terça-feira, 17 de novembro de 2009

Partes biônicas do século XXI

Fazendo uma analogia ao Weekend News Today, este blog dá preferência a divulgar boas notícias, principalmente aquelas que não aparecem na mídia tradicional. No post de hoje, dois projetos tecnológicos de ponta com a proposta de solucionar ou pelo menos minimizar as limitações causadas pela deficiência física em humanos.

Me lembrou bastante do seriado que eu via quando garoto, chamado "O Homem de Seis Milhões de Dólares". Tudo bem que não chegamos ao nível apresentado na ficção dos anos 1970, mas estamos cada vez mais perto de, pelo menos, conduzir uma pessoa portadora de necessidade especial a uma vida mais próxima daquilo que chamamos de normal.

Chip ocular do MIT pode devolver visão a cegos
Pesquisadores do MIT estão desenvolvendo um microchip que adere ao olho para recuperar a visão e testes em humanos podem começar em três anos.

O chip, coberto em titânio para aguentar as torturas do corpo humano por 10 anos, gruda na parte externa do olho. Aparentemente, a lente do olho ainda é usada, mas a luz atinge eletrodos implantados que, por sua vez, fazem o chip transmitir imagens direto no nervo ótico. Quem usar o chip ainda terá que usar óculos, mas não pelos motivos que você talvez imagine. Os óculos possuem uma fonte de energia que transmite energia para o chip sem precisar de fios.

Os pesquisadores admitem que as imagens geradas pelo chip não serão substitutos exatos para a visão normal, principalmente no começo, quando voluntários ajudarão a refinar os algoritmos do MIT. Mas o dispositivo teoricamente permitiria que uma pessoa cega andasse por um ambiente e reconhecesse rostos, o que tornaria interações sociais mais fáceis.

Mão robótica artificial reproduz tato e sensações da mão real


Mão robótica reproduz tato e sensações da mão real
Cientistas europeus apresentaram o primeiro protótipo de sua longamente esperada mão robótica inteligente. O projeto, que reúne pesquisadores de universidades e empresas, prometia uma mão artificial "definitiva," que viesse atender as expectativas das pessoas amputadas em receber um implante artificial que lhes permitisse reconquistar a maior parte das funcionalidades do membro perdido.

A espera parece ter valido a pena. A mão robótica apresentada reproduz todos os movimentos de uma mão natural, além de trazer as sensações ambientais e o sentido do tato. Segundo os pesquisadores, a nova mão robótica possui 4 motores elétricos e 40 sensores apenas em sua parte sensorial. Esses motores e sensores são ativados quando pressionados contra um objeto. Os sensores enviam os sinais captados para os nervos, ativando a rota até o cérebro, permitindo que o paciente sinta o objeto como se tivesse de volta sua mão natural.

"Eu estou usando músculos que eu não usava há anos. Quando eu pego algo, eu posso sentir o objeto em meus dedos, o que é estranho, porque eu não tenho mais os dedos. É maravilhoso" contou Robin Ekenstam, um dos pacientes que está testando a nova mão artificial.

Reunidos na Universidade de Lund, na Suécia, os pesquisadores continuarão a trabalhar no sistema sensorial da mão robótica. Segundo eles, o próximo desafio a ser vencido será miniaturizar os motores e os cabos. O próximo protótipo também deverá receber uma minúscula unidade de processamento e um sistema de comunicação entre os diversos pontos da pele artificial, o que permitirá aprimorar as sensações e aumentar a funcionalidade da prótese.

A neurologia já oferece um mapeamento bastante preciso do cérebro humano, mostrando que cada nervo estimula partes precisas do cérebro. Usando essa informação, os cientistas querem colocar sensores na mão robótica que permitam ativar a maioria das áreas cerebrais, imitando o funcionamento de uma mão real com muita precisão.

"Se você estimular os pontos certos, nós sabemos que as áreas corretas do córtex cerebral serão ativadas. Em outras palavras, se você pressionar a ponta do indicador da mão artificial, a área equivalente ao seu dedo indicador daquela mão será ativada no cérebro," diz o Dr. Goran Lundborg, membro da equipe e especialistas em movimentos da mão.

No futuro, a equipe espera criar um sistema duplo de comunicações, em que tanto os sinais dos sensores serão enviados para o cérebro, quanto os sinais cerebrais ativarão os sensores da mão. "A futura interface neural poderá ser implantada no interior do braço, de onde sairão as conexões para a interface da prótese," prometem os pesquisadores.

Imaginem agora o que esses (e outros) pesquisadores não fariam pelo bem da Humanidade se tivessem um orçamento igual ao reservado para a produção de armamentos e outras porcarias...

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