segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dia histórico para o livro digital

Quando eu comecei a falar da revolução do livro digital, há uns dois anos, para variar fui taxado de doidivanas. No ano passado, quando ministrei uma palestra no UniFOA sobre o uso de novas tecnologias para o incentivo à leitura, novamente apresentei um panorama do que já estava acontecendo (veja bem: não estava dando uma de vidente ou futurólogo, apontava o que existia e os rumos que as projeções para os próximos ano, baseadas em fatos e não em achismos) e ali fui melhor compreendido por aqueles que viriam a ser meus alunos e colegas de trabalho.

Eis que então a Amazon.com nos brinda com uma notícia alvissareira: a venda de livros digitais vem superando em até 80% a venda de seus similares físicos, de capa dura, no site da livraria. E com isso, seu Kindle e outros leitores digitais ganham mais notoriedade e impulso. Vejam a notícia a seguir.

Esta segunda-feira (19/07/2010) ficará marcada na história dos livros – se eles continuarem a existir no futuro. A Amazon.com, uma das maiores livrarias dos Estados Unidos, anunciou que nos últimos três meses as vendas de livros para o seu e-reader, o Kindle, superou as vendas de livros de capa dura.

No período, disse a Amazon, foram vendidos 143 livros para Kindle para cada 100 livros de capa dura – incluindo livros em papel que não têm edição para Kindle. O ritmo da mudança é acelerado, segundo a Amazon. Nas últimas quatro semanas as vendas de livros digitais chegaram a 180 para cada 100 exemplares de capa dura.

A Amazon oferece 630 mil títulos para Kindle, uma pequena fração dos milhões de livros vendidos pelo site. Amantes de livros estão de luto pela morte das obras impressas, com seu peso e seu cheiro de mofo e precisam de um choque de realidade, disse Mike Shatzkin, fundador e executivo-chefe da Idea Logical Co., que aconselha editores de livros sobre as mudanças digitais. “Esse foi um dia que viria, que tim de vir”, disse ele.

Shatzkin prevê que dentro de uma década, menos de 25% dos livros vendidos serão versões em papel. A mudança na Amazon é “impressionante quando você considera que vendemos livros de capa dura por 15 anos e Kindle há 33 meses”, disse o presidente da livraria, Jeffrey Bezos, em um comunicado.

Ainda assim, os livros impressos estão longe da extinção. As vendas devem crescer 22% este ano, de acordo com a American Publishers Association. Os dados não incluem os e-books gratuitos para Kindle, do qual existem 1,8 milhão, originalmente publicados antes de 1923 (livros de domínio público porque seus direitos autorais expiraram).

A Amazon não divulgou as vendas de brochuras comparadas com a de e-books, mas elas ainda superam a de livros digitais. A grande surpresa, disse Shatzkin, é que a vendas de e-book suplantaram a de livros de capa dura durante o período em que o Kindle enfrentou uma séria ameaça competitiva.

O iPad, da Apple, que começou a ser vendido em abril, oferece um dispositivo para leitura e tem sua própria loja de livros. Mesmo assim, as vendas do Kindle também cresceram a cada mês durante o trimestre, segundo a Amazon.

A venda de e-books quadruplicou este ano. A Amazon afirmou que suas vendas foram além da taxa de crescimento. Uma das razões é que donos de iPad e outros aparelhos podem comprar livros para Kindle e lê-los em computadores, iPhones, iPads, Blackberrys e telefones com o software Android.

A taxa de crescimento de vendas do Kindle triplicou depois que a Amazon abaixou o preço do aparelho no final de junho para 189 dólares (custava 259 dólares). No mesmo período, a Apple vendeu 3 milhões de iPads.

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Eu sou um dos entusiastas do livro impresso, do cheiro de papel velho et cetera et al. Tenho mesmo esse vínculo emocional com as obras físicas, mas já sei há um bom tempo que rumos as novas tecnologias estão imprimindo no mundo, logo tenho me reposicionado em relação a diversos projetos para ficar o máximo possível na crista da onda, como se dizia na saudosa década de 1960.

E você, querido leitor, como anda a sua visão de mundo? Cartas para a redação!

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