domingo, 12 de abril de 2009

HQ & Cultura Pop no Japão

Hoje, na parte da manhã, conversava com o Dr. Osmarco Valladão, um querido amigo do tempo em que ambos cursávamos Comunicação Visual na UFRJ, atualmente residindo no Kwait fluminense chamado Macaé. Ele é uma fera em Design, computação gráfica 3D e animação, trabalhando há quase uma década também com produções multimídia.
Apresentado formalmente ao Second Life por intermédio de uma amiga nossa em comum, a Dra. Vânia Maciel, recém chegada de Londres e residente do metaverso há um tempão, percebeu o potencial do SL para certas aplicações. Nós já havíamos conversado antes, há uns dois anos, mas o momento atual foi mais propício para a queda da ficha.


Não vou adiantar aqui o que vamos fazer nas próximas semanas, até para não estragar a surpresa, mas darei uma pista que pode ajudar VOCÊ a tomar rumo. Vamos dar uma rápida olhada no exemplo japonês e depois pensar a respeito:


Taro Aso, primeiro-ministro do Japão e fã de mangás, tem insistido junto aos seus compatriotas na importância de conteúdos que usualmente são definidos como "soft power", como as Histórias em Quadrinhos e Animes, para fortalecer o status diplomático do Japão perante as demais nações da Terra.

Que os ícones da cultura japonesa ganharam o mundo, todo mundo já sabe desde a década de 1980, mas agora a coisa vai tomar um rumo ainda mais avassalador. O jovem Aso (foto abaixo), de 68 anos, de olho no potencial econômico da cultura pop, divulgou um big pacote de estímulo econômico, que tem como meta aumentar as vendas de "conteúdo" para o exterior dos atuais 2% para 18% do total das exportações.

O que isso significa em termos práticos? “Apenas” criar um mercado de 200-300 bilhões de dólares até 2020 e criar 500 mil empregos, auxiliando a tirar o Japão de sua pior recessão em 60 anos. Para isso, deseja investir o equivalente a 2% do PIB japonês, algo em torno de 10 bilhões de dólares.


Depois do rebuliço mundial, a proposta de Aso já está encontrando eco: a Agência de Assuntos Culturais do Japão deseja obter uma verba de aproximadamente 12 milhões de dólares para construir o Centro Nacional Abrangente para a Arte da Mídia, para a exibição de itens culturais japoneses contemporâneos, como mangás, animes e videogames.

Citando um argumento que muito me apraz, há mais ou menos vinte e cinco anos, os Tigres Asiáticos eram uma Sepetiba em tamanho família e graças a políticas adequadas de governo se tornaram o que são hoje.

Se pegassemos apenas a cidade do Rio de Janeiro e nela fossem feitos investimentos adequados com o apoio de políticas públicas efetivas para a produção de itens culturais contemporâneos, como os citados acima por exemplo, transformaríamos o local em um gerador de empregos e receita "felomenal" em menos de uma década. Replicando o modelo em outras cidades, bem, nem preciso terminar a frase...

Se alguém duvida, pesquise a arrecadação oficial oriunda daquela lástima cacofônica que embala a juventude qual aldeões africanos e prepare-se para fraturar o maxilar, quando este bater estrondosamente no chão.

Enquanto isso, na contramão do processo, no Planalto Central, burocratas escavucam a Lei Rouanet, gerando uma perspectiva nada otimista naqueles que buscam incentivos para a criação e produção de itens culturais brasileiros. É o que dá cidadãos cultos elegerem indivíduos que mal sabem lidar com o próprio idioma.

Depois do discurso, uma sugestão: pensem no exemplo do PRIMEIRO MINISTRO japonês. Enquanto o ministério da tropicália não se mexe, vamos criando massa crítica, produzindo itens e disseminando pela Internet.

Lembrem-se da "cauda longa" (clique aqui, se não conhece) e tirem proveito. O bonde taí, ou sobe no estribo e segue viagem ou fica sentado no meio fio chorando as pitangas (que não são a Camila, infelizmente). Eu já estou no primeiro banco, aprendendo atentamente com o motorneiro.

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