentar a justiça para responder por seus crimes de pedofilia.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Série Especial - LOST IN LOST (01): Uma panorâmica


(POST ATUALIZADO)
Queridos leitores,

Inicialmente, esta seria uma postagem extra, mas as repercussões e a própria natureza transmídia do seriado requerem mais espaço para apresentação de fatores que já impactam a indústria do entretenimento mundial e que vão se estender para outras áreas, entre elas a Educação, que migra da masmorra fétida e sombria para um ambiente lúdico, mágico, estimulante e de natureza transmídia.
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Vamos começar dando uma panorâmica e, nos próximos posts da série, nos aprofundar nesse fenômeno da mídia. Batizei a série com o nome do mais famoso blog brasileiro sobre o assunto não só para homenagear o excelente trabalho daqueles profissionais mas também para refletir como muitos de nós (ou todos?) nos sentimos durante os seis anos de duração do seriado. Que aliás, eu considerava o ponto alto da brincadeira, não apenas assistir, mas refletir, elocubrar, discutir em fóruns, participar de atividades paralelas, saber mais do que quem só assiste na tevê e por aí vai. Simbora pro ataque!
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O seriado Lost, que acabou domingo nos Estados Unidos e ainda vai acabar aqui no Brasil fez história e ainda não conseguiu sequer ser imitado, quanto mais igualado. Para o tão esperado "The End", o canal AXN promete dar aos assinantes brasileiros a chance de vê-lo hoje. Se você ainda não teve a oportunidade de assistir, não perca a chance, pois eu já vi pela Internet e valeu muito a pena!

Aliás, esse tempo entre a exibição original e a em nossas tvs por assinatura sofreu uma redução por pressão dos usuários, que preferiam baixar o episódio na Internet, colocar legendas e assistir até no computador do que ficar esperando seis meses até o troço pintar por aqui via cabo, ou um ano, se esperasse pela tv aberta, com dublagem ruim e na madrugada, como tapa buraco do Jô Soares. Uma vergonha dada a qualidade do seriado...
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Se você já assistiu ao derradeiro episódio, continue lendo a postagem. Caso contrário pare agora, assista hoje, via web ou AXN e depois passe por aqui para ler o texto e deixar sua opinião, se quiser.

Daqui para baixo tem várias opiniões, inclusive a minha, e pode estragar a graça de quem ainda não sabe o final.


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Se hoje é fácil encontrar na internet o capítulo final da novela, os gols dos jogos de domingo ou os episódios de séries americanas que nunca foram exibidas no Brasil, todos esses hábitos devem muito às mudanças que começaram com "Lost", seis temporadas - e seis anos - atrás.
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Nesse período, a ansiedade por descobrir "as respostas que só levaram a mais perguntas" fizeram os fãs de "Lost" procurarem formas para acompanhar a série, driblando o intervalo de meses para a exibição na TV a cabo - ou até de um ano para ver no canal aberto.
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Quem começou a assistir a "Lost" pelas caixas de DVD descobriu que poderia ver a série assim que ela foi exibida nos Estados Unidos. Foi o suficiente para que se familiarizassem com sites para fazer para download não só "Lost" mas de outras séries e filmes que nem passaram no cinema.

A necessidade de acompanhar "Lost" aumentou o que é considerado como pirataria. Os fãs ainda precisavam criar uma forma de assistir à série traduzida e descobriram que era possível colocar legendas, feitas por grupos de outras pessoas mais fanáticas que traduziam as temporadas. Termos como "sincronia", ".srt" e "S06E18", se tornaram parte do cotidiano de quem assiste a séries online. Programas para assistir a vídeos com legendas, como o VLC e RadLight também.
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A resposta veio nesta temporada. O canal pago AXN transmitiu os episódios com intervalos de duas semanas. O penúltimo foi ao ar no domingo, 23, e o "season finale", apenas dois dias depois de exibido nos Estados Unidos. "Sabemos como é o fã de 'Lost' e a ansiedade do último capítulo será muito grande", disse Stefania Granito, diretora de "consumer marketing" da Sony. "Dois dias é o intervalo mínimo para ter uma exibição de qualidade."
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Nota da Redação: Conversa fiada! Se os fãs, que legendam os episódios quase em tempo real com a exibição nos Estados Unidos conseguem, cerca de uma hora e meia depois de terminado por lá, nos oferecer uma legenda perfeita, por qual razão a Sony precisaria de dois dias para exibir com qualidade?
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A verdade é que ela precisa encaixar o episódio em um espaço pré-determinado da programação e ao invés de dizer isso claramente, joga uma xurumela para tentar enganar os fãs. Tem gente que possui cara de pau, mas a moça acima, nitidamente, possui uma cara de Granito...
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"Lost" não foi o primeiro programa a transpor as fronteiras da TV. A chamada de narrativa transmídia é uma forma de contar uma história que se desdobra em mais de um veículo. "O primeiro grande pioneiro nisso foi 'Pokémon'", disse o escritor de ficção científica Bruce Sterling. "E isso não é um modismo passageiro - chegou para ficar."

Em "Lost", isso foi além. Usando a internet, os criadores da série desenvolveram jogos de realidade alternativa que convidavam os fãs a desvendar alguns dos mistérios da série e, em vídeos produzidos somente para a internet, revelavam detalhes da história que apenas eram descobertos pelos fãs que acompanhassem as iniciativas na internet. Há, por exemplo, uma parte da mitologia por trás dos números malditos da série (4, 8, 15, 16, 23, 42), que só quem acompanhou essas narrativas paralelas conheceu.

A novidade foi que, com "Lost", o elemento transmídia fugiu das mãos dos produtores da série - de propósito - e os fãs passaram a criar esses desdobramentos. Eles reuniram informações em sites especializados, como a enciclopédia sobre a série, "Lostpedia", e o "Lost Maps", um mapa do Google Maps que aponta a localização dos acontecimentos. "Havia até uma banda no MySpace chamada Previously On Lost. Talvez seja a primeira vez que estejamos diante de um fenômeno do gênero", analisa Ian Black, consultor de mídias sociais e projetos multimídia.

Em entrevista no ano passado, Henry Jenkins, o autor do livro "Cultura da Convergência" e diretor do programa de mídia comparativa no MIT, comentou esse fenômeno: "Aquilo que não for transmídia vai se tornar transmídia nas mãos do público. Falando apenas sobre programas de televisão, se você reparar com atenção, vai perceber que os melhores produtos transmídia não foram criados pelas empresas que produzem os programas, mas pelos fãs."

E entre os mistérios inventados pela série e as soluções inventadas pelos fãs, percebe-se a criação de um novo tipo de entretenimento, uma nova forma de atrair interesse e despertar paixões, sempre de forma coletiva. Afinal, é melhor viver junto do que morrer sozinho.

Não existe alguém que goste só um pouco de "Lost". Ou você não tem ideia do que acontece na ilha maluca ou você é tão amalucado (pela série) quanto a ilha. Isso é só um dos aspectos que tornam a série tão importante. "É a franquia de ficção científica e fantasia mais popular desde 'Guerra nas Estrelas'", explica Rob Bricken, do blog de cultura pop "Topless Robot". "Todo mundo assiste, não só nerds. Minha esposa assiste 'Lost'. Minha mãe também. É um programa nerd que de alguma forma transcende essa nerdice e fica interessante para todas as idades, sexos, classes, e isso é bem importante".
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E mesmo entre os nerds, "Lost" é um fenômeno à parte: "Os mistérios me fizeram seguir fielmente todas as temporadas, todos os episódios. Essa foi a única série que eu acompanhei de verdade, semana a semana", conta Thiago Borbolla, editor do site de cultura pop brasileiro "Judão".

Misturar o fator humano à narrativa de ficção científica é o grande trunfo da série. É isso que arrebata tantos fãs de tantas personalidades e gostos diferentes. "Lost" tem de viagens no tempo e de bolsões de eletromagnetismo, mas também fala de perdão, confiança, superação, ciência, filosofia e religião. Os produtores já disseram uma vez que "'Lost' é sobre o amor".

"A série é relevante por uma variedade de razões, mas a que eu acho a mais importante é que eles encontraram a maneira perfeita de combinar o mistério e a mitologia da ilha com o elemento humano. Claro que há monstros de fumaça, ursos polares, mortos que voltam da tumba e viagens no tempo, mas por trás de tudo sempre estiverem os conflitos humanos mais fundamentais: fé versus ciência, livre arbítrio versus destino, bem versus mal e talvez o maior de todos eles: redenção", opina Crit Obara, que edita o "FuckYeahLost.com", um dos mais famosos blogs que publicam material de "Lost" produzido por fãs.

Eis outra particularidade: a série criou uma mitologia própria que foi ganhando força à medida em que os fãs percebiam que era possível participar dela, seja fazendo fotomontagens, pôsteres, músicas, mashups de vídeos ou recontextualizando ícones desse universo em outras situações. E essas colaborações vêm de todos os países do mundo.

E aí temos outro fator importante: o fim das barreiras geográficas fez que Lost se tornasse um sucesso internacional com impacto simultâneo. "O programa é um exemplo significativo do que podemos chamar de uma série 'global'", explica David Thorburn, diretor do Communications Forum do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA.

"Isso se reflete não só no elenco multiétnico como também em suas locações. 'Lost' foi feito para ser este tipo de programa - como muitos reality shows -, que não depende das regras de nenhuma cultura nacional. Apesar de ter o ritmo rápido e a elegância audiovisual de um produto norte-americano, seus personagens e sua ampla saga de aventuras pertencem à aldeia global."
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Além de agregar valores culturais diferentes, o mistério é enriquecido com o uso de vários idiomas, o que facilita a identificação de quem assiste. Provavelmente, todo fã de 'Lost' já imaginou se puxaria o gatilho contra Libby e Ana Lucia estivesse ele no lugar de Michael, ou se faria o sacrifício de Charlie.

"Saber que 'Lost' vai acabar é como ter um amigo que vai embora para a Lua. Eu estou, é claro, ansioso para saber como termina, mas não estou pronto para dizer 'adeus'", diz Obara. Para esses mesmos fãs, é triste se despedir da série. Mas é também a redenção - tanto de Jack, Locke, Sawyer, Kate e companhia, quanto dos fãs, que por tantos anos acompanharam tão religiosamente a série. Todo mundo merece descansar. Em paz.


“Lost” e a revolução
Ainda restam inúmeras (e muitas vezes inúteis) discussões críticas que surgirão a partir do encerramento da série. Porém, não importa o final da série. “Lost” já está na história da televisão mundial.

Dificilmente “Lost” assumirá com folga o posto de melhor série de todos os tempos. “Família Soprano” e “Seinfeld” ainda reinam absolutas nas diversas listas que volta e meia são divulgadas por algum veículo de comunicação. Afinal, nem mesmo os fãs de “Lost” se entendem. Pela internet, travam um embate corrosivo sobre o encerramento da série.

Alguns defendem com unhas e dentes o caminho que a atração tomou. Outros se colocam do lado oposto, intransigentes ao apontar inúmeras falhas e acusar os produtores Damon Lindelof e Carlton Cuse de promoverem o maior engodo já visto na telinha.

Assim funciona “Lost” desde 22 de setembro de 2004, quando foi exibido pela primeira vez nos Estados Unidos. Naquele dia, os telespectadores foram surpreendidos com uma das estreias mais arrasadoras da televisão. Assistiram surpresos aos sobreviventes da queda do voo 815 da Oceanic Airlines, que partiu de Sydney (Austrália) e terminou despedaçado em uma misteriosa ilha.

Antes de “Lost”, nenhuma outra atração conseguiu colocar em prática os conceitos de multiplataforma e interatividade que tanto ouvimos falar. A série foi muito além dos episódios exibidos na televisão. Durante seis temporadas, os fãs decidiram se a experiência terminava ou não quando os créditos finais surgiam na telinha.

Sem prejudicar quem acompanhou tradicionalmente a série, os produtores criaram um universo paralelo localizado principalmente na internet. Sites secretos, vídeos fragmentados e jogos de realidade alternativa levaram os ‘lostmaníacos’ a explorar detalhes da Iniciativa Dharma, da sequência 4-8-15-16-23-42 e tantos outros mistérios da trama.

Porém, se “Lost” pode definir uma nova forma de produzir televisão, a série também corre o risco de ser um fim em si mesma. Há cinco temporadas os estúdios tentam reproduzir a fórmula. Ninguém teve sucesso. Todas as atrações que utilizaram o fenômeno como inspiração sequer tiveram relativo êxito. Fracassaram e foram precocemente canceladas.

Muitas séries podem ser objetos de culto, como “Star Trek” ou “Buffy”. Tantas outras podem fazer mais sucesso entre o público, caso de atrações policiais como “NCIS”, que levam semanalmente milhões de norte-americanos para frente da telinha. No entanto, nenhuma atração no horizonte mostra competência para repetir “Lost” e unir diferentes mídias em torno de um produto.

Você pode amar ou odiar “Lost”. Até mesmo ficar frustrado com seu encerramento. Gosto é algo individual e deve ser respeitado. Mas, se for fã de televisão, aproveite. Estamos vivenciando a história.

"Lostpedia" tem versões em inglês, português, russo e polonês
Mais de seis mil artigos, 25 mil usuários, 11 línguas diferentes, 33 mil páginas. Nenhum desses algarismos integra a lista de números malditos de "Lost": eles são na verdade os números da "Lostpedia", uma wiki sobre a série que foi criada, alimentada e gerida pelos fãs.
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Com versões em inglês, português e até russo e polonês, a "Lostpedia" foi criada em 2005 pelo programador Kevin Croy e se tornou quase obrigatória em uma série que mistura viagens no tempo a realidades paralelas, tão cheia de detalhes.

O nível de minúcia é tão alto que a página tem transcrições de todos os episódios e registro de praticamente todos os elementos que aparecem em cena, da mais importante reviravolta à mais insignificante aparição de figurante. Esses cuidados ajudaram os fãs a perceberem que nada é acontece por acaso em "Lost".


Final da série 'Lost' deixa fãs em busca de respostas
Assim como os sobreviventes do voo Oceanic 815, os fãs de "Lost" ficaram perdidos em busca de respostas nesta segunda-feira, após o fim da tão cultuada série. Por seis anos e 121 episódios, milhões de telespectadores ao redor do mundo ficaram vidrados e enraivecidos com os enigmas que surgiam sem cessar após a queda de um avião em uma ilha do oceano Pacífico.
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Cerca de 13,5 milhões de fãs americanos ligaram as televisões no domingo para assitir ao derradeiro episódio - de duas horas - esperando por respostas para todos os mistérios, que trouxeram discussões e dividiram opiniões.
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Centenas de mensagens enviadas para o site oficial de "Lost" na rede de televisão ABC - que convidou telespectadores a comentarem sua parte favorita do episódio - revelaram a frustração de muitos dos fãs.
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"Não houve parte favorita do final. Foi horrível. ESTOU TÃO REVOLTADO", disse um. "Que final PATÉTICO!!!", reclamou outro. "Tantas coisas não foram resolvidas e nada foi explicado sobre a ilha". "Foi de longe o pior episódio de uma série que eu já vi e estou muito revoltado de perder tanto de meu tempo esperando por um desfecho decente". Outra mensagem afirmou:
"Horrível! Que decepção... seis anos de minha vida para uma das maiores decepções!".

Alguns fãs foram menos críticos, mesmo com diversos pontos terem ficado por explicar.
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"Eu amei. Foi emocionalmente satisfatório e foi o suficiente", afirmou um fã. "Eu ainda tenho algumas dúvidas, mas todos nós não temos?".
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Enquanto fãs se dividiam, a imprensa nesta segunda-feira deu sua aprovação ao final, afirmando que o fato de várias questões terem ficado por resolver seguiu a tendência da série de trazer mistérios durante seus seis anos.

"Emocionante, inteligente, de uma maneira que simplificou profundas verdades, a série explicou para os fãs o que foi dito durante todo o tempo", afirmou o jornal USA Today. "Lost é sobre vida e morte, fé e ciência, espírito e corpo, e sempre acentuou o fato de que o título refere-se às almas de seus personagens", não à sua localização", acrescentou o jornal.

A crítica da Radio Pública Nacional, Linda Holmes, também aprovou o fim da série: "muitas pessoas detestaram, não se pode questionar. E vai ser sempre assim. Entretanto, mesmo com questões não resolvidas sobre estátuas e símbolos e quedas de alimentos, essas últimas duas horas trataram os personagens muito, muito bem". A Entertainment Weekly, por sua vez, afirmou que o final foi "muito prazeroso, cheio de encontros que eram tanto sentimentais quanto engraçados".


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Bem, acabou. Vários mistérios não ficaram explicados, como eu já esperava. Não sabemos o que é a ilha, o monstro de fumaça, Jacob et cetera et al. Uma das vertentes é que tudo partiu da imaginação da mentes dos "sobreviventes" do voo 815 da Oceanic. Pode-se considerar pouco satisfatório, mas como desconhecemos os mecanismos do "pós-vida" (se é que existem), temos que considerar as hipóteses.

Eles estavam todos mortos desde o início, como muito se especulou ainda na primeira temporada. Mas pelo menos não estavam no Inferno. Eu acho...

O final romântico, com vários encontros e a ligação entre a "realidade da ilha" e a "realidade alternativa" permitiu ao J.J.A. fechar o seriado de forma digna, embora não totalmente satisfatória. Sou de opinião que os fãs podem "estimular" o criativo diretor a fazer um longa explicando algumas coisas, embora ele tenha dito que tal não iria acontecer.
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Sabe-se lá, quando as cifras falam alto, os pudores se vão como poeira ao vento...

De qualquer maneira, fico muito feliz de ter acompanhado essa série e partilhado das mudanças que ela proporcionou na indústria do entretenimento. Do mesmo autor temos "Fringe", que está cada vez melhor. Tomara que ela consiga suprir, ao menos um pouco, o prazer que tivemos ao longo destes seis anos.

Salvo nas reprises, não ouviremos mais a frase "Previously on Lost". Mas como bem disse o pai do Jack, "não estamos partindo, apenas seguindo em frente..."

E aqui vamos nós, seguir em frente. A você que acompanhou a série e veio dar uma lida no post, o meu muito obrigado. Nas próximas, vou apresentar mais alguns tópicos para estimular a reflexão e a discussão, afinal esse foi o principal legado que a série nos deixou, aproximando pessoas de todas as partes do mundo em torno de uma história de faz de conta.
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Um beijo do anjo!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Série Especial - Brasil, um país de tolos (03): Banda larga???

Eis-me aqui novamente a meter a borduna nas pataquadas do governo, seja ele de que esfera for. Nesse post, finalmente temos a apresentação da "solução" (sic), há muito esperada, sobre o Plano Nacional de Banda Larga, que prevê aumento ao acesso à banda larga no Brasil, principalmente em regiões não contempladas pelas teles, que não tem nenhum interesse no desenvolvimento social da nação, apenas encher as burras de cifrões.

Prá começar, está a farsa da denominação de banda larga para velocidades que são choráveis (risíveis, nesse caso, soa pouco adequado), ou seja, qualquer velocidade acima de 512Kb/s (o oferecido, a princípio, ficará porém abaixo de um mega). E alidada a ela, a promessa de se atingir dois megabits em 2014...

Se considerarmos que no ano passado Portugal atingiu a marca do 1 GIGABIT/s, veremos o quanto a sociedade em geral ainda tem que apanhar para aprender a não eleger calhordas.

O post é longo, mas vale a pena ler para manter a mente informada sobre a lastimável solução adotada.

Banda larga de R$ 15 a R$ 35 será real e refletirá concorrência
A projeção de preços de 15 reais a 35 reais pela mensalidade do acesso rápido à internet, dentro do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) é real e vai refletir a concorrência fomentada entre as operadoras, mas não deve ser o foco principal da iniciativa, avaliam especialistas em telecomunicações.

Para o analista de telecomunicações da IDC Brasil, João Paulo Bruder, a estimativa de preços do governo é real tendo em vista que haverá um equilíbrio maior entre o preço investido pelas operadoras para a oferta do acesso rápido na última milha em relação à receita, já que a Telebrás será responsável pela rede principal.

"Com o governo fazendo backbone e backhaul, muitas cidades passam a ser atrativas para a iniciativa privada", afirma. Segundo o analista, o PNBL agrada as operadoras, mas elas devem estudar como colaborar com o projeto e onde atuar. "Se a operadora não quiser oferecer o acesso em uma determinada região, o governo vai atender o local diretamente, mas deve avaliar a escolha para não se arrepender pelo mercado perdido depois", diz Bruder.

Segundo o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, a questão primordial não é o preço do serviço, mas a qualidade. "O problema do Brasil e do restante do mundo envolve investimentos em infra-estrutura para a alta velocidade", observa o especialista que dá como exemplo um pacote de acesso a 10 Megabits por segundo (Mbps) por 60 reais pela operadora GVT, que tem investido no acesso via fibra óptica.

O presidente do Teleco alerta que a questão sem uma rede de fibra, o Brasil vai se distanciar cada vez mais em relação a países da Europa, bem como Austrália e Estados Unidos, que estão colocando em prática seus planos de inclusão por meio de redes de alta velocidade. "Falta visão de longo prazo para não chegarmos em três anos com uma velocidade de acesso insuficiente para a demanda do usuário", conclui Tude.


PNBL: governo quer levar banda larga a 40 milhões de casas
O governo federal quer elevar de 12 milhões para 40 milhões de domicílios o acesso à banda larga, com serviços que custarão a partir de 15 reais mensais, atingidos mediante incentivos fiscais. Sem esses incentivos, o preço deverá ficar entre 29 e 35 reais - o valor varia em função da cobrança ou não do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Para o governo, a conexão banda larga será aquela com velocidade igual ou superior a 512 Kbps.

Com essas medidas, o governo espera que 35,2 milhões de residências tenham acesso ao serviço de internet rápida. Hoje, pela estimativa oficial, o Brasil conta com 12 milhões de domicílios com acesso, cujos preços, na velocidade de 256 Kbps, variam entre 49 e 96 reais.

(Nota da Redação: na cidade do Rio de Janeiro, um plano de 2Mb/s da Oi-Telemar - empresa campeã de reclamações por péssimos serviços - custa em torno de 40 reais)

O governo anunciou que a estatal Telebrás será a gestora do Programa Nacional de Banda Larga. O aviso foi enviado pela empresa, em forma de nota relevante, à Comissão de Valores Mobiliários. A Telebrás será capitalizada com 3,22 bilhões de reais.

No lançamento do plano, a ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra disse que o objetivo do plano é levar a internet rápida às classes C e D. Para baratear o acesso, o governo planeja oferecer, por meio de abatimento de impostos e outras facilidades, 785 milhões de reais. Deste valor, 11,36 milhões virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para pequenas e médias prestadoras de serviço; 770 milhões de reais virão de abatimentos do PIS e Cofins na compra e fornecimento de modems; e 3,75 milhões de reais, da isenção de IPI para equipamentos de telecomunicações com tecnologia nacional.

Uma linha de crédito será disponibilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamento e compra de equipamentos de telecomunicações de tecnologia nacional.

O coordenador do Programa de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez, afirmou que essa linha de crédito não tem limite, mas que ela deverá chegar a 6,5 bilhões de reais para a compra de equipamentos e a 1 bilhão de reais para financiamento de micro, pequenos e médios prestadores de serviços de telecomunicações e lan houses.

Além disso, 1,75 bilhões do Fundo de Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) serão destinados para pesquisa e desenvolvimento.


Associações querem banda larga como serviço público essencial
Em carta endereçada ao governo federal, instituições sugerem diversas medidas para melhorar projeto de universalização do serviço. As associações querem banda larga como serviço público essencial e em carta endereçada ao governo federal, instituições sugerem diversas medidas para melhorar projeto de universalização do serviço.

Assinado por uma série de organizações, dentre elas a Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (IDEC), a Associação Brasileira de Defesa ao Consumidor (PROTESTE) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o documento se posiciona a favor do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) - inclusive pela recuperação da Telebrás - por considerá-lo um instrumento importante para disseminar a internet rápida. Mas o texto também serviu para argumentar que o plano é insuficiente.

O principal ponto defendido pelas entidades é que a banda larga seja considerada juridicamente como um serviço de caráter público essencial. "O Plano deve se basear na seguintes diretrizes: considerar o acesso à internet banda larga como um direito fundamental e um serviço público, a ser garantido pelo Estado e prestado em regime público, por empresas públicas e privadas", diz o documento. Assim, a prestação desse serviço deveria seguir normas de regulamentação mais rígidas.

Em outro trecho, afirmam que o “acesso à internet em alta velocidade é hoje essencial para a efetivação dos direitos humanos e da democracia” e lembram que o serviço é “limitado a 20% das residências”.

"Os dados demonstram que o modelo atual, baseado unicamente nas regras do mercado, não dá conta de responder às necessidades do País".

Entre as 12 ações requisitadas, destacam-se sugestões tais como o estabelecimento de controle sobre as tarifas para tornar o acesso viável a toda população, a determinação de parâmetros obrigatórios de qualidade de serviço, a proteção à liberdade de expressão e a neutralidade da rede.

O PNBL prevê inicialmente cobrir 122 cidades, entre as quais estão 15 capitais. Em algumas regiões, a operadora usará rádio para concluir a infraestrutura. “Vamos construir uma rede de transporte de dados neutra, que dará oportunidade a todos que queiram apoiar o plano de banda larga e fazer com que o serviço chegue na ponta a preço acessível”, explica o presidente da Telebrás.

Santanna acredita que haverá grande competição entre as empresas nas regiões onde não há infraestrutura atualmente e que a rede da Telebrás vai jogar os preços para baixo. Ele confirma que inicialmente as conexões serão de 512 kbps, mas que em 2014 chegarão a 2 Mbps. Segundo o presidente da estatal, o gargalo para essa limitação é o alto custo do backhal, ou seja, da interligação dos municípios, que representa 70% dos investimentos da rede. Os 30% restantes são com backbone.


Plano de banda larga atenderá menos de 1% das lan houses
Segundo a Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital, apenas 600 dos 108 mil pontos públicos de acesso internet serão beneficiados pelo programa do governo federal,
numa linha de crédito que será disponibilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme previsto no PNBL.

Será muito crédito para poucas pessoas. Apenas as lans localizadas nas áreas mais ricas, principalmente de aeroportos e dos pontos turísticos, pegarão esse crédito, não atingindo as pessoas de mais baixa renda que, conforme foi anunciado, seriam as focadas pelo plano.

A Abcid agrega 11,7 mil empreendimentos como lan houses, lojas de conveniência digital, cyber cafes e centros públicos de acesso à internet. Ela foi uma das entidades consultadas pelo governo durante a elaboração do PNBL.

“Existem, no Brasil, 108 mil lan houses. Destas, apenas 15 mil têm Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), e 3,8 mil têm alvará de funcionamento. Se considerarmos as que têm patrimônio empresarial ou pessoal para ter acesso a empréstimos, esse número cai para 800. E se o crivo de corte do cartão do BNDES não mudar, apenas 600 dos 108 mil empreendimentos poderão ser beneficiados.

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Tal qual o caso da "Ficha Limpa", que atazanou políticos pelo país afora, esse é mais um assunto que merece a atenção da população e uma pressão considerável sobre aqueles que são regiamente pagos para cuidar do nosso patrimônio.

domingo, 23 de maio de 2010

Série Especial - It's Music! (07): Go away, little girl

Essa música é dos anos 1960 e já foi gravada por pesos pesados como a orquestra de Percy Faith, Donny Osmond, Johnny Mathis e mais uma batelada dos talentos de antanho, que - supreendam-se! - sabiam cantar.

No post de hoje, vamos "mandar a garotinha embora" na voz (e com o talento) de várias feras.

Começamos com a voz lindíssima do então menino prodígio Danny Osmond, na versão que conheci primeiro e embalou a minha infância:




Agora é a vez de Bobby Vee:




Tocamos o barco com The Happenings, que fizeram uma versão misturando as diferentes vozes do grupo e imprimiram um ritmo mais rápido à obra:




Voltamos ao estilo "romântico lentinho", aquele que foi feito para dançar embolado com a dama, num circunvoltear delicioso, ouvindo a voz de Steve Lawrence:




E o cantor de voz macia e sedutora ainda mandou bem numa versão em italiano, batizada de Non armami così:




Agora é a vez de The Mills Brothers:




Conhecem a versão do Johnny Contardo & Sha-na-na? Pois é, eu também não conhecia:




Ah, sim, em tempo: findas as apresentações dos "cantores oficiais", para mostrar o quanto a Web 2.0 impactou a sociedade, tenho o prazer e a honra de apresentar Mr. Redmond, com 81 aninhos de pura traquinagem, dando-nos a sua afinadíssima versão da música:



Se eu ainda estiver no orbe com essa idade, podem ter certeza de que vou aproveitar muito, igual ao meu amigo ali em cima, porém com mais cabelo...

E agora o jovem Elijah Spiro e seus amigos traquinas, encantando a platéia com seu desempenho:



Se eu tiver um filho, tomara que seja tão afinado e goste de "boa música" que nem o petiz aí de cima!

Para encerrar, o talentoso Marshall Adame:



E, em breve, a versão Archanjo, não percam!!!

sábado, 22 de maio de 2010

Série Especial - Birinight Oil (08): Cuidado, crianças!

Prezados leitores,

Apesar do objetivo semanal desta coluna seja a galhofa, existe um forte componente de verdade por detrás desses pictogramas, brilhantemente produzidos por algum designer prá lá de antenado...
















Se você é pai, mãe ou responsável, se liga!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Série Especial - O Outro Mundo (13): Regiões científicas do Second Life

Ora pois, pois!

Esse post vem do trabalho de pesquisa e garimpagem do Professor Paulo Frias, da Universidade do Porto, em Portugal. Ele fez-me a gentileza de compilar esta listagem, que por sincronicidade e por interesses projetuais próprios eu começava a esboçar.

O trabalho foi empreendido por Boonsri Dickinson (no Second Life, Sydney Caramel) através de uma visita guiada pelo Dr. Troy McConaghy (Troy McLuhan no SL) responsável pelo SL Science Center Group, colocando no seu blog um post sobre os espaços dedicados à Ciência no Second Life.

O grupo do Second Life edita um site onde pode ser consultada uma lista de mais de cem 'ilhas' onde a Ciência é o denominador comum. É uma listagem muito completa, que possui a localização de cada espaço para teleporte (SLURL), a temática, contatos, links relacionados e por aí vai, que agora reparto com vocês para que tomem conhecimento da quantidade de regiões deste metaverso dedicados à pesquisa científica em diferentes áreas.




Para aqueles que ainda estranham o meu projeto dedicado ao curso de Design do UniFOA, vale uma navegada para ver que existem muitas outras iniciativas do gênero e que, para os nativos digitais, esses espaços podem ser muito mais úteis do que as atividades das masmorras...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre Design Inteligente

Aqui na redação, nos opomos veementemente ao pacote de controle social e psicológico denominado como "deus", composto por fragmentos mitológicos oriundos de diversas civilizações e culturas, além de pitadas de perversidade individual ao longo dos séculos.

No entanto, observamos a existência de uma movimentação inteligente no sentido do aprimoramento das formas de vida hoje conhecidas e por este motivo, decidi postar o texto a seguir, sobre design inteligente. Ao final, posto a entrevista do físico e gurú quântico Amit Goswami dada ao programa Roda Viva.

Design inteligente pode explicar o comportamento humano?
Embora os evolucionistas e os criacionistas discordem radicalmente sobre o papel que o design inteligente desempenha nas origens dos seres vivos e dos seus cérebros, as duas vertentes curiosamente concordam sobre o papel que o design inteligente desempenha na origem da inventividade humana.

No entanto, os dois lados desse debate infindável fariam melhor se se concentrassem menos nos objetivos do comportamento e mais nas verdadeiras origens desse comportamento. Esta é a mensagem transmitida por Edward Wasserman e Mark Blumberg, psicólogos da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, e publicada na edição de maio-junho da revista American Scientist.

Os autores observam que mesmo as grandes realizações da engenharia humana - como as pontes suspensas ou os ônibus espaciais - evoluíram por meio de um processo que se deve mais às lições aprendidas com o fracasso do que com a previsão, o planejamento e o traçar de objetivos.

Da mesma forma, defendem eles, um exame mais atento revela que os comportamentos, tais como o estilo olímpico do salto em altura ou do jeito de montar dos jóqueis, também podem ter-se originado através da aprendizagem por tentativa e erro, na qual o inventor estava largamente inconsciente da realização até o momento em que ela emerge.

Wasserman e Blumberg exortam os evolucionistas contemporâneos, incluindo os dogmáticos e fundamentalistas, sempre muito barulhentos, a avançarem além da argumentação inócua sobre onde traçar a linha entre as coisas que são "realmente projetadas de forma inteligente" e as coisas que "apenas parecem ser projetadas". Ao fazer isso, argumentam ele, poderemos estudar melhor as forças reais que unem os processos de mudança ao longo das escalas de tempo evolucionária e desenvolvimental.

A reportagem completa pode ser lida no endereço www.americanscientist.org/issues/num2/2010/3/designing-minds/1.

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Driblar fundamentalistas sempre foi um dos meus esportes favoritos. É divertido ver como essas pessoas se enredam em teias de ilusão e mentiras, tentando arrastar outros desavisados abismo abaixo. E geralmente conseguem platéias consideráveis, visto que o ser humano é adestrado desde a mais tenra idade a valorizar o "maravilhoso" em detrimento da busca pelas verdades que regulam todos os aspectos da vida.

Mas isso é compreensível, afinal o que fariam os governantes bizonhos da atualidade com uma sociedade composta de cidadãos pensantes, com alta capacidade de reflexão e conscientes de seu papel constitucional? Certamente não daria para popularizar os programas de bolsa-lambança tão apreciados pelos pelegos governamentais e seus sequazes...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Série Especial - O Mundo do Futuro, hoje (10): Fusão Nuclear


Há décadas, o sonho de se desenvolver um meio de produzir fusão nuclear embala a imaginação e estimula esforços de cientistas do mundo todo. Ao que parece, agora estamos próximos de conseguir uma solução para a questão, que uma vez resolvida proporcionará um salto quântico no modus vivendi da população.
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Enfim, vale a pena conferir, principalmente porque o Brasil tem as maiores reservas de Nióbio do mundo, material com larga aplicação em levitação magnética e materiais supercondutores.

Levitação magnética abre nova rota para fusão nuclear
Cientistas norte-americanos acreditam ter descoberto uma nova abordagem rumo ao objetivo, ainda elusivo, de domar a fusão nuclear, a fonte de energia das estrelas. A fusão nuclear tem sido uma meta perseguida por físicos e pesquisadores de energia há mais de 50 anos. Isso porque ela oferece a possibilidade de criação de uma fonte virtualmente infinita de energia sem emissões de carbono e praticamente sem resíduos radioativos.
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Ao contrário da fissão nuclear, a reação fundamental das atuais usinas nucleares, quando átomos são quebrados, na fusão nuclear átomos leves são unidos para formar um átomo mais pesado, liberando uma quantidade descomunal de energia. Mas o desenvolvimento de um reator de fusão tem-se mostrado mais difícil do que inicialmente se pensava. Para explorá-la, será necessário literalmente construir uma mini-estrela artificial. E impedir que tanto calor derreta qualquer coisa com a qual entre em contato é um desafio imenso.
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O maior esforço está sendo feito no ITER, que está sendo construído na França, com um custo final que poderá ser três vezes maior do que o LHC. Em 2008, um grupo de cientistas propôs que o megalaser seria o caminho mais curto para a fusão nuclear.
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Os novos resultados vêm de um dispositivo experimental chamado LDX (Levitated Dipole Experiment). Inspirado em observações feitas a partir do espaço por satélites artificiais, o LDX usa um ímã de meia tonelada, em formato de anel, com o tamanho aproximado de um pneu de caminhão, feito de fios supercondutores enrolados dentro de um recipiente de aço inoxidável.
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Este ímã fica literalmente levitando, suspenso por um poderoso campo eletromagnético. Sua função é controlar o movimento de um plasma, um gás de partículas eletricamente carregadas aquecido a 10 milhões de graus Celsius, contido em uma câmara externa de cinco metros de diâmetro.
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Mas o LDX usa uma abordagem diferente. "É a primeira experiência deste tipo", diz o cientista sênior do projeto, Jay Kesner, do MIT, que codirige o projeto com Michael E. Mauel, da Universidade de Colúmbia. O gigantesco magneto do LDX é mantido suspenso por um campo eletromagnético, por sua vez controlado continuamente por um computador com base no monitoramento da sua posição com sensores que acompanham oito feixes de laser.
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A posição do ímã de meia tonelada, pelo qual passa uma corrente de um milhão de amperes, pode ser mantida dessa forma com uma precisão de meio milímetro. Um suporte em forma de cone com molas é posicionado sob o ímã, para pegá-lo com segurança se alguma coisa der errada com o sistema de controle.
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Kesner adverte que o tipo de ciclo de combustível previsto para outros tipos de reatores de fusão, como os tokamaks, que utilizam uma mistura de duas formas de hidrogênio pesado, chamadas deutério e trítio, deve ser mais fácil de conseguir e provavelmente serão eles os primeiros a entrar em operação.
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Bem, ao que parece caminhamos para os motores de dobra nas naves espaciais, pois já temos alumínio transparente e agora estamos quase concluindo o reator de fusão nuclear via deutério. É, Senhor Scott, penso que em breve nos encontraremos pelas estrelas para dar uns tecos nos D-7 klingons, hem?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Série Especial - A Dimensão Humana (09): Terapia traz felicidade 32 vezes mais do que dinheiro



Fico extremamente satisfeito que a Ciência esteja conseguindo formalizar este tipo de conhecimento, que traz à população dados concretos e reais sobre como melhor aproveitar o cotidiano, ao contrário das religiões e outros sistemas supersticiosos, que além de enganar o pobre cidadão ainda fortalecem o conceito de crença, com todos os seus malefícios que vem a reboque.
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É importante lembrar uma frase, da minha modesta lavra, que diz que "quem acredita, não sabe". A partir do entendimento dessa verdade, a busca do conhecimento torna-se uma consequência quase automática.


Terapia traz felicidade 32 vezes mais do que dinheiro
Um estudo feita nas universidades de Warwick e Manchester, ambas no Reino Unido, concluiu que a psicoterapia pode ser 32 vezes mais efetiva em fazer alguém feliz do que simplesmente a obtenção de mais dinheiro.
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Segundo os pesquisadores, além das implicações óbvias para o bem-estar geral da população, a pesquisa poderá ter implicações diretas sobre as grandes somas de dinheiro disputadas nos tribunais em processos de ressarcimento de danos morais.

Chris Boyce e Alex Wood compararam grandes conjuntos de dados onde milhares de pessoas haviam feito relatos sobre o seu bem-estar. Eles compararam então as situações nas quais o bem-estar mudou devido à psicoterapia, com as situações nas quais o bem-estar aumentou devido à obtenção repentina de grandes somas de dinheiro, incluindo de prêmios de loteria a aumentos de salário.
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Eles verificaram que 4 meses de terapia psicológica têm o maior efeito sobre o bem-estar. O ganho em bem-estar durante a terapia - que custa em média £800,00 - somente era superado por um aumento nos ganhos equivalente a £25.000,00.
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Desta forma, em termos estritamente econômicos, a pesquisa demonstrou que é 32 vezes mais efetivo gastar o seu dinheiro em uma terapia do que perseguir um ganho financeiro capaz de lhe dar o mesmo aumento de bem-estar.

Os governos buscam o crescimento econômico a todo custo, na crença de que ela irá aumentar o bem-estar dos seus cidadãos - ainda mais agora, em tempos de substituição do PIB pela FIB - Felicidade Interna Bruta. No entanto, a pesquisa sugere que mais dinheiro só leva a aumentos quase desprezíveis da felicidade e é uma maneira ineficiente de buscar o aumento da felicidade de uma população.
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A pesquisa sugere que, se os governantes estiverem realmente preocupados com a melhoria do bem-estar da população, seria melhor aumentar o acesso e a disponibilidade de cuidados à saúde, em seus diversos aspectos, sobretudo os psicológicos.

"Frequentemente, a importância do dinheiro para melhorar o nosso bem-estar e trazer maior a felicidade é largamente sobrevalorizada em nossa sociedade," dizem os pesquisadores no estudo, que acaba de ser publicado no periódico científico Health Economics, Policy and Law.
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"Os benefícios de ter uma boa saúde mental, por outro lado, muitas vezes não são devidamente levados em conta e as pessoas não se apercebem do poderoso efeito que a terapia psicológica, como o aconselhamento geral, pode ter na melhoria do nosso bem-estar," concluem eles.
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Se você discorda, procure reservar um espaço da sua vida - aquele intervalo curto entre a sua chegada e a sua partida definitiva do orbe - para experimentar. Os resultados, além de positivos, serão surpreendentes.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (12): Programas de computador tratam crianças com dislexia


Quando, "antanhamente", eu via coisas do tipo em programas de ficção científica, ficava me perguntando se um dia veríamos algo tão incrível acontecer no mundo real. Bem, o texto a seguir é uma resposta clara e direta e, ainda melhor, rola em um dispositivo muito mais lúdico do que os computadores bizarros cheios de luzes coloridas como o da batcaverna ou do Júpiter 2 (que coincidentemente, eram do mesmo modelo).

Programas de computador tratam crianças com dislexia
Um programa de treinamento computadorizado para o tratamento de problemas relacionados à percepção auditiva foi desenvolvido pela fonoaudióloga Cristina Ferraz Murphy, pesquisadora da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP).
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Com base na hipótese de que os transtornos de leitura podem ser causados por uma alteração no processamento temporal auditivo (PTA), o programa foi criado para ser utilizado na reabilitação de crianças com dislexia, um tipo de transtorno de aprendizagem caracterizado pela dificuldade para ler e escrever.

O PTA, explica a pesquisadora, é uma habilidade de percepção auditiva que requer o rápido processamento dos estímulos sonoros. A partir de uma adaptação do software americano Fast Forword, a pesquisadora desenvolveu dois jogos de computador, contendo estímulos não-verbais e verbais, para o treinamento auditivo das crianças.

O objetivo do jogo não-verbal é estimular a percepção e diferenciação de sons agudos e graves, apresentando para isso parâmetros acústicos semelhantes aos fonemas do português brasileiro, enquanto o jogo verbal promove os estímulos de fala por meio da diferenciação de sílabas com sons parecidos.
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"Os tipos de estímulos utilizados no jogo verbal são inéditos no Brasil, em comparação aos programas computadorizados também usados no país para o treinamento de habilidades auditivas. Esses estímulos verbais apresentam, como característica principal, a fala expandida, ou seja, o tempo de produção das sílabas aumentado para facilitar a compreensão das crianças", disse Cristina à Agência FAPESP.
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"Assim elas são capazes de discriminar, por exemplo, consoantes iniciais como 'ta' ou 'da'. Essa expansão do som vai diminuindo, conforme a melhora do desempenho da criança, até que seja ouvido o tempo de produção normal da sílaba", explica. "Já no jogo não-verbal a criança aprende a discriminar os sons com o auxílio de imagens e tons musicais análogos ao som da fala e em diferentes frequências e tempos de duração", conta.
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O software foi desenvolvido em três etapas: criação dos desenhos e animações, gravação dos sons e criação do programa final, sendo em seguida testado e validado em dezenas de crianças com dislexia. Para isso a pesquisadora realizou dois estudos, com crianças na faixa etária entre 7 e 14 anos. Foram comparados, antes e após a utilização dos jogos, os desempenhos obtidos em testes de leitura, consciência fonológica e processamento temporal auditivo (PTA).

No primeiro estudo, o desempenho do grupo experimental, formado por 12 crianças treinadas que praticaram o jogo e também foram submetidas à terapia fonoaudiológica, foi comparado com o desempenho do grupo controle, de 28 indivíduos não treinados, em testes de leitura, consciência fonológica e processamento temporal auditivo.
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Em seguida, o grupo que não teve contato com o jogo no primeiro estudo, formado por 18 crianças com dislexia, usou os jogos por dois meses e foi comparado no segundo estudo em três momentos: dois meses antes do início do treinamento, no início e no final do treinamento com o software.
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Em todas as etapas do estudo, o treinamento foi conduzido na casa de cada criança, que jogou por cerca de 40 minutos, cinco vezes por semana. O programa também apresentava um link com a internet para que cada jogada fosse enviada à pesquisadora, possibilitando o acompanhamento da melhora do desempenho.

No primeiro estudo, conta Cristina, comparado ao grupo controle, houve melhora significativa do grupo experimental após o treinamento no que diz respeito ao desempenho em habilidades de consciência fonológica (tarefas silábicas) e em habilidades de processamento auditivo temporal (padrão de frequência).
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Os dois jogos mostraram-se eficazes para o treinamento temporal auditivo do grupo. Mas outro objetivo do estudo era que as crianças com dislexia, ao treinarem suas habilidades auditivas, indiretamente também melhorassem suas habilidades de leitura, o que ocorreu apenas com parte da amostra. O próximo passo do trabalho será a análise das causas dessa melhora na leitura não ter ocorrido com todas as crianças, de modo a verificar se o problema está no próprio programa ou até mesmo no grupo analisado.

A pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP concorreu com seu trabalho ao prêmio anual da Academia Americana de Audiologia, em evento da entidade que ocorreu no início de abril, em Dallas, nos Estados Unidos.

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...