quinta-feira, 10 de março de 2011

Quinta Dobrada (01): Qual é o seu sonho? & Borboleta artificial

Queridos leitores, eu me rendo!

Não tem como eu dar conta de tantas informações fantásticas, inovadoras e positivas no ritmo atual.  Estou repensando em como dar continuidade às postagens desse blog de modo que possamos contemplar o máximo possível de imputs úteis com o objetivo de fomentar (ao menos entre os meus designers em formação do UniFOA) a geração de inovações e de transformar positivamente a sociedade brasileira.

Para tentar aliviar um pouco a pressão nas caldeiras, inicio hoje uma nova aventura.  Trata-se, como diz o título, da "Quinta Dobrada", ou seja, vou publicar uma notícia sobre inovação tecnológica, que já fazia parte da programação deste dia, e mais uma sobre algum assunto criativo que nos faça pensar, refletir, aprontar a maior traquinagem do planeta!

Para abrir os trabalhos, vamos falar sobre sonhar e empreender no Brasil e de uma borboleta artificial criada por cientistas japoneses.  Ao ataque!!!


Qual é o seu sonho?
Pergunte isso a si mesmo e a quem está a sua volta –e você contribuirá para liberar o empreendedorismo à brasileira. Na opinião de Fernando Dolabela, um dos maiores especialistas da área no País, somos empreendedores desde o Brasil Colônia e nos sobra a criatividade tão necessária, mas nosso empreender é reprimido. Precisamos estimular nossos mapas de sonhos.


O Brasil é o sexto país mais empreendedor do mundo, segundo o ranking 2009 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e, pela primeira vez, o empreendedorismo por oportunidade superou o feito por necessidade, o que mostra uma pró-atividade de empreender. 

Então, empreendedorismo pode ser visto como uma característica da gestão brasileira?
Sim e não. Existem a capacidade de sonhar, e um grande potencial de criatividade reconhecido na população em geral, mas não há um estímulo cultural a isso. Fernando Dolabela, professor da Fundação Dom Cabral, que rejeita modelos importados de empreendedorismo, busca implantar um empreendedorismo à brasileira justamente com um esforço de construção cultural. Para Dolabela, o movimento precisa entrar obrigatoriamente na pauta dos brasileiros, para reverter uma cultura nacional que, muitas vezes, rejeita e sabota os sonhos –e, por tabela, o empreendedorismo.

Sem empreendedorismo, vale dizer, reduzem-se as chances de o País inovar. “Apesar de produzirmos 10 mil doutores e 40 mil mestres por ano, eles pouco transformam conhecimento em riqueza. Só o empreendedorismo pode virar esse jogo “, diz, o especialista, nesta entrevista especialmente preparada para o portal Brasil – Presença na Gestão que Dá Certo.

Quão empreendedores somos no Brasil? Por que não conseguimos ter uma instituição tão pró-empreendedores como o Babson College norte-americano?
Somos sonhadores, o que é fundamental, mas ainda nos falta cultura empreendedora que estimule sonhos. Quando comecei a estudar empreendedorismo, em 1992, a palavra era quase um “palavrão” e, em certos órgãos públicos, até hoje é. Numa palestra que fiz em um deles, a diretora me alertou: “Não use a palavra ‘empreendedor’”. Esta subverteria os funcionários, que sairiam de lá “pensando em fazer coisas por conta própria”. E a rejeição vem de várias fontes.

A universidade continua a ser uma fonte de rejeição importante. A excelência de ensino superior no Brasil, que é a universidade pública –ideologicamente de esquerda–, renega o mercado e, portanto, o empreendedorismo. Muitos jovens querem, como meta máxima, ser servidores públicos.


Mas há empreendedorismo onde a esquerda é forte, como a Itália…
Lógico, só a velha esquerda rejeita tudo vindo do mercado; tornou-se a velha direita. A nova esquerda aprendeu com o fracasso da Rússia, entendeu que inibir sonhos significa inibir o futuro. Essa nova esquerda sabe que governos só geram custos e que a riqueza é gerada pelas empresas. A região da Emilia-Romagna, na Itália, durante cinco décadas ou mais governada pelos comunistas, é um dos exemplos mundiais mais vibrantes de empreendedorismo.

Agora, diga-se, a rejeição começa bem antes da universidade; na escola e em casa. Quando chega à universidade, o jovem está culturalmente pronto, já assimilou as características –negativas e positivas– de sua cultura. Aqui, assimilou a rejeição ao risco e à incerteza, a ausência de vontade de ser protagonista.


Você está dizendo que nossa cultura sabota o empreendedorismo…
Sim. Quando os estudos indicam que empreendedorismo é um tema cultural, isso significa que é vinculado a valores e não um tema cognitivo, acadêmico-científico. Empreendedorismo é forma de ver o mundo, estrutura de relações com as pessoas. O Brasil como instituição inibe o grande potencial de criatividade da população, impedindo-a de empreender.   A capacidade de sonhar e de transformar o sonho em realidade é aplacada pela autocracia secular que tira a autoestima das pessoas.


Como explicar “sonho” neste contexto?
A aventura do empreendedor é conceber o futuro e transformá-lo em realidade, o que é sinônimo de sonho. E, assim, transformá-lo em riqueza. Descobri, empiricamente, que a pergunta “Qual é seu sonho?”, quase não é feita aqui. Em regra, nem pela mãe, nem pelo pai – preocupados com a segurança do filho, eles dizem “Passe no concurso”-, nem pelo professor, líder político, chefe… Por ninguém! Sonhar é perigoso. Qualquer um que abrir o campo para o sonho está abrindo a perspectiva de ausência de controle, porque sonhos não são controláveis. Por isso não adianta importar modelo de empreendedorismo. Falta-nos a base.


Isso é reversível?
O único jeito de revertê-lo é fazer com que as crianças se permitam sonhar, antes de a cultura se cristalizar nelas. Essa é a proposta da minha pedagogia empreendedora, que levo há cerca de oito anos às escolas. Só que há mais uma má notícia, pelo menos para o público do portal HSM: a escola particular está mais atrasada nesse processo que a pública, desconectada de uma visão de desenvolvimento sustentável.

Eu supunha que acolheria a educação empreendedora, mas, no dia a dia, vi o contrário. Já implementei minha pedagogia empreendedora em 2 mil escolas e apenas três destas eram particulares. A escola particular não consegue conferir qualquer prioridade ao empreendedorismo; na pública, pelo menos, empreendedorismo é questão de sobrevivência.


Você implantou o método em 2 mil escolas… Quantas faltam, por curiosidade?
São escolas de 126 cidades –cada escola é um multiplicador disso na cidade. Considerando que o Brasil tem 5.650 cidades, faltam “apenas” 5.524 [risos].


Explique como é sua metodologia.
Nela, a emoção, afastada do trabalho pelo modelo industrialista, reassume sua importância. O potencial empreendedor, presente em todo ser humano, é disparado pela emoção. Sem ela, não há forma de desenvolver o protagonismo, a criatividade e a perseverança, os três elementos cruciais ao empreendedorismo; a razão vem em seguida, para estruturar o caminho apontado pela emoção. Por esse motivo, os meus livros didáticos são histórias, romances: é a melhor forma de descrever o estilo de vida empreendedor.


Preparo professores para iniciar sua relação com os alunos por meio de duas perguntas:

1) “Qual é seu sonho?”; 2) “O que você fará para transformá-lo em realidade?”.

Essas duas perguntas são o eixo da metodologia. Não são feitas no ensino convencional, que entrega tudo pronto ao aluno –um contrassenso, porque empreendedorismo trata de futuro, para o qual ainda não há respostas.

A partir daí os alunos começam a agir (empreendedorismo é pura ação) e trabalham mapas de sonhos, planos de negócios etc. Mas tudo isso requer mudança dos professores, a começar pelo fato de que sonho e empreendimento não podem ser avaliados de fora, mas somente pelo próprio autor.


E como você ensina empreendedorismo em suas oficinas para jovens?
Falo em sonho também, mas trabalho os elementos de suporte, que são basicamente quatro:

1) Conceito de si. Todo empreendedor necessita muito de autoconhecimento para ter consciência do que sabe e, principalmente, do que não sabe. Assim, consegue construir complementaridades e buscar colaboradores.

2) Conhecimento do setor visado. Esse é o elemento central. Somente entendendo bem o ambiente de negócios ele poderá identificar oportunidades (clientes, concorrentes, ciclo de vida, legislação, tendências etc.), e sua ausência é causa constante de falências.

3) Rede de relações. É preciso aprender a construir uma rede de pessoas que ajude a conhecer o ambiente e a concretizar o sonho.

4) Capacidade de liderança. O desenvolvimento desta é fundamental tanto para convencer um investidor a apostar no sonho como para transmiti-lo e seduzir pessoas a acompanhá-lo.


Além de tachado de direitista, você não pode ser acusado de messiânico?
Sonho parece coisa de messias, sim, mas tenho a meu favor o fato de que a relação entre empreendedorismo e desenvolvimento é a maior verdade prática que existe, ainda que comprovada recentemente. Foi só na década de 1970 que os economistas norte-americanos se deram conta de que as pequenas empresas geravam mais empregos que as grandes; ficaram perplexos.

O empreendedorismo era um não assunto na academia. O [Joseph] Schumpeter, que só agora é reconhecido para valer, foi o primeiro a pôr o empreendedorismo sob os holofotes, quando afirmou que a inovação é a grande propulsora da economia. De lá para cá, diversos estudos comprovaram a relação entre empreendedorismo, desenvolvimento e qualidade de vida.


Essa cultura antiempreendedorismo é histórica no Brasil? Ou tem data recente?
Autores dos extremos ideológicos, de Caio Prado, com sua linha aristotélico-marxista, a Oliveira Viana, visto como sendo de direita, sempre afirmaram que o Brasil foi gerado na época colonial pela combinação de senhor e escravo, com economia baseada na exportação –o Brasil servo de outros mercados– e, portanto, sem empreendedorismo. Mas isso começa a ser revisto desde que foi lançado, no final de 2009, o livro História do Brasil com Empreendedores. Jorge Caldeira diz: “Havia um protoempreendedor no Brasil colonial, daí nosso PIB maior que o português”.


Se a releitura chegar à escola… o que Schumpeter diz do empreendedor?
Quando alguém inova, muda o mercado e as empresas se adaptam, subindo ao novo patamar da inovação. Só que muitas delas saem do jogo aí e ele chama a isso “destruição criativa”. Schumpeter diz que o novo sempre substitui o velho –o empreendedorismo é o novo.



Você acha que o período de regime militar piorou a situação?
Uma das principais ferramentas do empreendedor é a informação (ele tem de saber sobre mercados, concorrentes, fontes de matéria-prima, tendências, fontes de capital, projetos governamentais etc.) e ele a tem na democracia, não em ditaduras. Crescimento econômico acontece também em ditaduras, mas, se olharmos o mundo hoje, veremos que crescimento com qualidade de vida está visceralmente associado à democracia e à liberdade de empreender. O empreendedor real nunca é o estado, mas a sociedade civil, única que tem as condições necessárias: dinheiro, competência de gestão, capacidade de inovação.


Mas a tão empreendedora China é ditadura… É um paradoxo?
A China não é um modelo sustentável no longo prazo. Para continuar crescendo, ela vai ter de aumentar a educação e, ao fazê-lo, vai ter reivindicações de liberdade e justiça social. A China leva ao pé da letra o que o Ocidente sempre fez: transformar as pessoas em mais um fator de produção. O empreendedorismo vai frontalmente contra isso. Na própria Ásia não faltam exemplos: Singapura, Coreia do sul e Japão, que têm os pilares da democracia e elevado empreendedorismo, exibem altíssima qualidade de vida.


Então, por que o GEM já apontou o Japão na lanterninha da atividade empreendedora, e o Brasil está lá na frente, ao lado de Uganda e Bolívia?
Há muitas sutilezas nas métricas, por isso devem ser vistas com espírito crítico. Há estudos que indicam que, quanto maior foi o crescimento econômico de uma cidade, menor foi a taxa de empreendedorismo, por exemplo. A explicação é que as grandes empresas, que estão crescendo, oferecem um emprego razoável melhor do que a atividade do pequeno empreendedor. Isso é o que acontece no Japão.


Só que, quando o emprego é uma ideia cada vez mais abstrata, não basta…
Fato. O emprego é um conceito mal desenvolvido, cada vez mais percebido como provisório. É mera evolução da escravatura. Até a expressão mercado de trabalho vem de mercado de escravos; o patrão de hoje é o senhor de ontem. A relação de trabalho, na essência, é desequilibrada, porque não é uma relação social; tanto que máquinas substituem homens. O próprio Peter Drucker dizia, referindo-se a empregados de alto nível, que eles tendem a não se deixar subornar por ofertas de altos salários, fringe benefits, stock options; vão querer ser donos dos negócios.


Até agora falamos do espírito empreendedor. O que dizer sobre o capital empreendedor no Brasil?
É um problemão. Como diz o economista Mohamed Yunus, o dinheiro é um direito do ser humano do mesmo nível que alimentação, escola e moradia. No Brasil, o capital sempre foi voltado para as grandes empresas e até hoje, de alguma forma, é assim. Os investidores de risco vêm se multiplicando nos últimos oito anos, mas têm menos opções de investimento do que desejam, por falta de bons planos de negócios, e acabam focando as empresas-estrela.


O ambiente é mais propício do que foi…
Sim, um avanço é o trabalho de uma organização como a Endeavor, por exemplo. Mas, por todos os rankings, o Brasil ainda não é propício aos empreendedores. Em inovação, é pior: a associação de pesquisa das empresas inovadoras tem um dado segundo o qual só 0,26% das brasileiras são inovadoras. Até em intraempreendedorismo, que remete a empreender dentro das empresas e se reflete em ação inovadora, somos fracos: conforme o GEM, só 6% dos empregados inovam no Brasil –e é um cálculo otimista.


Suspeito que o intraempreendedor seja ainda mais raro. Estou errada?
Ele existe no discurso. O sistema de poder corporativo, baseado em comando e controle, imunizou-se contra ele, porque quem inova pode “atropelar” o chefe, o que é inconveniente.


Como isso pode mudar nas empresas?
Mudará quando elas forem horizontais e derem aos funcionários liberdade e “espaço de si”, para que se sintam à vontade. O Google é uma que dá esse espaço. A hierarquia é útil em estruturas como uma linha de produção, quando se quer ganhar escala, mas lima a capacidade de inovar.


Alguém já lhe perguntou sobre qual é seu sonho?
Possivelmente não, porque a cultura brasileira amarra as pessoas ao tempo presente, em vez de libertá-las para o futuro, representado pelo sonho. A melhor chance de desenvolvermos um empreendedorismo brasileiro é ensinar a sonhar.  Uma das principais ferramentas do empreendedor é a informação e ele a tem na democracia, não em ditaduras.

Consultor e professor da Fundação Dom Cabral, Fernando Dolabela é considerado um dos maiores especialistas em empreendedorismo no Brasil. Publicou 11 livros sobre o assunto, entre os quais O Segredo de Luisa [Ed.Sextante], de 1999, em forma de ficção, reconhecido como o maior best-seller brasileiro na área, com mais de 100 mil exemplares vendidos.

Dolabela também criou alguns dos maiores programas de educação empreendedora do Brasil, da universidade à educação infantil. Suas metodologias de ensino são consideradas bastante inovadoras por tratarem empreendedorismo sobretudo como uma função do sonho e das emoções –conforme ele explica nesta entrevista- e, no sentido econômico, como instrumento de desenvolvimento sustentável e justiça social.

Sua metodologia Oficina do Empreendedor, por exemplo, já implementada em cerca de 400 instituições de ensino superior, atinge cerca de 4 mil professores e 200 mil alunos por ano.

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Em maio, teremos um Workshop de Biomimética (também conhecido como Biônica), no qual levaremos designers em formação do UniFOA para o Parque Nacional de Itatiaia para estudar como analisar formações naturais e aplicá-las em projetos de Design para gerar inovações.  O texto a seguir mostra como os japoneses estão lidando com o tema e o quanto podemos aprender neste sentido.

Cientistas japoneses criam borboleta artificial capaz de voar
Um grupo de pesquisadores japoneses construiu uma réplica totalmente funcional de uma borboleta rabo-de-andorinha, incluindo a capacidade de voar.  O microavião é classificado na classe dos ornitópteros, veículos que voam imitando o movimento natural das asas de insetos ou pássaros.

Entre os vários tipos de borboletas, as rabo-de-andorinha destacam-se por apresentarem uma área das asas em relação à sua massa corporal muito maior do que a de qualquer outra borboleta. Combinado essa grande área com o movimento das asas dianteiras sobrepostas, o animal consegue voar batendo as asas em uma frequência relativamente baixa e com um curso muito restrito.

Desta forma, as borboletas rabo-de-andorinha têm uma capacidade limitada de controle ativo sobre a força aerodinâmica das suas asas.  Seu movimento corporal é resultado de uma reação passiva ao simples movimento de bater as asas, e não - como em outros tipos de borboletas - de uma reação ativa à aerodinâmica.  Ou, pelo menos, esta é a teoria.

Felizmente essas características facilitam a imitação do movimento do animal por um avião robô, uma vez que o movimento é mais simples e o bater suave das asas consome pouca energia.  E o grupo de pesquisadores japoneses pode comprovar que sua teoria estava certa, ou seja, que o animal consegue voar para a frente usando tão-somente o suave bater de asas, sem nenhum outro movimento ativo do corpo.
Os cientistas construíram seu ornitóptero com as mesmas dimensões de uma borboleta rabo-de-andorinha real, reproduzindo o formato e até mesmo os finos veios que permeiam a membrana de suas asas.

O voo do microavião ainda não seria suficiente para fazê-lo ganhar uma corrida aérea de uma borboleta real, mas o protótipo serviu apenas para demonstrar o conceito e comprovar que a teoria do voo simplificado está correta.  Usando um software de análise de movimento, os pesquisadores foram capazes de monitorar o desempenho aerodinâmico do ornitóptero, demonstrando que o voo pode ser feito com os movimentos simples de bater das asas, sem controle de feedback.

Esse modelo agora poderá ser aplicado em outros sistemas aerodinâmicos de veículos com outras dimensões e que utilizem mecanismos alternativos de bater as asas.

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E então, designers em formação?  Vamos analisar mais a fundo esses dois assuntos de hoje e mandar brasa no nosso workshop, em maio?

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