segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (03): Nova tecnologia em fibrocimento


Dando continuidade à nossa série especial que tem por objetivo mostrar o que acontece de inovador e positivo no Brasil, chega-nos hoje a notícia de que a USP desenvolveu uma nova tecnologia de fibrocimento usando fibras de sisal.



As sobras da bucha de sisal, que geralmente são jogadas fora nos processos de fabricação de cordas, podem fornecer uma importante matéria-prima para a indústria de materiais de construção.

A descoberta é da equipe do professor Holmer Savastano Júnior, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga. Os pesquisadores desenvolveram uma técnica para a obtenção de fibras a partir da sobra rejeitada do sisal que pode gerar renda e aprimorar a cadeia produtiva da planta, que envolve hoje, no país, mais de 700 mil pessoas em atividades diretas e indiretas.

O fibrocimento poderá ser mais um braço da cadeia produtiva do sisal, planta que tem o Brasil como maior produtor mundial. O material obtido da planta do semiárido, segundo a pesquisa, pode entrar na fabricação de telhas, divisórias, suportes de ar-condicionado, caixas d'água e demais estruturas que atualmente utilizam outros tipos de fibras.

Um dos desafios da equipe de Savastano é reduzir a degradação que o sisal sofre em um produto de construção a base de cimento. Como toda fibra natural, ela sofre os efeitos da alcalinidade do cimento, decompondo-se com o passar do tempo.
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Por causa disso, as peças de fibrocimento desenvolvidas até o momento contêm um porcentual de fibras sintéticas, como PVA (polivinil álcool) e PP (polipropileno). O próximo passo é aumentar o teor da fibra natural e reduzir o de materiais sintéticos. Além do sisal, o grupo da USP começou a pesquisar também a fibra de bambu como componente de fibrocimento.

A engenheira agrícola Viviane da Costa Correa, orientanda de Savastano, desenvolve em seu mestrado o processo organossolve aplicado ao bambu, estabelecendo a temperatura e o tempo ideais para a obtenção da fibra de bambu. Os ajustes sobre a polpação do bambu estão sendo feitos com o apoio do grupo do professor Antonio Aprigio Curvelo, do Instituto de Química de São Carlos da USP.

Além de fornecer fibras para reforço de cimento, o bambu também poderá servir de matéria-prima para celulose e papel. O bambu é uma gramínea gigante que está presente em vastas extensões do Brasil, por isso esses processos poderão gerar um grande impacto no desenvolvimento econômico do país.

Como sempre, nós não veremos essa notícia no Jornal Nacional e quetais, interessados em disseminar futilidades e desgraças. Mas por aqui vocês podem acompanhar o que realmente acontece em nosso país e abandonar a postura passiva diante da televisão para fazer parte dessa nova equipe de inovadores e empreendedores.

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