Desde que a informática se tornou parte da nossa realidade, surgiram diversas iniciativas para transmutar a sala de aula de masmorra bolorenta em um ambiente mais prazeroso para aqueles que lá se encerram, leia-se alunos e professores.
O texto a seguir merece atenção e reflexão e tem como origem a Dell, fabricante de computadores, que apóia um modelo que envolve tecnologia combinada com conteúdo interativo e capacitação de professores.
Em novembro, dois executivos da Dell vieram ao Brasil para anunciar o piloto do projeto Sala de Aula Conectada, uma experiência educacional que tem por objetivo levar ferramentas tecnológicas para salas de aula de 26 escolas da rede municipal de Hortolândia (SP).
O CEO da empresa, Michael Dell e o presidente mundial da Dell para o segmento público, Paul Bell, se reuniram com representantes do governo do Estado de São Paulo para apresentar a proposta da fabricante para a área educacional.
Segundo Bell, um terço da população brasileira já está conectada à web, e esses usuários respondem pelo maior tempo de navegação web em todo o mundo. Tais fatores não podem ser ignorados em um processo de inclusão digital.
Difícil é fazer os membros daquele buraco negro chamado de governo entenderem isso...
Bell explicou aos representantes governamentais que as crianças pesquisam, têm acesso a conteúdos multimídia, participam de bate-papo, jogam online e esse comportamento se reflete em como os alunos se comportam na sala de aula, fator importantíssimo e que não pode ser deixado de lado.
Sob essa ótica, o projeto de inclusão digital do governo federal Um Computador por Aluno (UCA) não seria sustentável no longo prazo, pois ele deve ser mais amplo, contar com conteúdo adaptado e interativo, além de incluir o professor para que seja sustentável.
Uma visão óbvia, mas como dizem os sábios, o óbvio só é óbvio para a mente preparada...
A Dell quer mostrar ao governo brasileiro que outras opções podem ser adaptadas conforme a realidade e poder econômico de cada região. A empresa é a fornecedora de um projeto do governo do México que equipa 50 mil salas de aulas e 150 mil alunos com computadores, mas para garantir o bom funcionamento, um projeto de inclusão digital deve incluir tecnologia, conteúdo e professores capacitados.
O projeto de Hortolândia vem sendo gestado desde o início deste ano e contou com a parceria da prefeitura municipal para a infraestrutura física das salas de aula; do governo de São Paula para o acesso à web e da Universidade de São Paulo, que adaptou o conteúdo das disciplinas de matemática e língua portuguesa para a 5ª séria do ensino fundamental e 1ª série do ensino médio.
Em julho, 31 salas de aula de 26 escolas do município receberam, cada uma, lousa interativa conectada a um servidor Optplex, kit multimídia com projetor e equipamento de som, e uma impressora (os equipamentos foram doados pela Dell). Os professores foram treinados durante as férias quanto ao uso dos equipamentos.
As salas passaram a ser usadas a partir de agosto e estão em fase experimental. Segundo Velasco, ao final do ano, o projeto será avaliado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) quanto ao seu sucesso pedagógico. Em uma segunda etapa, de um projeto que tem duração de 12 meses, os professores irão receber, cada um, um notebook e só depois é que os alunos irão receber o netbook, numa terceira fase.
Vamos ficar de olho e ver como se desenvolve esse projeto de Hortolândia, torcendo para que alcance o sucesso e se espalhe para o restante do país, sem os entraves do (des)governo.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
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