Na década de 1990, os educadores começaram a conhecer os Role Playing Games e alguns decidiram direcionar suas pesquisas para descobrir o potencial didático destes jogos. Neste período, foram realizados simpósios sobre RPG e Educação onde muito se apresentou discutiu a respeito das experiências então em curso.
Com a virada do século, a coisa pareceu dar uma esfriada, mas eis que o tema volta à tona. Há duas semanas, recebi um contato de uma ONG que lida com atividades lúdicas na Educação solicitando a permissão para a publicação de meus artigos sobre o assunto, tendo feito o mesmo com alguns outros professores que também transitavam nesta seara ao apagar das luzes do século vinte. Há a possibilidade de ainda este ano termos um novo simpósio para atualizar as pesquisas e ampliar o leque de vanguardistas desta nova forma de pensar a sala de aula.
Um destes exemplos é a professora Paula Carolei, que está usando o RPG para incentivar a reflexão e a pesquisa para alunos da disciplina “Tecnologias na Aprendizagem”, da pós-graduação do Senac, e também na Faculdade Sumaré (SP). Nesta atividade, cada aluno assume o papel de um comunicador ou educador para participar de um debate sobre mídia e educação.
A proposta de representação de papéis desperta nos alunos o desejo de conhecer mais profundamente o conteúdo das discussões dos personagens, suas motivações, interesses políticos e toda a cultura e vivência pessoal que, na vida real, são sempre indissociáveis do conhecimento.
A professora tenta despertar nos alunos a consciência de que o uso do RPG no processo educacional proporciona uma aprendizagem muito mais ativa, lúdica e eficiente, ao contrário da abordagem tradicional, cuja ineficiência se torna cada dia mais patente. Ela ressalta ainda que através do “elemento fantasia” os alunos são conduzidos pelo caminho do auto-conhecimento, da descoberta de possibilidades de expressão e de limites, em contraposição ao ambiente concreto, onde a tendência é o aluno trazer respostas previsíveis (antigamente chamavam de "decoreba", hoje deu uma piorada e se tornou "control+c control+v).
Imagino o salto quântico que esta experiência terá no dia em que ela utilizar um mundo virtual como complemento às atividades já desenvolvidas em AVAs (Ambientes Virtuais de Aprendizagem ) como o Moodle. Aí, sim, a potencialidade da representação vai ser muito mais explorada, uma vez que o aluno, ao invés de apenas imaginar ser um determinado personagem, puder ver seu avatar, customizá-lo e interagir com ambientes virtuais tridimensionais e com outros avatares.
Um debate destes será um verdadeiro show!
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