terça-feira, 25 de maio de 2010

Série Especial - LOST IN LOST (01): Uma panorâmica


(POST ATUALIZADO)
Queridos leitores,

Inicialmente, esta seria uma postagem extra, mas as repercussões e a própria natureza transmídia do seriado requerem mais espaço para apresentação de fatores que já impactam a indústria do entretenimento mundial e que vão se estender para outras áreas, entre elas a Educação, que migra da masmorra fétida e sombria para um ambiente lúdico, mágico, estimulante e de natureza transmídia.
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Vamos começar dando uma panorâmica e, nos próximos posts da série, nos aprofundar nesse fenômeno da mídia. Batizei a série com o nome do mais famoso blog brasileiro sobre o assunto não só para homenagear o excelente trabalho daqueles profissionais mas também para refletir como muitos de nós (ou todos?) nos sentimos durante os seis anos de duração do seriado. Que aliás, eu considerava o ponto alto da brincadeira, não apenas assistir, mas refletir, elocubrar, discutir em fóruns, participar de atividades paralelas, saber mais do que quem só assiste na tevê e por aí vai. Simbora pro ataque!
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O seriado Lost, que acabou domingo nos Estados Unidos e ainda vai acabar aqui no Brasil fez história e ainda não conseguiu sequer ser imitado, quanto mais igualado. Para o tão esperado "The End", o canal AXN promete dar aos assinantes brasileiros a chance de vê-lo hoje. Se você ainda não teve a oportunidade de assistir, não perca a chance, pois eu já vi pela Internet e valeu muito a pena!

Aliás, esse tempo entre a exibição original e a em nossas tvs por assinatura sofreu uma redução por pressão dos usuários, que preferiam baixar o episódio na Internet, colocar legendas e assistir até no computador do que ficar esperando seis meses até o troço pintar por aqui via cabo, ou um ano, se esperasse pela tv aberta, com dublagem ruim e na madrugada, como tapa buraco do Jô Soares. Uma vergonha dada a qualidade do seriado...
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Se você já assistiu ao derradeiro episódio, continue lendo a postagem. Caso contrário pare agora, assista hoje, via web ou AXN e depois passe por aqui para ler o texto e deixar sua opinião, se quiser.

Daqui para baixo tem várias opiniões, inclusive a minha, e pode estragar a graça de quem ainda não sabe o final.


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Se hoje é fácil encontrar na internet o capítulo final da novela, os gols dos jogos de domingo ou os episódios de séries americanas que nunca foram exibidas no Brasil, todos esses hábitos devem muito às mudanças que começaram com "Lost", seis temporadas - e seis anos - atrás.
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Nesse período, a ansiedade por descobrir "as respostas que só levaram a mais perguntas" fizeram os fãs de "Lost" procurarem formas para acompanhar a série, driblando o intervalo de meses para a exibição na TV a cabo - ou até de um ano para ver no canal aberto.
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Quem começou a assistir a "Lost" pelas caixas de DVD descobriu que poderia ver a série assim que ela foi exibida nos Estados Unidos. Foi o suficiente para que se familiarizassem com sites para fazer para download não só "Lost" mas de outras séries e filmes que nem passaram no cinema.

A necessidade de acompanhar "Lost" aumentou o que é considerado como pirataria. Os fãs ainda precisavam criar uma forma de assistir à série traduzida e descobriram que era possível colocar legendas, feitas por grupos de outras pessoas mais fanáticas que traduziam as temporadas. Termos como "sincronia", ".srt" e "S06E18", se tornaram parte do cotidiano de quem assiste a séries online. Programas para assistir a vídeos com legendas, como o VLC e RadLight também.
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A resposta veio nesta temporada. O canal pago AXN transmitiu os episódios com intervalos de duas semanas. O penúltimo foi ao ar no domingo, 23, e o "season finale", apenas dois dias depois de exibido nos Estados Unidos. "Sabemos como é o fã de 'Lost' e a ansiedade do último capítulo será muito grande", disse Stefania Granito, diretora de "consumer marketing" da Sony. "Dois dias é o intervalo mínimo para ter uma exibição de qualidade."
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Nota da Redação: Conversa fiada! Se os fãs, que legendam os episódios quase em tempo real com a exibição nos Estados Unidos conseguem, cerca de uma hora e meia depois de terminado por lá, nos oferecer uma legenda perfeita, por qual razão a Sony precisaria de dois dias para exibir com qualidade?
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A verdade é que ela precisa encaixar o episódio em um espaço pré-determinado da programação e ao invés de dizer isso claramente, joga uma xurumela para tentar enganar os fãs. Tem gente que possui cara de pau, mas a moça acima, nitidamente, possui uma cara de Granito...
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"Lost" não foi o primeiro programa a transpor as fronteiras da TV. A chamada de narrativa transmídia é uma forma de contar uma história que se desdobra em mais de um veículo. "O primeiro grande pioneiro nisso foi 'Pokémon'", disse o escritor de ficção científica Bruce Sterling. "E isso não é um modismo passageiro - chegou para ficar."

Em "Lost", isso foi além. Usando a internet, os criadores da série desenvolveram jogos de realidade alternativa que convidavam os fãs a desvendar alguns dos mistérios da série e, em vídeos produzidos somente para a internet, revelavam detalhes da história que apenas eram descobertos pelos fãs que acompanhassem as iniciativas na internet. Há, por exemplo, uma parte da mitologia por trás dos números malditos da série (4, 8, 15, 16, 23, 42), que só quem acompanhou essas narrativas paralelas conheceu.

A novidade foi que, com "Lost", o elemento transmídia fugiu das mãos dos produtores da série - de propósito - e os fãs passaram a criar esses desdobramentos. Eles reuniram informações em sites especializados, como a enciclopédia sobre a série, "Lostpedia", e o "Lost Maps", um mapa do Google Maps que aponta a localização dos acontecimentos. "Havia até uma banda no MySpace chamada Previously On Lost. Talvez seja a primeira vez que estejamos diante de um fenômeno do gênero", analisa Ian Black, consultor de mídias sociais e projetos multimídia.

Em entrevista no ano passado, Henry Jenkins, o autor do livro "Cultura da Convergência" e diretor do programa de mídia comparativa no MIT, comentou esse fenômeno: "Aquilo que não for transmídia vai se tornar transmídia nas mãos do público. Falando apenas sobre programas de televisão, se você reparar com atenção, vai perceber que os melhores produtos transmídia não foram criados pelas empresas que produzem os programas, mas pelos fãs."

E entre os mistérios inventados pela série e as soluções inventadas pelos fãs, percebe-se a criação de um novo tipo de entretenimento, uma nova forma de atrair interesse e despertar paixões, sempre de forma coletiva. Afinal, é melhor viver junto do que morrer sozinho.

Não existe alguém que goste só um pouco de "Lost". Ou você não tem ideia do que acontece na ilha maluca ou você é tão amalucado (pela série) quanto a ilha. Isso é só um dos aspectos que tornam a série tão importante. "É a franquia de ficção científica e fantasia mais popular desde 'Guerra nas Estrelas'", explica Rob Bricken, do blog de cultura pop "Topless Robot". "Todo mundo assiste, não só nerds. Minha esposa assiste 'Lost'. Minha mãe também. É um programa nerd que de alguma forma transcende essa nerdice e fica interessante para todas as idades, sexos, classes, e isso é bem importante".
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E mesmo entre os nerds, "Lost" é um fenômeno à parte: "Os mistérios me fizeram seguir fielmente todas as temporadas, todos os episódios. Essa foi a única série que eu acompanhei de verdade, semana a semana", conta Thiago Borbolla, editor do site de cultura pop brasileiro "Judão".

Misturar o fator humano à narrativa de ficção científica é o grande trunfo da série. É isso que arrebata tantos fãs de tantas personalidades e gostos diferentes. "Lost" tem de viagens no tempo e de bolsões de eletromagnetismo, mas também fala de perdão, confiança, superação, ciência, filosofia e religião. Os produtores já disseram uma vez que "'Lost' é sobre o amor".

"A série é relevante por uma variedade de razões, mas a que eu acho a mais importante é que eles encontraram a maneira perfeita de combinar o mistério e a mitologia da ilha com o elemento humano. Claro que há monstros de fumaça, ursos polares, mortos que voltam da tumba e viagens no tempo, mas por trás de tudo sempre estiverem os conflitos humanos mais fundamentais: fé versus ciência, livre arbítrio versus destino, bem versus mal e talvez o maior de todos eles: redenção", opina Crit Obara, que edita o "FuckYeahLost.com", um dos mais famosos blogs que publicam material de "Lost" produzido por fãs.

Eis outra particularidade: a série criou uma mitologia própria que foi ganhando força à medida em que os fãs percebiam que era possível participar dela, seja fazendo fotomontagens, pôsteres, músicas, mashups de vídeos ou recontextualizando ícones desse universo em outras situações. E essas colaborações vêm de todos os países do mundo.

E aí temos outro fator importante: o fim das barreiras geográficas fez que Lost se tornasse um sucesso internacional com impacto simultâneo. "O programa é um exemplo significativo do que podemos chamar de uma série 'global'", explica David Thorburn, diretor do Communications Forum do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos EUA.

"Isso se reflete não só no elenco multiétnico como também em suas locações. 'Lost' foi feito para ser este tipo de programa - como muitos reality shows -, que não depende das regras de nenhuma cultura nacional. Apesar de ter o ritmo rápido e a elegância audiovisual de um produto norte-americano, seus personagens e sua ampla saga de aventuras pertencem à aldeia global."
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Além de agregar valores culturais diferentes, o mistério é enriquecido com o uso de vários idiomas, o que facilita a identificação de quem assiste. Provavelmente, todo fã de 'Lost' já imaginou se puxaria o gatilho contra Libby e Ana Lucia estivesse ele no lugar de Michael, ou se faria o sacrifício de Charlie.

"Saber que 'Lost' vai acabar é como ter um amigo que vai embora para a Lua. Eu estou, é claro, ansioso para saber como termina, mas não estou pronto para dizer 'adeus'", diz Obara. Para esses mesmos fãs, é triste se despedir da série. Mas é também a redenção - tanto de Jack, Locke, Sawyer, Kate e companhia, quanto dos fãs, que por tantos anos acompanharam tão religiosamente a série. Todo mundo merece descansar. Em paz.


“Lost” e a revolução
Ainda restam inúmeras (e muitas vezes inúteis) discussões críticas que surgirão a partir do encerramento da série. Porém, não importa o final da série. “Lost” já está na história da televisão mundial.

Dificilmente “Lost” assumirá com folga o posto de melhor série de todos os tempos. “Família Soprano” e “Seinfeld” ainda reinam absolutas nas diversas listas que volta e meia são divulgadas por algum veículo de comunicação. Afinal, nem mesmo os fãs de “Lost” se entendem. Pela internet, travam um embate corrosivo sobre o encerramento da série.

Alguns defendem com unhas e dentes o caminho que a atração tomou. Outros se colocam do lado oposto, intransigentes ao apontar inúmeras falhas e acusar os produtores Damon Lindelof e Carlton Cuse de promoverem o maior engodo já visto na telinha.

Assim funciona “Lost” desde 22 de setembro de 2004, quando foi exibido pela primeira vez nos Estados Unidos. Naquele dia, os telespectadores foram surpreendidos com uma das estreias mais arrasadoras da televisão. Assistiram surpresos aos sobreviventes da queda do voo 815 da Oceanic Airlines, que partiu de Sydney (Austrália) e terminou despedaçado em uma misteriosa ilha.

Antes de “Lost”, nenhuma outra atração conseguiu colocar em prática os conceitos de multiplataforma e interatividade que tanto ouvimos falar. A série foi muito além dos episódios exibidos na televisão. Durante seis temporadas, os fãs decidiram se a experiência terminava ou não quando os créditos finais surgiam na telinha.

Sem prejudicar quem acompanhou tradicionalmente a série, os produtores criaram um universo paralelo localizado principalmente na internet. Sites secretos, vídeos fragmentados e jogos de realidade alternativa levaram os ‘lostmaníacos’ a explorar detalhes da Iniciativa Dharma, da sequência 4-8-15-16-23-42 e tantos outros mistérios da trama.

Porém, se “Lost” pode definir uma nova forma de produzir televisão, a série também corre o risco de ser um fim em si mesma. Há cinco temporadas os estúdios tentam reproduzir a fórmula. Ninguém teve sucesso. Todas as atrações que utilizaram o fenômeno como inspiração sequer tiveram relativo êxito. Fracassaram e foram precocemente canceladas.

Muitas séries podem ser objetos de culto, como “Star Trek” ou “Buffy”. Tantas outras podem fazer mais sucesso entre o público, caso de atrações policiais como “NCIS”, que levam semanalmente milhões de norte-americanos para frente da telinha. No entanto, nenhuma atração no horizonte mostra competência para repetir “Lost” e unir diferentes mídias em torno de um produto.

Você pode amar ou odiar “Lost”. Até mesmo ficar frustrado com seu encerramento. Gosto é algo individual e deve ser respeitado. Mas, se for fã de televisão, aproveite. Estamos vivenciando a história.

"Lostpedia" tem versões em inglês, português, russo e polonês
Mais de seis mil artigos, 25 mil usuários, 11 línguas diferentes, 33 mil páginas. Nenhum desses algarismos integra a lista de números malditos de "Lost": eles são na verdade os números da "Lostpedia", uma wiki sobre a série que foi criada, alimentada e gerida pelos fãs.
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Com versões em inglês, português e até russo e polonês, a "Lostpedia" foi criada em 2005 pelo programador Kevin Croy e se tornou quase obrigatória em uma série que mistura viagens no tempo a realidades paralelas, tão cheia de detalhes.

O nível de minúcia é tão alto que a página tem transcrições de todos os episódios e registro de praticamente todos os elementos que aparecem em cena, da mais importante reviravolta à mais insignificante aparição de figurante. Esses cuidados ajudaram os fãs a perceberem que nada é acontece por acaso em "Lost".


Final da série 'Lost' deixa fãs em busca de respostas
Assim como os sobreviventes do voo Oceanic 815, os fãs de "Lost" ficaram perdidos em busca de respostas nesta segunda-feira, após o fim da tão cultuada série. Por seis anos e 121 episódios, milhões de telespectadores ao redor do mundo ficaram vidrados e enraivecidos com os enigmas que surgiam sem cessar após a queda de um avião em uma ilha do oceano Pacífico.
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Cerca de 13,5 milhões de fãs americanos ligaram as televisões no domingo para assitir ao derradeiro episódio - de duas horas - esperando por respostas para todos os mistérios, que trouxeram discussões e dividiram opiniões.
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Centenas de mensagens enviadas para o site oficial de "Lost" na rede de televisão ABC - que convidou telespectadores a comentarem sua parte favorita do episódio - revelaram a frustração de muitos dos fãs.
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"Não houve parte favorita do final. Foi horrível. ESTOU TÃO REVOLTADO", disse um. "Que final PATÉTICO!!!", reclamou outro. "Tantas coisas não foram resolvidas e nada foi explicado sobre a ilha". "Foi de longe o pior episódio de uma série que eu já vi e estou muito revoltado de perder tanto de meu tempo esperando por um desfecho decente". Outra mensagem afirmou:
"Horrível! Que decepção... seis anos de minha vida para uma das maiores decepções!".

Alguns fãs foram menos críticos, mesmo com diversos pontos terem ficado por explicar.
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"Eu amei. Foi emocionalmente satisfatório e foi o suficiente", afirmou um fã. "Eu ainda tenho algumas dúvidas, mas todos nós não temos?".
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Enquanto fãs se dividiam, a imprensa nesta segunda-feira deu sua aprovação ao final, afirmando que o fato de várias questões terem ficado por resolver seguiu a tendência da série de trazer mistérios durante seus seis anos.

"Emocionante, inteligente, de uma maneira que simplificou profundas verdades, a série explicou para os fãs o que foi dito durante todo o tempo", afirmou o jornal USA Today. "Lost é sobre vida e morte, fé e ciência, espírito e corpo, e sempre acentuou o fato de que o título refere-se às almas de seus personagens", não à sua localização", acrescentou o jornal.

A crítica da Radio Pública Nacional, Linda Holmes, também aprovou o fim da série: "muitas pessoas detestaram, não se pode questionar. E vai ser sempre assim. Entretanto, mesmo com questões não resolvidas sobre estátuas e símbolos e quedas de alimentos, essas últimas duas horas trataram os personagens muito, muito bem". A Entertainment Weekly, por sua vez, afirmou que o final foi "muito prazeroso, cheio de encontros que eram tanto sentimentais quanto engraçados".


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Bem, acabou. Vários mistérios não ficaram explicados, como eu já esperava. Não sabemos o que é a ilha, o monstro de fumaça, Jacob et cetera et al. Uma das vertentes é que tudo partiu da imaginação da mentes dos "sobreviventes" do voo 815 da Oceanic. Pode-se considerar pouco satisfatório, mas como desconhecemos os mecanismos do "pós-vida" (se é que existem), temos que considerar as hipóteses.

Eles estavam todos mortos desde o início, como muito se especulou ainda na primeira temporada. Mas pelo menos não estavam no Inferno. Eu acho...

O final romântico, com vários encontros e a ligação entre a "realidade da ilha" e a "realidade alternativa" permitiu ao J.J.A. fechar o seriado de forma digna, embora não totalmente satisfatória. Sou de opinião que os fãs podem "estimular" o criativo diretor a fazer um longa explicando algumas coisas, embora ele tenha dito que tal não iria acontecer.
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Sabe-se lá, quando as cifras falam alto, os pudores se vão como poeira ao vento...

De qualquer maneira, fico muito feliz de ter acompanhado essa série e partilhado das mudanças que ela proporcionou na indústria do entretenimento. Do mesmo autor temos "Fringe", que está cada vez melhor. Tomara que ela consiga suprir, ao menos um pouco, o prazer que tivemos ao longo destes seis anos.

Salvo nas reprises, não ouviremos mais a frase "Previously on Lost". Mas como bem disse o pai do Jack, "não estamos partindo, apenas seguindo em frente..."

E aqui vamos nós, seguir em frente. A você que acompanhou a série e veio dar uma lida no post, o meu muito obrigado. Nas próximas, vou apresentar mais alguns tópicos para estimular a reflexão e a discussão, afinal esse foi o principal legado que a série nos deixou, aproximando pessoas de todas as partes do mundo em torno de uma história de faz de conta.
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Um beijo do anjo!

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