quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Série Especial - A Onda: parte dois - Internet ameaça a Tv convencional

Depois de vermos o que poderá (e deverá) acontecer com os meios de comunicação no documentário Prometheus, vamos ver agora o que está rolando no mundo real, neste momento e no futuro próximo, aquele que está ali dobrando a esquina.

Um estudo divulgado em Paris, pela consultoria Idate alerta que, depois da mídia impressa, da indústria fonográfica e do cinema, a TV será a próxima mídia a ter seu modelo de negócios totalmente modificado pela Internet.

O grande público, aquele que fica babando com as novelas, programas "humorísticos", gincanas e outras pataquadas produzidas pelas emissoras de tv (nesse comentário, me refiro especificamente ao Brasil) ainda não se deu conta, mas o segmento que tem acesso à web, baixa seriados e usa a potência da "cultura 2.0" já sacou isso há um bom tempo e fica torcendo para que as mudanças aconteçam logo.

As emissoras também sabem disso, mas fazem a torcida contrária, como seria de se esperar. Mas como diziam os borgs, "resistir é inútil"...

Voltando ao estudo feito pela consultoria, em três anos (ou seja, até 2012), 40% dos lares de países europeus poderão conectar a TV diretamente à Internet, o que acelerará a interação e a oferta de vídeos e filmes sob demanda, reduzindo a dependência do telespectador da programação das TVs aberta e fechada. Ou seja, eu assisto o que eu quero, na hora que eu quero e não quando a emissora se dispõe a me oferecer.

E ainda tem mais: tal qual os internautas da atualidade esse "novo" segmento de público não quer, não está interessado em assistir comerciais, em ver sucessivas peças publicitárias repletas de mentiras e manipulação. Eles querem ver o programa e ponto final. Hoje ele se submete por falta de alternativas, mas quando essas se apresentarem, vão abandonar o barco sem o menor remorso. E as agências de publicidade sabem disso...

Então, de acordo com o Idate (e de outros observadores ao redor do mundo), vem aí a revolução da TV pela Internet, trazendo consigo uma modificação no modelo de negócios que transformará a TV em um aparelho online, sem a intervenção de computadores. Teremos a oferta de todo o conteúdo disponível na rede para todas as pessoas que tiverem uma "televisão conectada".

Gilles Fontaine, diretor-geral adjunto do Idate, aponta que nesse novo cenário empresas de alta tecnologia, como a Amazon ou a Apple, também poderão fornecer programação ao consumidor e darão aos detentores dos direitos autorais o poder para distribuir seus programas sem passar pelas emissoras de TV. Nos Estados Unidos, essa transformação já está ocorrendo, basta fazer uma visita ao site Hulu que oferece no dia seguinte à exibição convencional, a programação da NBC, Universal, News Corp e Walt Disney (só para os americanos), enquanto que o YouTube vem assinando acordos de veiculação de programas de TV de forma legal, pagando direitos autorais.

O executivo aponta ainda que a indústria da televisão está se preparando para enfrentar anos muito difíceis e que o mercado publicitário vai seguir a derrocada, pois de acordo com o Idata, o mercado publicitário de 2020, de um país do porte da França, será igual ao de 2008. Um retrocesso de doze anos, o que representa um enorme problema, possivelmente nunca antes visto por essas empresas.

Apontando agora para o prosumidor (prosumer), entidade que produz e consome conteúdo, também conhecido como Internauta 2.0, podemos antever que o bolo, que antes era fatiado por poucos, vai sofrer um retalhamento por milhares ou milhões de atores, que captarão fatias dos recursos antes a eles vedados e que conquistarão reputação e audiência a partir de suas ações (e redes) sociais com outros internautas, deixando os marqueteiros de plantão - aqueles que inventam todo tipo de cascata para vender porcaria - pedindo moedinha na porta das igrejas.

Um último comentário: se você ainda não percebeu, o prosumidor é (ou pode ser) você!

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