segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Brasil, o País do Presente (63): Universidade assina acordo de cooperação científica com indústria

Há muitos anos eu defendo a aproximação ampla, geral e irrestrita da indústria com a academia, proporcionando a transformação de ambas em algo mais útil à sociedade e não apenas a uns poucos segmentos.  O texto a seguir é uma excelente ilustração da potencialidade deste tema.
Universidade assina acordo de cooperação científica com indústria

O Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Unesp assinaram um convênio para o desenvolvimento de pesquisas científicas em parceria, além de consultorias, estágios, treinamentos e publicações.  As empresas associadas ao centro e as diferentes unidades da Universidade poderão criar termos aditivos a esse convênio, que são espécies de contratos para estabelecer projetos conjuntos.

A iniciativa é vista pelos dirigentes do Ciesp como uma forma de combater o que eles já chamam de "processo de desindustrialização" do país. Com o real fortalecido, os produtos importados ficam mais baratos e fazem concorrência com os bens fabricados internamente.

Além disso, a China tem sido acusada pelas principais economias do mundo de desvalorizar artificialmente sua moeda para impulsionar as exportações, inundando mercados de todo o planeta com mercadorias produzidas lá.  Nesse cenário, a busca pela inovação tecnológica é vista como um meio de sobrevivência da indústria nacional. O convênio estabelecido com a Unesp viabilizará o oferecimento de suporte tecnológico no desenvolvimento de novos bens para essas companhias ou na melhoria dos processos produtivos.

De acordo com um dos articuladores da negociação, o professor Jair Wagner de Souza Manfrinato, da Faculdade de Engenharia, campus de Bauru, muitos empresários já vieram procurar a Universidade para propor parcerias. "A burocracia afugentava a maioria das indústrias. Aqui em Bauru, um fabricante de plásticos teve que recorrer a uma instituição italiana para desenvolver um estudo depois de fracassadas as tentativas com a nossa unidade", afirma.

Com esse convênio, aprovado em outubro pelo Conselho Universitário (CO), cada novo projeto deve demorar entre dois e três meses para ser validado. As primeiras propostas são esperadas já para o primeiro semestre de 2011. "É preciso recuperar toda aquela demanda por cooperação que foi reprimida nos últimos anos. Para isso, contamos com a proatividade dos empresários e dos nossos pesquisadores", diz Manfrinato.

A Agência Unesp de Inovação (AUIN) coordenará a execução dos projetos, direcionando as propostas das empresas e tratando do licenciamento para uso e exploração de tecnologias.  O convênio, que vale para toda a instituição, não aborda questões como direito à propriedade intelectual, formas de financiamento e relação entre sigilo industrial e necessidade de publicação em revistas científicas, por exemplo. Esses temas serão detalhados separadamente pelos termos aditivos, atendendo as particularidades de cada pesquisa.

Durante o evento em que a parceria foi formalizada, em São Paulo, o vice-reitor da Unesp, Julio Cezar Durigan destacou uma das principais vantagens do acordo: ambas as instituições têm suas estruturas pulverizadas por todo o estado.  A Universidade conta 32 unidades em 23 cidades paulistas. A Ciesp está espalhada em 43 diretorias regionais no Estado de São Paulo.  "Isso nos permitirá uma excelente articulação com os pólos industriais locais," disse Durigan.

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