terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sistema de Som Inteligente

Se você assistiu ao filme Avatar, percebeu que o som do cinema é um espetáculo à parte. E essa qualidade vai transcender esses espaços e encantar em outras paragens, como no carro, em teatros e mesmo durante videoconferências. A experiência de "ouvir um som" está para evoluir radicalmente graças a um novo conjunto de ferramentas para desenvolvimento de aplicações que está em fase final de montagem por pesquisadores europeus.

De acordo com o engenheiro Roberto Marega, coordenador do Hartes, foi feito um foco nos aplicativos voltados para a melhoria do áudio no interior dos veículos. Quando você ouve música no carro, ouve também todos os ruídos de fundo, o vento, o som do lado de fora, os pneus na estrada, enfim, todo tipo de barulhos estranhos que diminuem a qualidade do que está sendo apreciado.

Os sistemas embarcados nos carros estão maximizando a eficiência nos mais variados aspectos, incluindo a eficiência dos sistemas de som, que é composto por um computador dedicado para uma aplicação específica, projetado para desempenhar uma única ou algumas poucas funções dedicadas.

Um tocador de MP3, por exemplo, é controlado por um sistema embarcado, contrastando com um PC de uso geral, que pode desempenhar muitas tarefas diferentes dependendo dos programas instalados. Um sistema embarcado tipicamente consiste de um hardware, no coração do qual está uma placa de circuito impresso contendo microprocessadores, e um ou mais aplicativos, ou softwares.

Existem muitos tipos e versões de microprocessadores, com diferentes desempenhos. E desenvolver programas que rodem em todos eles está se tornando cada vez mais difícil. Do ponto de vista dos desenvolvedores, está cada vez mais difícil criar programas para os diferentes microprocessadores.

Carro-laboratório para infoentretenimento
É aí que entra o projeto Hartes, que está criando formas de automatizar esse processo, tornando muito mais rápido e barato criar novos aplicativos, liberando os programadores para que eles possam concentrar-se no trabalho criativo de alto nível.

O novo conjunto de ferramentas criado pelo projeto Hartes cuida do resto. Embora as implicações sejam importantes para um grande número de setores, incluindo a automação industrial e a robótica, os pesquisadores estão utilizando um carro como laboratório para rodar os aplicativos e demonstrar os novos conceitos. Todos os aplicativos para teste da nova plataforma de desenvolvimento estão na área do chamando infoentretenimento - mais especificamente, do som do carro-laboratório, um SUV Mercedes.

A evolução do som do carro está no uso de dezenas e microfones e alto-falantes cuidadosamente posicionados no interior do veículo. Os algoritmos do programa que controla o sistema embarcado processam o som captado por cada um dos microfones e distribui o som da música com diferentes intensidades em cada um dos alto-falantes, virtualmente anulando os efeitos dos sons externos indesejáveis.

Outras partes do software melhoram a qualidade do áudio levando em conta a influência de outras características do carro, como a textura dos assentos, o formato interno da carroceria e a presença de passageiros. Uma das melhorias alcançadas foi garantir que quem está sentado no banco de trás tenha a mesma qualidade de som que quem está sentado na frente - em outras palavras, o programa distribui a qualidade do som igualmente em todo o veículo.

E o sistema não funciona apenas para se ouvir música, podendo ser utilizado para otimizar o som das conversas entre as pessoas dentro do carro, evitando que os passageiros da frente tenham que se virar para trás para serem ouvidos pelos passageiros do banco de trás, e que estes tenham que se inclinar para a frente para serem ouvidos por quem está nos bancos dianteiros.

Os carros do futuro certamente virão de fábrica contendo esse tipo de sistema de som sofisticado graças, pelo menos em parte, ao trabalho feito pelo projeto Hartes. Há também aplicativos similares para rodar em cinemas, teatros e casas de concerto, com um conjunto de alto-falantes distribuídos ao longo do espaço para garantir que todos na plateia desfrutem da mesma qualidade de som.

Agora, designers, vamos pensar um pouco e ver como poderíamos pensar inovações usando essa tecnologia, também, no computador doméstico para uma experiência imersiva mais intensa?

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