segunda-feira, 19 de abril de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (08): Brasil no topo da modelagem climática mundial




Em tempos como os atuais, em que supercomputadores cada vez mais potentes se avizinham, é bom ver que estamos dentro deste restrito universo e que podemos nos inserir cada vez mais, participando ativamente da revolução que a informática vem realizando no orbe há algumas décadas.

Novo supercomputador coloca Brasil no topo da modelagem climática
O Brasil deu um passo fundamental para se tornar um agente central na elaboração do próximo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O motivo é que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concluiu o processo de licitação para a compra de um supercomputador que será usado para rodar os modelos climáticos para previsões meteorológicas e estudos sobre mudanças no clima.
.
O supercomputador, que deverá estar em funcionamento até o fim deste ano, colocará o país entre os primeiros do mundo em aplicações de modelagem climática. O anúncio da compra do supercomputador foi feito em 12 de abril pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, na presença do diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, durante a Conferência Paulista de C&T&I, realizada na sede da Fundação.
.
"Quando recebemos o supercomputador anterior chegamos ao 25º lugar no mundo em estudos climáticos e previsões de tempo. Quando o novo estiver plenamente operacional, ficaremos entre os três ou quatro no cenário mundial", disse Carlos Nobre, pesquisador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Inpe e coordenador executivo do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.
Segundo Nobre, esse é o quarto computador comprado pelo Inpe com essa finalidade - o anterior foi adquirido em 2003 - e a cada quatro ou cinco anos as máquinas precisam ser renovadas. A empresa norte-americana Cray ganhou a concorrência, com um supercomputador com 1.272 nós, cada um com dois processadores de 2 GHz e velocidade máxima de 192 gigaflops (bilhões de operações de ponto flutuante) por segundo. Além da Cray, a japonesa NEC apresentou proposta.

O desempenho teórico máximo do novo supercomputador do Inpe é de 244 teraflops (trilhões de operações) por segundo, e o desempenho efetivo no benchmark do CPTEC foi de 15,8 teraflops. Ele tem cerca de 30 mil processadores instalados, o que seria equivalente a dezenas de sistemas de grande porte que o CPTEC tem instalado atualmente.

O valor total do investimento é de cerca de R$ 50 milhões, sendo que o Ministério da Ciência e Tecnologia entrará com R$ 35 milhões, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e R$ 15 milhões serão provenientes da FAPESP. O preço do sistema da Cray ficou em R$ 31,3 milhões e o restante será usado na infraestrutura, suporte e atualização dos equipamentos.
.
Segundo o ministro, a compra do supercomputador vai permitir ao país dar um salto tecnológico significativo em termos de serviços meteorológicos. A capacidade de previsão do tempo existente hoje no Brasil é boa e, ao lado da China, é a melhor entre os países em desenvolvimento. Outro destaque é que o Brasil será capaz de projetar cenários com modelos globais. Segundo Nobre, até então o Inpe projetava esses cenários de forma limitada, utilizando modelos regionais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...