segunda-feira, 22 de março de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (06): Produção científica do Brasil ultrapassa a da Rússia


Quando eu comecei essa série especial, sabia que ia mostrar coisas incríveis que não passam nos meios tradicionais de comunicação. Pois bem, aí vai mais uma, que para mim é excelente e dá uma dimensão mais clara de quem somos, onde estamos e para onde nos dirigimos no âmbito da produção científica.

Produção científica do Brasil ultrapassa a da Rússia
A produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia, antiga potência na área, e caminha para superar também a da Índia e se consolidar como a 2ª maior entre os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), segundo levantamento feito pela Thomson Reuters.

O levantamento acompanhou a produção científica nos quatro países com base na análise das 10.500 principais revistas científicas do mundo.

Segundo a pesquisa, a produção brasileira avançou de 3.665 para 30.021 artigos científicos publicados entre 1990 e 2008 (um aumento de quase dez vezes), sendo que no mesmo período, a produção russa manteve-se estável - o número de 1990, de 27.603 artigos, é praticamente o mesmo que o de 2008 - 27.605 artigos (ou seja, um aumento de apenas dois artigos).

A produção científica da Índia, que em 1990 contabilizava 13.984 artigos publicados, chegou a 38.366 artigos em 2008. Se o índice de aumento da produção científica dos países se mantiver, o Brasil deverá ultrapassar a Índia nos próximos anos.

O levantamento indica ainda que a produção científica chinesa, que em 1990 ainda estava atrás da russa e da indiana, com 8.581 artigos, chegou a 2008 com 112.318 artigos, numa expansão que, se mantida, verá a China ultrapassar os Estados Unidos e se tornar líder mundial em produção científica até 2020.

Segundo Jonathan Adams, diretor de avaliação de pesquisas da Thomson Reuters, os dados dos levantamentos foram revisados após 2007, para evitar que a base de revistas científicas analisada refletisse um viés pró-países desenvolvidos. "A revisão dos dados levou a uma considerável elevação do número de artigos científicos de China, Brasil e Índia. Porém essas elevações refletiram tendências já evidentes nos dados, em vez de mudar a trajetória geral".

Segundo ele, os dados dos últimos anos já indicavam que a produção brasileira superaria a russa, o que ficou expresso nos números de 2008, mas ele observa que, se a base de análise já tivesse sido revista antes, isso já teria acontecido há vários anos.

De acordo com os últimos dados compilados, de 2008, a produção científica brasileira naquele ano representou 2,6% do total de 1.136.676 artigos publicados em todas as 10.500 revistas analisadas. Em 1990, o Brasil tinha apenas 0,6% da produção mundial.

A produção científica norte-americana - 332.916 artigos em 2008 - ainda representa 29% de todos os artigos publicados no mundo, enquanto a chinesa é de 9,9%. Em 1990, porém, os Estados Unidos tinham 38% de toda a produção científica mundial, enquanto a China respondia por apenas 1,4% do total.

No mesmo período, a produção russa, que já foi considerada uma das mais avançadas do mundo, passou de 4,7% do total em 1990 para apenas 2,4% em 2008.

A produção indiana, por sua vez, teve sua participação no total mundial elevada de 2,3% para 3,4% no período, numa elevação proporcionalmente menor que as da China e do Brasil.

Em sua análise da produção científica do Brasil, a Thomson Reuters observa que os gastos com pesquisa e desenvolvimento no Brasil chegaram em 2007 a quase 1% do PIB, proporção inferior aos cerca de 2% gastos nos Estados Unidos e na média dos países de desenvolvidos, mas ainda bem acima de outros países latino-americanos.

Segundo o levantamento, o Brasil tem 0,92 pesquisador para cada mil trabalhadores - bem abaixo da média de 6 a 8 pesquisadores por mil trabalhadores dos países do G7, o grupo das nações mais industrializadas do planeta. Apesar disso, o documento afirma que a proporção brasileira é semelhante à de outros países em desenvolvimento, como a própria China, e que a base de pesquisadores vem crescendo.

Segundo a Thomson Reuters, o Brasil formou cerca de 10 mil novos pesquisadores doutores no último ano analisado, num crescimento de dez vezes em 20 anos. O levantamento indica ainda que a produção científica do país é mais forte em áreas como pesquisas agrícolas e ciências naturais.

Muito bem, designers, vamos abraçar essa causa e contribuir para o aumento no número de pesquisadores brasileiros? Se vocês leram o texto acima com atenção, puderam perceber que existe uma relação direta no número de pesquisadores e o posicionamento global da nação em termos de economia, inovação, qualidade de vida et cetera. Logo, VOCÊ pode contribuir para a melhoria geral das condições de vida da sociedade brasileira.

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