segunda-feira, 15 de março de 2010
Série Especial - Brasil, o País do Presente (05): Azulejos que matam bactérias
E cá estamos novamente apresentando a série que mostra o que vem sendo feito de positivo e importante no Brasil, em confronto direto com as pataquadas da mídia tradicional. No post de hoje, vamos apresentar o resultado da pesquisa de cientistas brasileiros na área da Saúde, que atinge a totalidade da nossa população, e mostrar que não há limites quando se fala de inovação.
Azulejos que matam bactérias são desenvolvidos por brasileiros
Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma técnica que permite a fabricação de azulejos e cerâmicas com proteção contra bactérias durante toda a vida útil do material.
A pesquisa começou como um projeto de iniciação científica, uma pesquisa feita por estudantes de graduação, antes mesmo que eles se formem, cujo principal objetivo é justamente a formação de novos pesquisadores.
Thiago Sequinel, então estudante na Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, orientado pelo professor Sérgio Mazurek Tebcherani, desenvolveu um método para a obtenção de nanopartículas de óxido de titânio, partículas com dimensões na faixa dos nanômetros - bilionésimos de metro - com reconhecidas propriedades bactericidas.
Depois da graduação, já no mestrado, Sequinel conseguiu que as nanopartículas individuais fossem agrupadas para formar um filme finíssimo. Agora no doutorado, o pesquisador desenvolveu um processo para que essa película de nanopartículas de titânio interagisse com o substrato, ou seja, com a cerâmica, aderindo de forma permanente a azulejos, ladrilhos e pisos.
O resultado final da pesquisa são peças de revestimento cerâmico cobertas com material bactericida, o óxido de titânio. Por meio de alta pressão e uma temperatura de cerca de 480º C, o filme interagiu com o material, um avanço significativo sobre as técnicas anteriores, que necessitavam de mais de 700º C para promover a aderência dos óxidos.
Com isso, pisos e azulejos ganham o óxido de titânio que, ao se incorporar à cerâmica, lhes confere proteção contra bactérias durante toda a vida útil da peça. O apelo comercial do produto para a área da saúde é muito forte e pisos e azulejos com óxido de titânio podem ser empregados em hospitais, restaurantes industriais, indústrias alimentícias e qualquer lugar que necessite de um alto grau de assepsia.
O reconhecimento veio rápido, dando uma ideia da importância da inovação. Em 2008, o projeto da cerâmica bactericida venceu a etapa continental de uma competição internacional que avalia produtos desenvolvidos por estudantes e que ainda não tenham participação de empresas.
Na sequência, Sequinel conquistou o primeiro lugar etapa mundial do Idea to Product Competition 2009 (I2P), integrando a equipe Nanoita, junto com Tebcherani e mais dois professores, René Rodrigues Fernandes, da Fundação Getúlio Vargas, e José Arana Varela, seu atual orientador de doutorado na Unesp.
O principal objetivo do I2P é incentivar que ideias com bom potencial de comercialização ganhem o mercado. Por isso, o primeiro prêmio envolve a quantia de US$ 10 mil a fim de dar o impulso inicial ao novo negócio.
Observem bem, meus alunos: o projeto acima descrito começou na graduação, como iniciação científica, prosseguiu pelo mestrado e teve a sua conclusão no doutorado, transformando-se numa inovação que irá se espalhar por todo o país. Vocês, que ora se graduam, mesmo aqueles que estão no início do curso, podem seguir uma trajetória similar.
Quem disse que o destino de vocês tem que ser uma agência ou um escritório de Design, tomando chicote no lombo para atender às demandas dos clientes? Pensem nisso.
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