domingo, 8 de março de 2009

Sequóia vem aí!

Claro que não estou falando da colossal árvore, mas do novo computador da IBM que poderá atingir a velocidade de cálculo de até 20 petaflops por segundo. Até o momento, o recorde pertence ao Papa-Léguas (Roadrunner), que atingiu “apenas” 1,02 petaflops (ou 1,02 quatrilhão de cálculos por segundo – pobre coiote), então já temos aí uma idéia do escândalo que o Sequóia vai causar.

O brinquedo deve estar pronto em 2011 e instalado no ano seguinte no Laboratório Nacional Lawrence Livermore, com a digna função de analisar os riscos do armazenamento das armas nucleares dos Estados Unidos. O supercomputador vai usar 100.000 (isso mesmo, cem mil!) processadores PowerPC de 45 nanômetros e 16 núcleos por chip, com mais de 850 MHz dos PowerPC da atualidade. Seu estoque de memória RAM será de apenas (risos) 1,6 petabytes (!), vai ocupar uma área de mais 300 metros quadrados (!!) e consumindo 6 megawatts de energia ao ano (!!!).

E para nós, pobres imortais, qual a vantagem disso? Bem, os cientistas envolvidos no projeto calcularam que se tivermos um supercomputador com capacidade de cálculo de apenas (mais risos) 1 petaflop, seria possível criar mundos virtuais com a qualidade vista nos filmes da trilogia Matrix. Aliás, sobre este assunto, teve uma reportagem, se não me engano em 2007, que falava sobre o assunto.

Na opinião do cientista Michael McGuigan, do Laboratório Nacional Brookhaven (EUA), “os supercomputadores estão se aproximando de adquirir capacidades que os permitirão criar realidades virtuais como aquela em que o jovem Neo transitava ao lado de Morpheus e seus amigos”. Faltam apenas mais alguns anos.

O grande entrave hoje é a renderização, que consome mais tempo e recursos da máquina quanto mais realista for a cena. Por esta razão, alguns mundos virtuais, como o Kaneva, exigem o download do ambiente (1 gigabyte). Já o Second Life trabalha nevegando pelas regiões existentes, por isso o negócio engripa e rederiza muito mais devagar. De acordo com o Dr. McGuigan, o ponto-chave é a combinação do fotorrealismo (no nível existente, que é bastante alto) com uma renderização com taxa de atualização de 30 quadros por segundo. É você, avatar, num ambiente de cinema.

Na minha opinião, quando chegarmos a isso, se tivermos um dispositivo de imersão mental semelhante a uma conexão neural, que nos faça “sonhar” (ou seja, receber todos os estímulos diretamente no cérebro), boa parte da população do planeta (os que tiverem acesso à tecnologia, claro) vai preferir viver dentro dos mundos virtuais e largar a carcaça por aqui, talvez para ser usada como bateria...

Eu já comprei o meu bilhete. E se até lá as ferramentas para criação de mundos virtuais emplacarem mesmo, construo o meu e então a imaginação vai ser mesmo o limite.

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