segunda-feira, 5 de abril de 2010

Série Especial - Brasil, o País do Presente (06): Brasil decola!


Esta notícia saiu na revista "The Economist", em novembro de 2009, e eu aguardei passar as folias de Momo e mais um pouco para começar a discussão aqui no blog. Leiam atentamente e reflitam. Se o risco existe, a chegada do momento histórico tão aguardado por nós com certeza vale a pena corrê-lo para que possamos colocar a nação em seu devido lugar no cenário mundial.

Brasil decola
agora, o risco para o maior sucesso da história da América Latina, é a arrogância
Quando, em 2001, os economistas da Goldman Sachs disseram que Brasil, Rússia, Índia e China seriam as economias que viriam a dominar o mundo nesse século, houve muito questionamento sobre o "B" na sigla BRIC.

Brasil? Seria isso mesmo? Um país com uma taxa de crescimento tão pequena quantos seus famosos biquinis, sujeito aos efeitos de qualquer crise financeira, com instabilidade política crônica e cuja capacidade infinita de desperdiçar o seu potencial óbvio era tão lendário como seu talento para o futebol e carnaval, não parecia poder pertencer ao grupo dos titãs emergentes.

Mas como paradigmas existem para serem quebrados, eis que o fizemos, A China pode estar levando a economia mundial para fora da recessão, mas o Brasil também está faz parte desse embroglio. Nós não só evitamos a recessão, como fomos os últimos a entrar e os primeiros a sair dela. A economia voltou a crescer a uma taxa anual de 5% e deve ganhar mais velocidade ao longo dos próximos anos, quando os novos grandes campos petrolíferos de águas profundas, (o tão badalado pré-sal) entrarem em funcionamento.

As previsões variam, mas em algum momento desta década, depois de 2014 (mais cedo do que a Goldman Sachs previa), o Brasil deverá se tornar a quinta maior economia do mundo, superando a Grã-Bretanha e França. Em 2025, se as enchentes e os reflexos de terremotos no Pacífico deixarem, São Paulo será a quinta cidade mais rica do mundo, segundo a consultoria PwC.

Não bastasse isso, em alguns aspectos o Brasil eclipsa os outros "BRICs", pois ao contrário da China, é uma democracia; ao contrário da Índia, ela não tem os insurgentes, não houve conflitos étnicos e religiosos, nem possui os vizinhos hostis e ao contrário da Rússia, que exporta mais petróleo e armas, e trata os investidores estrangeiros com respeito.

Mesmo sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva e seu "partido da boquinha", o governo tomou medidas para reduzir as desigualdades sociais que há muito tempo vinham desfigurando o país. Quando se trata de política social e crescimento interno do consumo, o mundo em desenvolvimento tem muito mais a aprender com o Brasil do que da China.

Em suma, o Brasil, de repente, parece ter feito uma entrada triunfante no palco mundial das grandes nações. Sua chegada foi simbolicamente marcada pela escolha para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, sendo que dois anos antes o Brasil sediará também a Copa do Mundo de Futebol, os dois maiores eventos esportivos do planeta e cuja sequência é inédita em um mesmo país.

O crescimento econômico do Brasil tem sido constante, sendo que os primeiros passos foram dados na década de 1990 quando a inflação foi domada e os governos locais e federais foram obrigados por lei a conter os seus débitos. A economia foi aberta ao comércio e aos investimentos estrangeiros e muitas indústrias estatais foram privatizadas, melhorando significativamente a qualidade dos serviços.

Tudo isso ajudou a gerar uma nova geração de ambiciosas multinacionais brasileiras, como a Petrobras, a Vale, a Embraer, a Gerdau, a CSN e a JBS. Muito dinheiro público está indo sobre as coisas erradas. Folha de pagamento do governo federal aumentou em 13% desde setembro de 2008. Segurança social e da despesa com pensões aumentou 7% no mesmo período, embora a população seja relativamente jovem.
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Apesar das melhorias recentes, educação e infra-estrutura continuam atrás da China ou da Coréia do Sul. Em algumas partes do Brasil, o crime violento ainda é galopante. Há novos problemas no horizonte, apenas para além das plataformas de petróleo. O real ganhou quase 50% em relação ao dólar desde o início de dezembro de 2009. Isso aumenta os padrões brasileiros de vida, tornando as importações mais baratas. Mas isso torna a vida difícil para os exportadores.
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O Brasil é conhecido como um local de grande potencial. Possui a maior reserva do mundo de água doce, a maior floresta tropical e uma terra tão fértil que, em alguns lugares os agricultores obtém até três colheitas por ano, além da enorme riqueza mineral e de hidrocarbonetos.
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Com todos esses e outros predicados, é inconteste que decolamos. Os desafios daqui para frente estão relacionados a incrementar ainda mais este voo e fazê-lo se tornar seguro, estável e produtivo para a população brasileira.
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Fico muito feliz de poder ver e desfrutar deste momento, uma vez que desde que eu era menino, lá no distante século XX, ouvia falar sobre as maravilhas do país do futuro. O futuro chegou, agora cabe a nós contribuir no processo de aprimoramento da nossa sociedade, através da cidadania, da inovação e de comportamentos dignos que não só nos mantenham como a única potência emergente do Ocidente, como também nos transformem em um país digno e não apenas uma espécie de "território ocupado" como muito bem frisava um querido amigo, décadas atrás.

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