Ferrovias virtuais

Durante os meses de janeiro e fevereiro, trabalhei arduamente pesquisando a malha ferroviária do estado do Rio de Janeiro para compor a malha ferroviária de Rio Azul, no Fantapunk. Foram centenas de horas lendo, baixando informações, coletando imagens para poder criar um ambiente de jogo com forte ligação no que já foi, um dia, a realidade desta cidade.

Deparei-me então com a notícia de que a Vale do Rio Doce e o departamento de Engenharia Mecânica da USP estavam trabalhando num simulador de realidade virtual destinado ao treinamento de maquinistas. Iniciado em janeiro de 2008, o projeto tem previsão de conclusão em 2010 e deve atender aos 3 mil maquinistas da empresa, que operam trens de carga numa malha com 9.863 quilômetros.

O sistema contemplará itens fundamentais do cotidiano, como o comportamento do trem por todo o trajeto da ferrovia, sistemas de tração, freio dinâmico e distribuído da locomotiva, a dinâmica de vagões, a geometria da via férrea, visualização do ambiente com variações do dia (com sol, chuva, neblina, noite) e sons, além de consumo de combustível, choques de força de tração/compressão em engates e índice de segurança contra descarrilamento.

Além da importância óbvia do projeto, abre-se uma frente para a produção de softwares de realidade virtual no Brasil, reduzindo a necessidade de importação, como ocorre hoje.