terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Aprendendo a ver


Nosso cérebro pode ser treinado para perceber estímulos invisíveis e embora consideremos que somos capazes de ver tudo o que está em nosso campo de visão, nosso cérebro na verdade seleciona os estímulos que chegarão à nossa consciência. Mas há uma forma de lidar com isto. Um novo estudo revela que nossos cérebros podem ser treinados para ver conscientemente estímulos que normalmente seriam invisíveis, aqueles que, mesmo sendo captados pelo nosso olho, não chegam à nossa consciência.
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O estudo será publicado no próximo exemplar do Journal of Vision, onde o pesquisador Caspar Schwiedrzik, do Instituto Max Planck de Pesquisas do Cérebro (Alemanha), afirma que o cérebro é um órgão que se adapta continuamente ao seu ambiente, podendo ser treinado para aprimorar a percepção visual.
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Segundo ele, uma questão que não foi estudada até agora é se a marca registrada do cérebro humano, que é a sua capacidade de produzir consciência, pode ser treinada. Durante a pesquisa, os cientistas mostravam duas figuras, um quadrado e um losango, a voluntários com visão normal. A visão dos voluntários era então imediatamente tampada com uma máscara, composta por uma combinação de imagens, incluindo o quadrado e o losango iniciais. A seguir os voluntários deviam identificar o formato que haviam visto.
A primeira figura era invisível aos voluntários no início dos testes. Mas, após cinco sessões de treinamento, eles passaram a ser capazes de ver tanto o quadrado quanto o losango.
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A capacidade de treinar o cérebro para ver de forma consciente poderá ajudar as pessoas cujo córtex visual primário tenha sido danificado por um derrame ou por um acidente, um problema neurológico conhecido como "visão cega." Em 2008, pesquisadores da Harvard Medical School demonstraram que uma pessoa com visão cega pode andar corretamente em uma sala cheia de obstáculos, ainda que ela não seja capaz de ver conscientemente esses obstáculos.
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Schwiedrzik afirma que sua pesquisa poderá ajudar os pacientes com visão cega a ganhar consciência daquilo que suas mentes podem de fato ver. Ele sugere, contudo, que novos estudos comparem se o processamento da informação visual ocorre da mesma forma em indivíduos saudáveis e naqueles com visão cega.
Os resultados desse estudo podem ter impacto também em outras áreas, como o Design. Imaginem o que poderemos fazer, em termos de Comunicação Visual, usando o conceito de visão cega...
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Criada lente capaz de captar luz em abertura angular de quase 180 graus
E já que estamos falando de imagens e visão, esta inovação é totalmente pertinente. Um novo tipo de lente capaz de captar a luz de um hemisfério com uma abertura angular de quase 180 graus permitirá desenvolver novos sistemas ópticos ou de detecção.
As lentes ópticas tradicionais só funcionam como cristais de aumento com a luz proveniente de uma única direção. Mas esta limitação pode ser superada graças aos materiais artificiais ou "metamateriais" que permitem novas possibilidades de propagação das ondas luminosas, explica o estudo.
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Esta lente criada por Nathan Kundtz e David Smith, da Universidade Duke, Durham, Estados Unidos, pode captar luz em um ângulo de quase 180 graus e projetá-la sobre uma superfície plana. Montada em um aparelho fotográfico, permitirá a transmissão da imagem de um hemisfério completo em uma única tomada.
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A novidade desta lente é que ela não é feita com um material transparente polido, como o vidro ou o plástico, e se parece mais com uma "persiana veneziana em miniatura", explica a universidade em seu informe. O protótipo da lente, de uma superfície de 10 cm por 12,5 e uma espessura de 2 cm, está constituído por mais de mil peças de um material em fibra de vidro, cuja precisa disposição em linhas paralelas permite guiar os raios de luz.
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"Durante centenas de anos, os fabricantes de lentes poliram as superfície de um material uniforme para dirigir os raios luminosos que as atravessam", explica Kundtz. "Ao invés de utilizar as superfícies das lentes para controlar os raios, estudamos a forma de modificar o material entre as superfícies ", acrescenta.
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"Se pudermos controlar o volume da lente, ganharemos muito mais liberdade e será possível fabricá-la de maneira que responda a necessidades específicas", assegura o estudo. Testada até agora com micro-ondas, a nova lente também pode ser adaptada para a luz infravermelha ou visível.
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Agora some o conceito de visão cega e essa nova forma de captar imagens e veja (perdoe o trocadilho) que tipos de inovações passam pela sua cabeça. É assim que se constrói o futuro.

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