segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Inovações: diodo molecular e eletrônica orgânica

Que eu sou um entusiasta das inovações tecnológicas, qualquer um que acompanhe esse blog já sabe. Mas o meu apreço não está apenas nas descobertas científicas, mas principalmente em seus desdobramentos, ou seja, naquilo que outras pessoas - como eu e você - poderão fazer com essas novidades. No post de hoje, duas novidades bombásticas que vão revolucionar várias áreas nos próximos anos. E os designers que souberem "surfar nas novidades", certamente vão se beneficiar com isso.

Diodo molecular
Recentemente, falei da roupa inteligente que tem antena embutida e potencial para múltiplas aplicações. Agora, com a notícia da criação de um diodo molecular a coisa ganha uma nova dimensão. Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, construíram um diodo molecular, que demonstra as possibilidades reais da chamada eletrônica molecular, quando os componentes eletrônicos - diodos e transistores, por exemplo - poderão ser compostos por moléculas individuais, levando a miniaturização a um novo patamar.

Para quem não está familiarizado com o assunto, diodos são componentes eletrônicos que permitem que a corrente elétrica flua em um sentido, mas não no sentido oposto. São elementos críticos em virtualmente todos os circuitos eletrônicos, de simples eliminadores de pilhas até os mais modernos computadores.

Essa inovação vai abrir campos igualmente novos, além de reduzir custos de dispositivos já existentes. A promessa da eletrônica molecular sempre foi levar a miniaturização ao limite, permitindo a construção de componentes eletrônicos com moléculas. Hoje, eles estão ainda na faixa de algumas dezenas de nanômetros, cerca de 20 vezes maior do que uma molécula.

A eletrônica molecular irá se beneficiar das propriedades únicas - eletrônicas, ópticas e mecânicas - dos componentes moleculares, levando à criação de aplicações que poderão ser complementares à eletrônica convencional, em vez de tentar apenas substitui-la. Dentre as inúmeras possibilidades temos a ligação dos circuitos eletrônicos tradicionais a tecidos biológicos, permitindo a criação de chips neurais, implantes, próteses e dispositivos projetados para ampliar as capacidades do corpo humano.



Eletrônica orgânica ganha impulso e parte para cima do silício
Os plásticos condutores de eletricidade já estão incorporados nos mais modernos aparelhos eletrônicos, como os que possuem telas com OLEDs, LEDs orgânicos (à base de carbono) feitos com materiais poliméricos. Mas esses materiais orgânicos condutores de eletricidade sofrem de uma deficiência que impede seu uso mais amplo. Eles só conseguem transmitir cargas positivas (as chamadas lacunas, locais onde os elétrons podem se instalar), ou seja, transmitem eletricidade apenas em um sentido.

Essa dificuldade de fazer os elétrons moverem-se através do OLED exige a mesclagem de polímeros doadores de elétrons com polímeros receptores de elétrons para que os circuitos eletrônicos orgânicos possam funcionar.

Felizmente, essa deficiência dos plásticos condutores foi resolvida através da sintetização de uma molécula orgânica que é capaz de transportar tanto elétrons quanto lacunas, dispensando a complicada mesclagem de compostos diferentes. A descoberta deverá impulsionar significativamente o uso da eletrônica orgânica em substituição aos semicondutores inorgânicos tradicionais, como o silício.

Ao que parece, um console de jogo como o apresentado no filme Existenz não está tão longe assim de ser criado...

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