segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Brasil, o País do Presente (61): Brasil é o 14º no mundo em produção científica

Estamos de volta com a minha coluna preferida, que mostra o mundaréu de coisas bacanas que acontecem em nosso país, mas que via de regra ficam fora da mídia tradicional, que adora um assassinato ou uma enchente.  Não tem problemas, nós estamos aqui para compensar esse desequilíbrio.

Brasil é o 14º no mundo em produção científica
O Brasil ocupa a 14ª posição entre os países de maior produtividade científica, segundo os dados mais recentes do ranking SCImago, índice que leva em conta o número de publicações (o país registrou 34.145 em 2008), documentos citáveis (32.829) e citações (38.237).

A posição fica aquém da colocação do país em termos econômicos - o Brasil é atualmente a 8ª economia do mundo, com pretensões de conquistar a 7ª posição.  Na lista, o Brasil figura atrás de países desenvolvidos, como Estados Unidos (1º), Inglaterra (3º), Alemanha (4º) e Japão (5º) e também de economias em desenvolvimento, como a China (2º lugar) e a Índia (10º). Está uma posição à frente da Rússia (15º), outro dos quatro países que formam os Brics.

"Entre os Brics, a China foi a única que mostrou um crescimento explosivo em termos de produção científica, registrando mais de 230 mil publicações em 2008", disse Manoel Barral-Netto, professor da Universidade Federal da Bahia, durante a conferência "Avanços e Perspectivas da Ciência no Brasil, América Latina e Caribe", realizada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro.

A reunião, que tratou da área de Ciências Biomédicas, reuniu, além de Barral-Neto, Jorge Kalil, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Sérgio Costa Oliveira, da Universidade Federal de Minas Gerais, que traçaram um panorama da produção científica brasileira atual, especialmente em medicina.

Diferentemente da produção científica total, em algumas áreas de medicina o Brasil se destaca no ranking SCImago. Na categoria Doenças Infecciosas, por exemplo, ocupa o 4º lugar (com 328 documentos), atrás apenas dos Estados Unidos (com 1.583), Reino Unido e França. Em Anatomia, está em 9º e em Cirurgia, em 8º.  No campo da Imunologia e Alergia, no entanto, o Brasil está na 13ª posição. Segundo os especialistas da área reunidos na ABC, a razão para esse quadro é a falta de investimentos.

"O Brasil investe pouco e tem ainda um longo caminho em relação a pessoal para fazer ciência, especialmente em áreas como a imunologia", disse Kalil.

No país, as áreas que contam com um maior número de artigos científicos publicados, de acordo com a Thomson Reuters, são: Medicina Clínica (35.214 artigos), Química (19.929), Física (19.243) e Biologia e Bioquímica (11.173). Os artigos brasileiros são mais representativos em Agronomia e Veterinária (3,07% do total mundial), Física (2,04%), Astronomia e Ciência Espacial (1,89%), Microbiologia (1,89%) e Ciências de Plantas e Animais (1,87%).

Em relação ao número de pesquisadores por habitantes, o índice, apesar de maior que em passado recente, ainda pode ser considerado baixo se comparado a outros países.  Segundo o Relatório Unesco sobre Ciência 2010, feito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, cujos dados foram destacados na conferência da ABC, o Brasil tem cerca de 650 pesquisadores por milhão de habitantes. O Japão, para efeito de comparação, tem mais de 5,5 mil por milhão.

"Apesar de o Brasil ter conseguido aumentar o número de novos doutores formados para 12 mil ao ano, o país ainda enfrenta uma situação de carência. No passado esse número era ainda menor, mas não podemos nos dar por satisfeitos", disse Barral-Netto.

Segundo ele, o país precisa melhorar a visibilidade internacional de sua ciência. "Em algumas áreas, tais como as biomédicas e as doenças infecciosas, nossa produção está entre as mais altas do mundo, mas o investimento em tecnologia e no número de pesquisadores é muito baixo se comparado ao dos países desenvolvidos. Esse investimento tem que crescer se quisermos alcançar um papel de destaque na ciência e tecnologia mundial", disse o também pesquisador do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (Fiocruz).

De acordo com dados apresentados por Barral-Netto, o Brasil enfrenta ainda outro grande desafio no nível da graduação: em 2008, apenas 16% dos jovens entre 18 e 24 anos estavam matriculados no ensino superior.  "Tal número precisará triplicar se o Brasil quiser alcançar um nível competitivo internacionalmente", disse.

Na América Latina, de acordo com os rankings de produção científica mencionados na conferência, o Brasil sozinho produz mais que a soma de todos os outros países latino-americanos juntos. No cenário nacional, a maior parte da produção está no Estado de São Paulo.

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Tenho uma forte impressão de que você não sabia a respeito disso.  Agora fico daqui torcendo para que a notícia tenha te impactado fortemente e funcione como um estímulo, não só em produzir conhecimento científico mas também em divulgar o que estamos fazendo para seus amigos, vizinhos e quetais.

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