sábado, 21 de novembro de 2009

Nanocristal armazena som e luz


Depois dos "DVDs de basalto", que conservam dados por até 1.000 anos (uma baita vantagem sobre os DVDs convencionais, que só suportam 10 anos sem deterioração, se forem bem armazenados), chega a notícia de uma nova forma de armazenamento usando a panacéia dos tempos modernos: a nanotecnologia.
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Há bastante tempo, aprendemos como manipular o som e, mais recentemente, aprendemos a manipular também a luz. A aplicação desses conhecimentos é variada, como por exemplo as nossas comunicações, que viajam em alta velocidade na forma de pulsos de luz no interior de fibras ópticas.
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E como a Ciência é eternamente dinâmica, foi demonstrado por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia que é possível mesclar som e luz e armazená-los conjuntamente. E também é possível receber luz e armazená-la como som e, quando necessário, transformar de volta o som em luz e liberar os fótons para que eles prossigam seu caminho. Punk, não? (se você não era pelo menos adolescente nos anos 1980, talvez não entenda a pergunta)
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Mas a novidade não pára por aí. Os cientistas descobriram que também é possível rotear as vibrações sonoras, fazendo-as interagir no interior de dispositivos nanoeletromecânicos e ler os resultados das interações na forma de luz. Será que isso dará surgimento a uma nova forma de Internet (ou, pelo menos, contribuir para a criação dela)?
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A pedra filosofal dessa inovação atende pelo nome de cristal optomecânico, que recompensa os esforços da comunidade científica ao longo de muitos anos, na procura de algo semelhante. Em 2005, foi criada a primeira chave totalmente ótica, onde um feixe de luz controla outro feixe de luz. E neste ano foi apresentado ao mundo um nanozíper que usa as propriedades mecânicas da luz e é tão sensível que é capaz de responder a um único fóton.
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Só para vocês terem uma idéia da dimensão da descoberta, no interior do cristal optomecânico as interações entre o som e a luz podem resultar em vibrações mecânicas com frequências de dezenas de gigahertz - 10 bilhões de ciclos por segundo, tornando possível transmitir enormes quantidades de informação simultaneamente.

Os cristais optomecânicos lidam com as unidades mais básicas - ou quanta - tanto da luz quanto do som. A unidade básica da luz é o fóton e a unidade básica do som é o fónon. E o grande lance é que os cristais optomecânicos conseguem armazenar ambas as partículas em uma única estrutura, permitindo a manipulação do som e da luz na mesma nanoplataforma, convertendo energia entre os dois sistemas de forma praticamente ilimitada.

Toscamente falando, fiz uma relação com aquele cristalzinho que a princesa Léia esconde no R2D2, contendo uma mensagem para o Obi-Wan Kenobi. Ou os fabulosos cristais kryptonianos de conhecimento da Fortaleza da Solidão. Parece que livros, CDs e quetais ficarão mesmo como peças de museu...

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