quarta-feira, 9 de março de 2011

O Design está aqui! (06): Estudo sobre abelhas feito por crianças é publicado em revista científica

Uma das coisas que eu repito constantemente em conversas com meus pares e demais cidadãos brasileiros diz respeito justamente ao incentivo da produção de artigos científicos por alunos dos Ensinos Fundamental e Médio.  Lembro-me muito bem do estímulo que sentia, junto com meus colegas no então Ginásio, quando tinha uma feira de ciências e nós íamos lá apresentar alguma traquitana que apresentava algum conceito científico para os demais colegas do colégio.

Era uma sensação de ser muito mais do que um adolescente indo prá "masmorra" sofrer seus efeitos deletérios, eu percebia algo que só fui compreender muitos anos depois, na Universidade e no Mestrado: o prazer em produzir conhecimento!

Como a atividade de Design está intrinsecamente relacionada com a pesquisa e para repartir com vocês esse momento, selecionei a notícia abaixo para mostrar o quanto podemos fazer de útil, positivo e fantástico com as crianças e adolescentes.  Se estivermos realmente num período de transição entre a "masmorra" e algo que será o novo local de aprendizado do futuro próximo, este modelo deverá ser replicado para todas as direções.  O resultado será benéfico para todos, excetuando aqueles inúteis que se beneficiam da miséria e da ignorância alheias.

Aliás, é para isso que um certo instituto está sendo criado...


Estudo sobre abelhas feito por crianças é publicado em revista científica
Uma pesquisa sobre abelhas, realizada por um grupo de crianças de uma escola primária em Devon, na Inglaterra, tornou-se a primeira a ser publicada por uma revista científica acadêmica.  Os alunos da Escola Primária Blackawton, que têm entre 8 e 10 anos, descobriram que as abelhas podem ser treinadas para reconhecer cores em busca de alimento.

As crianças tiveram a consultoria do neurocientista Beau Lotto, da Universidade College London, que garantiu que o trabalho foi "inteiramente concebido e escrito" por elas.  O estudo foi publicado na revista especializada Biology Letters, publicada pela Royal Society, uma das associações científicas mais tradicionais do mundo.

Os alunos queriam saber se as abelhas seriam capazes de aprender a usar padrões de cores para encontrar o caminho até as flores mais doces e mais nutritivas.  Eles descreveram a conclusão das experiências no trabalho: "Descobrimos que as abelhas podem usar as combinações de cores para orientar-se no espaço ao decidir qual é a cor da flor para onde irão". "Também descobrimos que ciência é legal e divertida, porque você pode fazer coisas que ninguém fez antes."

A Royal Society disse que faltava compreensão sobre o objeto de estudo das crianças, e que as descobertas eram um "verdadeiro avanço" no campo.  O editor da revista Biology Letters, Brian Charlesworth, disse que o estudo é o primeiro caso do tipo no mundo: "Espero que isso inspire outros grupos a perceber que a ciência não é um clube fechado, mas algo que está disponível para todos."

O projeto nasceu de uma palestra do neurocientista Beau Lotto na escola Blackawton, onde seu filho estuda, sobre o ensino de ciência. A partir daí, Lotto e o diretor Dave Strudwick ajudaram as crianças a desenvolver as experiências.  Segundo o neurocientista, a pesquisa começou com "um dia de abelha", em que os alunos tentavam se comportar como os animais.

"O verdadeiro trabalho científico é cheio de incertezas - e é por isso que é tão excitante - mas acho que é isso o que falta na educação, onde os assuntos são apresentados como uma série de certezas chatas", disse Lotto. 

O trabalho, editado pelo cientista, manteve os textos das crianças sobre o tema. As tabelas, por exemplo, foram pintadas com lápis de cor.  Para ser publicado, o artigo teve que ser comentado por dois pesquisadores especialistas no tema, já que o texto não tinha referências bibliográficas.

Laurence Mahoney, da Universidade de Nova York e Natalie Hempel de Ibarra, da Universidade de Exeter, disseram que as experiências foram "modestas, mas inteligentemente e corretamente organizadas, além de conduzidas de maneira controlada".

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Se algum de vocês que segue este blog é educador, que tal pensar a respeito e levar tal prática para a sua sala de aula?

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