quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (01): Brasil nacionaliza filtro para extração de petróleo


Prezados leitores,
Aproveitando a ocasião do meu primeiro dia letivo, com esse post inauguro uma nova série especial, desta vez focada nas coisas positivas que estão ocorrendo AGORA em nosso país. Se você pertence à legião de viciados em desgraças, que fica diante de uma televisão (jornal, rádio et cetera) engolindo aquele monte de lixo que a mídia tradicional empurra pela sua goela, sugiro passar por aqui de vez em sempre para acompanhar o que acontece em paralelo às "hecatombes" e julgar o que realmente vale a pena receber a sua atenção.
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A indústria petrolífera é, talvez, a mais rentável do mundo. E requer, tal qual a NASA, uma tecnologia em constante aperfeiçoamento para que seja possível vencer os desafios crescentes, principalmente o da extração em grandes profundidades. Vamos abordar hoje um equipamento específico, muito importante e que foi nacionalizado a partir de pesquisas feitas por cientistas brasileiros, economizando muitas divisas.
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A Tela Premium é um equipamento utilizado pela indústria petrolífera para extrair petróleo do fundo do mar. Ela contém um material filtrante que possibilita a obtenção de um óleo livre da areia e da terra. Entretanto, estas telas somente são produzidas por três empresas em todo o mundo. E nenhuma delas é brasileira.
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Mas a busca por inovações resolveu esse problema. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) nacionalizou a técnica de construção dessas telas de filtragem, possibilitando que empresas brasileiras, como a Petrobras, possam optar por fornecedores locais e com isso reduzir o custo gasto pelo Brasil anualmente, hoje na faixa de cerca de US$ 40 milhões, em importação de Telas Premium.
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Além da economia que será gerada com a nacionalização, o país poderá passar a disputar o mercado internacional do produto, estimado em US$ 200 milhões anuais. A grande dificuldade para produzir a Tela Premium reside no sofisticado processo de soldagem de precisão dos fios de aço usados na fabricação do filtro metálico.
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Osmar Bagnato, coordenador do Grupo de Materiais do LNLS explica que foi desenvolvido um material por um processo chamado de soldagem por difusão, em meio a vácuo, em que átomos de um material migram para outro e vice-versa, num trabalho feito em altas temperaturas. É esta tecnologia de soldagem que une as telas metálicas que formam o filtro da Tela Premium.
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Os testes de corrosão, resistência mecânica e análise microestrutural foram feitos no LNLS para qualificar os primeiros protótipos. Todos apresentaram resultados positivos. Para que o material possa ser comercializado serão realizados agora testes de campo, primeiro em poços terrestres e depois em alto mar.
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A inovação já foi objeto de um contrato de transferência de tecnologia com o objetivo final de elaborar um produto pronto para comercialização. O contrato foi firmado com a Adest, uma empresa de Campinas (SP), criada em função desta parceria. O projeto que deu origem ao acordo de transferência de tecnologia recebeu R$ 800 mil de recursos da Finep em 2007 (Fundo CT Petro). Outros R$ 200 mil foram investidos pela Adest e houve ainda um financiamento da FAPESP. Ao Laboratório coube a alocação de profissionais especializados e infraestrutura.
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Caso a Tela Premium brasileira seja aprovada nos testes finais e seja efetivada a comercialização, o LNLS, que é um laboratório ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, receberá nos próximos cinco anos um percentual financeiro sobre as vendas (royalties), valor que será aplicado em pesquisa e desenvolvimento.
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A dificuldade maior na relação academia-indústria, mais do que gerar patentes, é realizar ações que realmente tenham impacto direto no setor produtivo, analisa Antonio José Roque da Silva, diretor do LNLS. Gerar patentes é um passo importante, mas se não houver uma estratégia que as transformem em riquezas para o País, o esforço pode ser em vão.
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O contrato assinado entre o LNLS e a Adest é interessante principalmente porque é um caso concreto no qual o desenvolvimento de uma tecnologia consegue motivar a abertura de empresas, gerar empregos e trazer boas perspectivas de negócios para o Brasil.

Prestem bem atenção: com um investimento de pouco mais de um milhão de reais, o Brasil poderá economizar 40 milhões de dólares por ano e disputar uma fatia de 200 milhões de dólares com empresas internacionais. E com os royalties o laboratório terá um fundo de investimento para suas pesquisas.
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Esse é um excelente exemplo da importância do investimento governamental e privado em inovações tecnológicas e do retorno que isso pode trazer, às vezes a curto prazo, para o país.
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Se você quer que essa prática se dissemine, seja seletivo. Não eleja analfabetos, ladrões de banco e patifes. Deixe a ilusão de lado e olhe a vida pelas lentes da verdade. Ela não é a tristeza e a miséria que a mídia mostra diuturnamente.
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Não acredite, conheça. Isso fará a maior (e a melhor) diferença na sua vida e na dos demais brasileiros.
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Que venham as aulas, as novas turmas e os novos desafios! Esse sim, é um combustível para a vida!!!

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