sexta-feira, 13 de março de 2009

A Eternidade Virtual

Esse post tem um caráter filosófico. Dizem os especialistas que o ser humano tem o desejo de se eternizar, de ser lembrado pelos séculos afora. Para dizer a verdade, o que todos nós queremos é a imortalidade, é nos livrar do fantasma que assombra a existência física, que é justamente a do seu término incontestável.

Certa vez eu rascunhava um conto sobre um cientista que havia descoberto uma forma de capturar os pensamentos de pessoas através da manipulação energética de seu DNA e que tinha usado a pesquisa de um outro cientista que extraía o DNA de ossos e fósseis com o intuito de recriar espécies extintas para trazer as memórias de entes queridos já falecidos. Essas memórias seriam então armazenadas num sistema de inteligência artificial e usadas para recriar estas pessoas em realidade virtual.

Foi então que descobri que existem outras pessoas que pensam seriamente no assunto. Um projeto de pesquisas das universidades de Illinois (Laboratório de Visualização Eletrônica) e da Flórida visam tornar esta idéia em algo real, combinando a tecnologia dos games, a animação por computação gráfica e inteligência artificial.

No país que fabrica dinheiro do nada, via Federal Reserve, a Fundação Nacional de Ciências (NSF) resolveu investir a singela quantia de quinhentos mil dólares para que os pesquisadores, num prazo de três anos, consigam criar uma metodologia capaz de tornar acessíveis personagens virtuais cujo perfil histórico seja interessante preservar. Com isso, o “avatar interativo” será capaz de se comunicar com outras pessoas num nível de realidade bastante satisfatório, de acordo com a equipe de desenvolvimento.

A cobaia do projeto será um pesquisador sênior da própria NSF, que será pajeado por um estagiário que irá gravar vídeo e voz para a reconstrução digital da presença do pesquisador. Claro que já existe a visão da aplicação comercial de preservação de pessoas virtuais, a princípio para a garantia de continuidade de conhecimentos específicos e de grande importância, mas já dá para entender que pacotes para a eternização do cidadão de posses se tornará algo palpável em muito pouco tempo. Se a inteligência artificial evoluir significativamente como todos esperam, poderemos viver para sempre em ambientes virtuais e isso sim é que seria uma experiência e tanto.

Acho que vou dar continuidade ao meu conto. Qualquer ficção vai acabar perdendo para a realidade...

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