Quem me acompanha por aqui sabe do meu apreço pelo uso de mídias interativas em sala de aula. Já pude constatar várias vezes o imenso potencial dessas "novas linguagens" tem sobre o alunado e como isso impacta positivamente no processo de ensino-aprendizagem. Neste post, aproveito para falar sobre uma iniciativa da Unicamp nesse sentido, que há três anos desenvolve, junto com duas escolas municipais, o Projeto Tecnologias e Mídias Interativas na Escola (Time), que se utiliza de vídeos, rádio web, histórias em quadrinhos e blogs, com o objetivo de promover a reflexão sobre os impactos da tecnologia da informação e da comunicação no dia a dia da sociedade, especialmente na prática pedagógica.
Agora, para socializar o conhecimento acumulado, a história do projeto vai virar livro e a publicação sai ainda em 2009, reúnindo 18 artigos e dividida entre a vivência dos pesquisadores e o cotidiano das professoras.
O Time foi desenvolvido pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) em parceria com o Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (Nudecri) e depois de concluídos os entendimentos com a Secretaria da Educação de Hortolândia, próxima de Campinas, eles obtiveram recursos da Fapesp dentro da linha de fomento ao ensino público, ou seja: os professores das escolas se tornaram bolsistas e idealizaram subprojetos para utilização de mídias junto às crianças”, explica João Vilhete Viegas d’Abreu, pesquisador do Nied que coordenou o projeto.
Ao longo dos três anos, nas duas escolas, foram atendidos 15 professoras e 1.300 alunos na faixa de 6 a 10 anos. Foram utilizadas salas multimídia com 18 computadores, monitores LCD, webcam, TV de 32 polegadas e máquinas fotográficas digitais, que também atenderam, embora indiretamente, quase todos dos professores de ambas as unidades, além dos pais de alunos e a comunidade no entorno, proporcionando inclusão digital e social destes atores.
As atividades teóricas envolviam conteúdos educacionais que poderiam ser trabalhados e atividades práticas com o uso das ferramentas digitais, com o treinamento dos professores para a criação e manutenção de blogs que receberiam os conteúdos que vinham sendo ministrados aos alunos.
Outra ferramenta que fez sucesso foi o Free Haquê, que é um editor de histórias em quadrinhos, utilizado pelas crianças na confecção de suas próprias histórias. Essa utilização permitia trabalhar conteúdos curriculares, como a língua portuguesa, de forma lúdica e muito mais interessante para os alunos do que os métodos dito tradicionais. O programa permite criar a paginação da HQ (diagramação em quadros), importar figuras e fazer o leteramento (inclusão dos textos em balão e box).
Para divulgar os conteúdos e potencializar ainda mais o alcance e o interesse pelo projeto, foi criada a Rádio Recreio, que atendia às duas escolas, e permitia aos alunos a prática de criação de roteiro com conteúdos relativos à linguagem e fala, como acentuação e dicção, e também o aprendizado de edição não linear de áudio utilizando o Audacity, o mesmo programa que uso para editar as trilhas de áudio e a locução do videocast "Martelo do Archanjo".
Segundo os pesquisadores, tanto os alunos regulares das duas escolas quanto os da periferia puderam compreender que rádio não é magia, mas um conjunto de aprendizados que envolvem técnicas e a manipulação de softwares e equipamentos. Se eles gostarem de blogar em texto, logo vão perceber o poder que tem um podcast e, por que não, um videocast em machinima também.
Para conhecer mais, faça uma visita ao blog do projeto.
No início do próximo semestre letivo, vocês vão ver o que meus alunos de Design da UniFOA, em Volta Redonda, estão produzindo neste sentido.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
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