terça-feira, 14 de setembro de 2010

Série Especial - INOVA (05): Livro digital



A Bienal do Livro desse ano apresentou bons motivos que reforçam o que venho dizendo há dois anos mais ou menos, sobre a migração da leitura do "objeto livro" para um dispositivo digital. Contrariando os urubús de plantão, que veem desgraça em tudo que significa mudança, eis aí uma excelente aplicação da inteligência para combinar um clássico da literatura infantil brasileira com os mais modernos recursos digitais.

Em tempo: os grupos que fizeram comigo um trabalho de criação de livros infantis no semestre passado devem olhar com atenção, pois o Prêmio Barco a Vapor, que receberá no ano que vem as inscrições dos melhores trabalhos desenvolvidos na disciplina, é apenas um dos caminhos para a viabilização dos projetos.

INOVA apresenta hoje, com muito orgulho, uma matéria sobre o livro digital!




O futuro do livro: e-readers e fórum do livro digital
Evento pré-Bienal do Livro discute novas plataformas de leitura e como será o mercado editorial daqui para frente. Na feira, visitantes poderão manipular e-readers

A tecnologia móvel tende a diminuir a produção de livros, que serão substituídos por e-readers, como o iPad e o Klinde, que já conhecemos. É o que dizem os teóricos sobre o futuro do livro impresso. A leitura não cessará, mas haverá outras plataformas para a transmissão do conhecimento por escrito, e adaptadas a novas necessidades.

Ainda que muitos prevejam a "morte anunciada" do papel, a Bienal Internacional do Livro entende que apreender essas novas tecnologias e inseri-las no contexto do mercado editorial é importante para que não haja perdas nem para os editores, nem para os leitores.

Esse foi o motivo do Fórum Internacional do Livro Digital, que precedeu a feira literária de São Paulo e estava atrelado à sua programação oficial. Ele aconteceu nos dias 10 e 11 de agosto no auditório Elis Regina, no Parque Anhembi. A primeira palestra foi do americano Mike Shatzkin, fundador e CEO da The Idea Logical Company, expert em toda cadeia produtiva do livro (redação, edição, agenciamento, venda, marketing, produção e gestão).

No blog The Shatzkin Files, ele publica textos sobre o impacto da mudança digital no mercado de livros. No segundo dia, o britânico John B. Thompson falou sobre a transformação da indústria editorial do livro.

Ele é autor de Books in the Digital Age (Livros na Era Digital ainda não traduzido para o português) e professor de sociologia da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Thompson pesquisa a sociologia da mídia e da cultura moderna, a organização social das indústrias da mídia e o impacto social e político de tecnologias de informação e comunicação.

Para fechar o fórum, o convidado foi Jean Paul Jacob, engenheiro eletrônico brasileiro que profetizou o fim do livro, a exemplo do que já havia feito na década de 1980, quando decretou o fim do vinil diante do aparecimento de CDs e DVDs. É pesquisador emérito da IBM e cientista consultor residente na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos.

Na Bienal propriamente dita, a tecnologia e cultura digitais estiveram presentes em debates e no espaço digital da Impresa Oficial do Estado de São Paulo. Lá, os visitantes puderam manipular cerca de 50 equipamentos de leitura digital e de navegação pela Internet, os e-readers.

Além dos livros da Imprensa Oficial, foi possível consultar títulos de outras editoras. Entre as atividades culturais, três mesas abordaram a produção literária no ambiente digital e o próprio livro virtual.

No dia 19, a mesa "Diversão virtual" teve Angela-Lago e Marisa Lajolo em debate sobre futuro do livro infantil na era digital. No mesmo dia, às 19h, "Literatura em miniatura" trouxe escritores experimentais que conversaram sobre o microconto e do impacto de blogs e Twitter sobre a ficção contemporânea (com Marcelino Freire, Fabrício Carpinejar, Verônica Stigger e Michel Laub).

No dia 21, às 13h, o tema foi "O romance fora da página", em que Ana Maria Machado (autora infanto-juvenil), Moacyr Scliar (autor de romances inspirados na Bíblia) e Contardo Calligaris (psicanalista que mergulhou na ficção) discutiram para onde vai a subjetividade do escritor e do leitor.

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Bem, meus queridos designers, que tal agora conversamos novamente sobre a convergência do Design Gráfico com o Motion Design e as mídias sociais?

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