segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Sobre como a Internet afeta os adolescentes, banda larga e Tv Digital

Pesquisa revela como a Internet está afetando o mundo dos adolescentes












O texto a seguir demonstra, mais uma vez, como a verdade derruba mitos e medos, alimentados pela mídia, religiões e quetais com o objetivo de manter a mente humana sob uma perspectiva obtusa.

A Internet encontrou um lugar nos corações de milhões de pessoas ao longo das últimas duas décadas, apesar das preocupações iniciais de que os adolescentes em particular estariam entrando no "desconhecido". Estudos anteriores documentaram riscos para os adolescentes, sugerindo que as amizades e relacionamentos reais seriam substituídos por ciber-relações. Era aquele velho papo de que "agora, com a Internet, ninguém mais vai sair na rua". Não foi a primeira e nem será a última vez que tal bizarrice será dita. Quando os videocassetes se popularizaram, foi a mesma coisa...

Agora, um estudo realizado por pesquisadores holandeses, publicado na revista Current Directions in Psychological Science, mostra que os benefícios psicológicos da Internet podem superar os seus efeitos prejudiciais. Os professores Patti Valkenburg e Jochen Peter, da Universidade de Amsterdam, fizeram uma investigação ao longo de uma década e descobriram que duas mudanças principais impactaram a paisagem psicológica.

Segundo eles, a Internet tornou-se uma ferramenta de relacionamento social devido ao crescente número de adolescentes utilizando a tecnologia colocada à sua disposição. Há cerca de uma década, apenas 1 em cada 10 adolescentes tinham acesso à Internet. Desta forma, os adolescentes foram forçados a escolher entre relacionamentos reais e relacionamentos online. Os pesquisadores disseram que, devido à pequena sobreposição dos dois universos, os adolescentes têm tido dificuldades em manter uma "relação de carne e osso ao mesmo tempo em que exploram o ciberespaço."

O resultado é que, com a Internet agora disponível para a maioria dos adolescentes ocidentais, eles usam a tecnologia mais para sustentar suas relações sociais do que para construir novos relacionamentos. Outra descoberta interessante é que o surgimento de novas ferramentas de comunicação ajuda os adolescentes a tornar mais profundas as relações existentes e não a isolá-los ainda mais.

Os professores Valkenburg e Peter afirmam que os adolescentes que utilizavam a internet na década de 1990 tipicamente se comunicavam com estranhos nas salas de bate-papo. Graças ao surgimento de novos sites de relacionamento social, como o MySpace e o Facebook, e de mensagens instantâneas, o cenário mudou. Dados mais recentes mostram que mais do que 8 em cada 10 adolescentes utilizam os sistemas de mensagens instantâneas para se conectar com as pessoas que vêem diariamente.

Os pesquisadores argumentam que a Internet deu aos adolescentes a ferramenta de que eles precisavam para se abrir e falar sobre questões pessoais. A comunicação através da Internet fornece aos adolescentes o incentivo de que eles necessitam porque as distrações são mantidas em um nível mínimo. Quanto menos distrações, menos preocupados eles estão sobre a forma como as pessoas os vêem, de acordo com os pesquisadores. O resultado final é uma menor inibição e uma conversa mais íntima.

A pesquisa também revelou que o "diálogo hiperperssoal da Internet" alimenta relacionamentos mais fortes, que desencadeiam emoções de felicidade e menos estresse. Deve-se notar que "surfar" na Internet por si mesmo não tem qualquer efeito positivo sobre os adolescentes, particularmente sobre o seu bem-estar ou sobre os sentimentos de ligação com outras pessoas. Além disso, falar com estranhos em fóruns públicos parece continuar a ser potencialmente arriscado.

Penso que esse estudo deveria ser utilizado para fomentar políticas educacionais no Brasil, aproveitando o potencial desse ambiente virtual e único na História da Humanidade e proporcionando aos cidadãos a oportunidade de crescimento em todas as esferas.

Sem educação digital, plano de banda larga pode fracassar
O assunto agora é banda larga. A ênfase exclusiva em infraestrutura tem sido criticada pelo economista e professor Carlos Delorme Prado, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de JaneiroCarlos Prado, da UFRJ, que adverte para as barreiras culturais à massificação da internet. A falta de uma política de educação digital para ensinar a população brasileira leiga em informática pode fazer “fracassar” o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que está sendo elaborado pelo governo federal.

O economista observou que os técnicos do governo estão propondo medidas para massificar a banda larga focadas na expansão da infraestrutura. Citou, por exemplo, o projeto do Ministério das Comunicações (Minicom), que prevê, até 2014, 16 milhões de acessos de banda larga no Brasil, somando fixos e móveis, em vários tipos de tecnologias. Segundo Prado, o objetivo do presidente Luís Inácio Lula da Silva com o PNBL é reduzir a diferença do Brasil em relação a países industriais de renda avançada, e consolidar aqui uma efetiva sociedade da informação.

Ele defende que a massificação da banda larga tem que acontecer associada a uma política de educação digital e de distribuição de PCs para a população de baixa renda, lembrando a experiência bem-sucedida da Coreia do Sul. Ele pondera que os países são diferentes, mas que essas questões foram levadas em consideração para expandir a Internet rápida naquela região. Carlos Prado afirma que de nada adianta gastar bilhões de reais na construção de infraestrutura de banda larga, se pessoas analfabetas não saberão como acessá-la. Com isso, o Plano fracassará. Um ponto sobre o qual o presidente da Ré-Pública deveria ponderar.

O diagnóstico realizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ligada à Presidência da República e que está trabalhando com outros órgãos do governo federal na elaboração do PNBL, revela a falta de familiaridade da população brasileira com a banda larga. O relatório da SAE mostra que 61% de usuários de PC não têm habilidade com a Internet. O PNBL está discutindo mais questões, como meios para ampliação da infraestrutura e políticas de incentivo. Outros grupos deverão, numa próxima etapa, abordar a educação digital.


TV digital define interatividade como meta para 2010
Fechando o post de hoje, vamos falar da Tv Digital, aquela brincadeirinha que dizem estar sendo implantada no país, que já completou dois anos de lançamento e necas de pitibiriba, como diziam os filósofos de antanho.

Dados do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital apontam que cerca de dois milhões de receptores de sinal de TV digital foram comercializados no País. A área coberta pela tecnologia chega a 26 cidades, que englobam uma população de 60 milhões. Ampliar a área de cobertura é um dos objetivos do setor em 2010.

Tão ou mais importante que isso, no entanto, é possibilitar o uso da interatividade e desfazer equívocos relacionados à TV digital, segundo a coordenadora do núcleo de produção do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital, Liliana Nakonechnyj. No primeiro caso, Liliana afirma é possível haver novidades em poucos meses. "A expectativa é de que o recurso da interatividade esteja disponível no primeiro semestre de 2010", afirma. Podem apostar que esse será mais um prazo que vai prás calendas...

Embora ainda não haja um prazo definido, o Fórum trabalha no momento na definição das funcionalidades que serão embutidas no Ginga, o software da interatividade. De acordo com esse plano, haverá dois perfis para a interatividade. Um deles será equipado com recursos básicos e será destinado ao consumidor de menor poder aquisitivo. O outro, dotado de uma tecnologia mais avançada, terá preço mais elevado.

Se a questão da interatividade é o grande passo a ser dado em 2010, facilitar a compreensão do que realmente é a TV digital é outra meta a ser alcançada. O Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital veiculará no início do ano que vem uma nova campanha na mídia de massa, mostrando como funciona o sistema e destacará seus benefícios.

Ainda vem muita discussão pela frente até que tenhamos a Internet disponível nos televisores. Aí, sim, é que a cobra vai fumar...

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